trinta e três | vou sentir saudade.

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Narradora.

Richard foi a viagem inteira de volta para o hotel em silêncio, enquanto seus companheiros de time cantavam animados no ônibus da seleção, ambos confiantes que esse era o ano da vitória

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Richard foi a viagem inteira de volta para o hotel em silêncio, enquanto seus companheiros de time cantavam animados no ônibus da seleção, ambos confiantes que esse era o ano da vitória.

Porém, sua mente se voltava a uma única coisa naquele momento: Isabella.

Se perguntava se ainda a encontraria lá quando voltasse, o que ela resolveu e como lidaria com a situação se ela tiver decidido ir.

Havia se apegado mais do que deveria. Terminou um relacionamento a pouco tempo e não sabia se estava pronto para entrar em outro. Não que reste algum tipo de sentimento por sua ex, apenas acredita que estaria se emocionando se fizesse um pedido de namoro assim tão de repente, quando passaram apenas uma noite juntos. Seria uma loucura.

Ele sentia que seu coração estava indo rápido demais quanto aos sentimentos.

Seus amigos pareciam dispersos em demasia para notá-lo tão quieto nos fundos, e ele agradeceu aos céus por isso. Não queria ter que dar satisfações a nenhum deles.

Ao chegar no hotel, ele não pensou duas vezes antes de ir até a recepcionista e pedir informações, percebendo de imediato que não era a mesma mulher que estava na recepção de manhã.

─── Oi moça, boa tarde. Eu queria saber se as brasileiras que estavam hospedadas aqui já deixaram o hotel. ─ perguntou na lata, ignorando o fato da mulher estar no telefone. Não quis ser mau educado, apenas lhe bateu um certo desespero.

A morena de cabelos longos e presos em um rabo de cavalo, abandona o aparelho e ajeita os fios para recebê-lo.

─── Bom dia, senhor. Não tenho muitas informações, eu sou nova aqui, estou cobrindo o turno da minha amiga. ─ ela responde e o mesmo suspira, batendo os dedos nervosos no balcão. ─── Mas se quiser posso fazer um telefonema e me informar sobre isso.

─── Por favor. ─ ele diz, seu tom de voz soando quase como uma súplica.

Impacientemente ele espera enquanto a mesma faz o tal telefonema e percorre os olhos pelo hall quase lotado.

─── A única informação que tenho, é que as três saíram hoje pela manhã. Porém, se desejar eu posso perguntar aos seguranças que estavam mais cedo no posto. ─ pronuncia, trazendo de volta a atenção do moreno para si.

─── Não, muito obrigado, já tenho minha resposta. ─ Richard responde, decepcionado.

De uma forma ou de outra, no fundo esperava que ela fosse ficar.

Isabella Trajano.

Suspiro fundo ao descer do carro com minhas amigas, sentindo um estranho frio na barriga incontrolável

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Suspiro fundo ao descer do carro com minhas amigas, sentindo um estranho frio na barriga incontrolável. Elas vieram todo o percurso em silêncio, não disseram uma palavra sequer, isso era estranho levando em consideração o fato de serem tão tagarelas quanto eu, ainda mais quando estávamos juntas.

A verdade é que a ficha ainda não caiu que tinham que se desfazer de tudo que viveram aqui. Foi tudo tão surreal e aconteceu do jeitinho que deveria acontecer.

─── Você tem mesmo certeza de que quer ficar aqui? ─ Verônica pergunta, quando ficamos as três de frente uma para outra. Dentro do aeroporto cheio de pessoas ao nosso redor, a sensação de despedida me angustiando, mesmo que fossem apenas alguns dias.

─── Sim. ─ pronunciei confiante, beijando a testa de cada uma individualmente, recebendo um beijo das duas ao mesmo tempo. Era o nosso bordão.

─── Vou sentir saudade, espero que curta isso aqui por nós, o máximo que puder. Não deixa pra amanhã o que pode fazer agora, agarra esse homem de uma vez e não solta! ─ Lisa diz brincalhona, quase querendo chorar.

─── Também vou sentir saudade, e não chora, são só mais alguns dias e eu já vou estar de volta. Toma conta da Verônica por mim e não deixa ela fazer nenhuma besteira. ─ digo séria para a morena a minha frente, trazendo para mim o olhar da cacheada, que me fuzilou.

─── Ei, eu tô aqui!!! ─ bufa, rolando os olhos e eu sorri. Iria sentir falta dessas duas um tanto.

─── Obrigada, Lisa. Por ser a mais sensata, madura, e por trazer nós duas com você pra viver isso aqui. Te amo, amo vocês. ─ falo, enquanto flashes de todos os momentos vividos, passam pela minha cabeça.

─── Obrigada você por mandar a mensagem errada pro cara certo. Não estaríamos em uma festa da seleção, pertinho deles, se não fosse por esse pequeno grande detalhe. ─ Lisa fala, fazendo questão de dizer que de alguma forma eu contribuí para que aquele sonho se tornasse realidade.

─── Feliz por ter vivido isso com vocês, minhas melhores amigas. ─ Verônica diz por fim, abraçando nós duas com força. Sinto vontade de chorar, porém seria idiota demais. A gente iria se ver em alguns dias, então pra que?

─── Nossa, que brega. ─ digo brincalhona, me afastando e arrancando uma risada das duas. ─── Boa viagem de volta, encontro vocês em breve.

─── Fica bem, se cuida sua maluca. ─ diz Lisa.

─── E não deixa de mandar mensagem e contar os detalhes. ─ Verônica pisca, fazendo-me sorrir com o ato.

Demos um último abraço, dessa vez coletivo e eu observo ambas sumirem entre as centenas de pessoas ali, indo e voltando. Suspiro fundo e não deixo de sentir o frio na barriga.

Ao entrar de volta no carro, a cena do beijo com Richard invade minha mente, me arrancando um sorriso sincero.

Não consigo tirá-lo da minha cabeça. O que é uma droga, porque sinto que isso não é mais somente uma admiração pelo que ele é ou faz.

Cada dia que se passa sinto a intensidade dos meus sentimentos, se aflorando, me deixando confusa.

Mais ainda por não saber se ele se sente igual.

Tudo que fizemos na noite anterior, se repete inúmeras vezes como um filme em minha mente. Desde aos toques, beijos, carícias e aquele sexo maravilhoso que eu não esqueceria nunca, nem mesmo se quisesse.

mensagens | richard rios Onde histórias criam vida. Descubra agora