quarenta | colombia x argentina.

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diálogos em português para melhor entendimento.
💋

Richard Ríos.

──── Nem pense que você vai escapar, tá? Pode ir me contando tudo, todos os detalhes, que horas saiu, que horas entrou, enfim

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──── Nem pense que você vai escapar, tá? Pode ir me contando tudo, todos os detalhes, que horas saiu, que horas entrou, enfim. ── Lucho me questionou. Era o que ele vinha fazendo desde que saímos do hotel e durante todo o percurso até o estádio onde acontecerá o jogo de hoje.

Suspirei, ciente de que ele não iria sossegar enquanto eu não contasse tudo. Era impossível na verdade, fechar a boca desse moleque fofoqueiro.

─── Pra quê tu quer saber das minhas intimidades seu merda? ─ estalei a língua, sem a mínima paciência. ─── Por acaso eu fico procurando saber em quantas tu meteu? Vai se fuder, porra.

─── Calma aí ô. Só tô curioso, você nunca sai de uma noitada desse jeito aí. ─ ele me olha, enquanto masca um chiclete de forma que me fizesse sentir vontade de acertar um soco naqueles dentes certinhos.

─── Que jeito? Tô normal. ─ dei de ombros, olhando pra galera da frente que ia bagunçando no ônibus.

Tava me sentindo no transporte da escola.

─── Normal a minha pica, cê tá igual aquela figurinha do Cirilo, isso sim. Muito Tchubiraum daum daum pro meu gosto. ─ ele diz a última frase de forma melodiosa, seguida de risadinhas escrotas. Rolei os olhos, não muito afim de responder suas piadinhas. ─── Mas vem cá, e a Isa em? Ela foi mesmo embora? Você nem falou mais nada.. ou será que era com ela que cê tava ontem? Geral ouviu em, quer dizer, pelo menos eu não, graças a Deus. Mas o James sim, o que eu diria que tenha sido uma puta má sorte, ficar hospedado no quarto do lado do teu. ─ ele continua falando, mas dessa vez acabo dando um sorrisinho, o que acabou entregando tudo.

─── Sim, eu estava com ela, e daí? ─ confessei, ou ele não iria sossegar. Me arrependi no segundo instante em que ele começou um barulho.

─── Eu sabia! Eu não sou mulher, mas minha intuição nunca falha. ─ diz convencido, dando batidas leves e irritantes nas minhas costas. Maldita hora que escolhi sentar logo perto desse Fifi.

─── Se abrir o bico pros moleques eu te caço e faço picadinho de Lucho. ─ ameaço. Na verdade, eu não queria que ninguém soubesse, pra que isso não se espalhasse pela internet.

Minha vida pessoal não interessa aos internautas, apenas se diz respeito a mim.

─── Que isso moreno, você não é assim. Tenha calma moreno. ─ ele imita um áudio do tiktok, começando a rir que nem um idiota depois. Odeio esse cara um tanto. Pra que caralhos ensinei memes brasileiros pra ele ?─── Relaxa, eu sou fofoqueiro mas nem tanto assim. Mas e aí, conta tudo. Foi bom???

─── Claro que sim, seu idiota.

─── Por que você tá todo bravinho em? Não sabia que a paixão também causava estresse e raiva.. mas pensando bem, causa sim. Eu sou a prova viva.

─── Talvez porque você esteja fazendo umas perguntas muito idiotas?????

─── Uai, nem sempre o truca truca é bom não, fio. Depende da pessoa né? Foi um lance mais romântico ou selvagem? Cara, adoro sexo selvagem, aliás, que saudade viu. ─ ele pensa alto, me fazendo estourar em uma risada automaticamente.

Esse otário tem o dom de te tirar do sério e te fazer rir logo em seguida em uma proporção absurda.

─── A cara do filho da mãe nem treme. Cê é muito cínico, é por isso que a gente se tornou amigo tão rápido. ─ digo, trombando seu braço com meu cotovelo.

─── Não muda de assunto, tô falando sério seu boboca.

─── Sei lá, foi bom, teve um sentimento sim, pelo menos da minha parte. Não sei ainda te dizer qual exatamente, mas senti algo, tô um pouco perdido. ─ confesso, fitando o chão e me perguntando o porquê de tanta demora pra chegar no estádio, não queria falar mais que o necessário.

─── Eu sabia, essa menina mexeu contigo mesmo! Tá muito na cara, você nem disfarça.

─── É, ela mexeu. ─ encosto minha cabeça da poltrona, relaxando a mesma e também os meus pensamentos.

Se isso for mesmo o que estou pensando, merda, não quero parar de sentir isso nunca.

[•••]

mais tarde, quartas de final
🇨🇴 × 🇦🇷

Narradora.

O jogo estava quase na metade

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O jogo estava quase na metade. A torcida gritava eufórica na arquibancada lotada de pessoas, não desistindo sequer um minuto do seu time. Todos ansiosos pelo título que apenas um conquistaria.

Richard procurava Isabella no meio da multidão, sempre que tinha uma oportunidade, mas se frustrava ao não encontrá-la. Eles não tiveram muita oportunidade para conversar naquela tarde, tudo estava uma grande correria. Ele queria vê-la, olhar para ela, nem que fosse de longe.

Ela estava nervosa com o placar, zero à zero. A partida cada vez mais acirrada e a mente do camisa 6 a mil. Apesar de saber do seu potencial e o dos seus amigos, sua mente insistia em fazê-lo se perguntar negatividades.

A seleção estava indo bem, faltava alguns minutos para o fim do primeiro tempo; houve algumas tentativas de gol, um até feito por James, porém marcado como impedimento. O placar continuou o mesmo até o fim, porém a torcida não desanimou. Inúmeras posses de bola a favor da Argentina, porém as da Colômbia, eram mínimas.

As pessoas votavam na internet, dando sua opinião sobre quem venceria, e o time colombiano não estava com tanta chance segundo o público das redes sociais.

Richard se sentiu culpado por não ter conseguido fazer muito nesse primeiro tempo, ainda mais, quando sentiu uma banana atingi-lo, da arquibancada, assim que se achegou ao banco. Seguido de uma frase que martelaria na sua cabeça por um bom tempo.

─── Joga essa merda direito seu bosta! Faz alguma coisa, você tá aqui pra isso. Bananão, joga nada! ─ ele se sente desapontado, ao mesmo tempo, com ódio.

Sente vontade de responder aquela provocação, mas percebe que não valia a pena. Junto com os outros, ele vai em direção ao vestiário, para tomar uma água e trocar o uniforme sujo. Respirar um pouco e talvez levar alguma reclamação necessária do professor, uma palavra de incentivo e encorajamento.

─── MAIS QUE FILHO DA PUTA! ─ Isabella grita ao observar o acontecido no telão. Suas bochechas se tornam vermelhas e uma raiva incompreensível lhe toma o corpo.

As pessoas ao seu redor pararam para olhar e ela se sente tímida, apesar de não estar muito errada.

mensagens | richard rios Onde histórias criam vida. Descubra agora