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— Presa? — ele questiona. Minha boca aperta porque enquanto
uma parte de mim quer dizer que sim, a verdade é que eu não quero.
Eu me sinto... segura.
Protegida.
Valorizada.
— Um dia, você vai perceber que não está confinada em uma
prisão — ele murmura asperamente. — Você está na minha igreja onde
eu sou seu deus, e você é minha igual. Não sou uma prisão, ratinha, sou
seu santuário.
Minha boca seca. A ponta da minha língua sai, molhando meu
lábio inferior e passando por seus lábios. Um movimento suave, mas o
suficiente para acender uma faísca. Um grunhido de resposta surge
quando pergunto:
— Isso faz de mim uma deusa?
Ele me puxa para mais perto, seus lábios agora pressionados
contra os meus levemente.
— Querida, você governa a porra do reino, e eu terei prazer em me
curvar para você.
Eu o deixo prender meus lábios entre os dele em um beijo vicioso
antes de me afastar, minha respiração acelerada. Ele tenta recapturá-los e
rosna quando eu o evito mais uma vez. Mantendo minha boca
perigosamente próxima, eu sussurro contra sua língua: — Prove.
— Hum — ele cantarola, o som de uma fera rosnando das
profundezas da escuridão. — Eu realmente amo ficar de joelhos para
você — ele murmura, mordendo meus lábios. Dessa vez, é ele quem
foge de mim, em vez de morder e lamber até eu estar eriçada de
necessidade.
Ele apenas provoca por alguns momentos antes de colocar sua
boca na minha. O inferno em meu corpo escapa pela minha garganta e
acende nossos lábios conectados. Sem pensar, arqueiome contra ele,
desesperada para sentir mais dele contra mim.

Seus lábios se movem sobre os meus com pura fome. Ele não
apenas me beija. Ele fode minha boca com a língua, prende meus lábios
entre os dentes e morde. Explora cada centímetro da minha boca
enquanto ele me devora.
E eu permito. Eu o deixo me consumir porque estou começando a
esquecer como é estar inteira sem Zade. Ele está em cada parte minha.
Mergulho minhas mãos sob seu moletom, arranhando sua barriga
e me permitindo explorar um corpo que preciso explorar mais.
Um corpo que não explorei nem perto do suficiente.
Meus dedos deslizam sobre seu abdômen, familiarizando-me com
suas curvas firmes enquanto ele domina minha boca mais uma vez.
Meus mamilos pressionam contra seu peito, e não consigo impedir o
gemido que sai da minha garganta. O som gira em nossas bocas, e ele
me recompensa com uma mordida áspera no meu lábio inferior, puxando
a carne sensível entre os dentes antes de soltá-la com um pop.
Ele recua e olha para mim, seus olhos lentamente observando
minha forma nua. As mechas molhadas do meu cabelo, agora
escurecidas para um castanho mocha, estão serpenteando por todo o
meu peito e o assento embaixo de mim. Cachos se enrolam em meus
seios e em torno de meus mamilos, uma visão que seus olhos se
prendem e não conseguem desviar.
— Sua vez — sussurro. Seus olhos voltam para os meus e se
fixam. Ele não desvia o olhar, mesmo quando levanta e desliza o
moletom sobre a cabeça, expondo seu torso nu.
Dou um suspiro profundo, as tatuagens cobrindo seus músculos
tensos e as várias cicatrizes são um espetáculo de se ver. Quero saber a
história por trás dessas cicatrizes. E querer saber qualquer coisa além do
quão forte ele vai me fazer gozar é aterrorizante. Mas sempre amei essa
sensação. Sempre desejei mais disso.
Após algumas manobras, ele tira as botas e as meias, e consegue
puxar o jeans molhado pelas pernas. É um momento que normalmente
pareceria estranho, mas com Zade, apenas fico boquiaberta quando ele
expõe seu corpo glorioso para mim, centímetro por centímetro.

Com nossas respirações fortes sincronizadas, nós nos olhamos,
nossos olhos estão sedentos enquanto ele se acomoda entre minhas
pernas... desta vez, sem nada entre nós.
Seus olhos de cores diferentes me prendem contra o assento.
Não conseguiria me mover se quisesse.
E esse é o problema. Eu não quero.
Amo o jeito que seus orbes de fogo percorrem o meu corpo, como
um pincel traçando as curvas de uma mulher em uma tela. A umidade
acumulada entre minhas pernas está se tornando muito, muito profunda.
Dolorosa demais.
A foda rápida contra a árvore só aliviou momentaneamente
enquanto, ao mesmo tempo, aumentava nossa necessidade à níveis
tóxicos.
— Estou esperando você se curvar — provoco em um sussurro
rouco.
Seus olhos e suas narinas dilatam. Minhas palavras ficam
suspensas no ar como se o oxigênio tivesse sido sugado para fora. Uma
pausa tensa, e ele explode.
Ele agarra meu bíceps e me puxa para cima. Virando-me para o
espaço entre o banco do motorista e do passageiro, ele diz:
— Se curve entre os bancos.
Faço o que ele diz, mantendo meus joelhos no banco de trás
enquanto coloco meu corpo no pequeno espaço entre os dois assentos,
apoiando minhas mãos em ambos os lados para me equilibrar.
Zade se inclina para frente, agarrando o cinto de segurança do lado
do passageiro e enrolando-o em volta do meu corpo antes de prendê-lo
na fivela do lado do motorista.
— O que você está… — Ele me cala, repetindo o processo com o
cinto de segurança do lado do motorista. Quando ele termina, estou
completamente presa na posição, incapaz de me mover. Isso só me dá
espaço o suficiente para virar a cabeça e olhar para Zade.

Assombrando Adeline Onde histórias criam vida. Descubra agora