CAPÍTULO DEZ

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- Acorda, gatinho - ouvi uma voz sedutora enquanto uma mão deslizava pelo meu corpo - Está amanhecendo, e já que não podemos sair, não quero ficar entediado.

Abri os olhos, mas logo os fechei novamente, lutando contra a luz que invadia o quarto.

- Qual é, eu não maltratei tanto você ontem à noite - o loiro riu, a malícia em sua voz quase me fez sorrir.

- Cala a boca… - hesitei por um instante antes de completar - Klaus.

- Você falando assim parece que não tem sentimentos - ele fez uma pausa, como se se divertisse com a ironia - Ah, é, você não tem mais.

Levantei-me na cama, encarando-o enquanto ele cantarolava, se movendo pelo quarto com a energia de alguém que não conhecia limites.

- Olha pelo lado bom: o vidro desse quarto é temperado. Podemos ficar olhando o dia sem sermos queimados.

Ele me encarou com um olhar desafiador, como se esperasse que eu me deixasse levar pela ideia.

- Fascinante - respondi, forçando um sorriso cínico.

- Você deveria ficar feliz por eu gostar tanto de você e aceitar ser apenas seu - ele disse, um sorriso provocador no rosto.

- E por que eu deveria? - perguntei, coçando os olhos enquanto tentava me livrar da sonolência.

- Porque algumas pessoas não conseguem resistir à minha beleza, ao meu charme, ao meu estilo, e, claro, à minha capacidade interminável de ouvir Chase Atlantic - ele sorriu, cheio de si - Eu poderia ter quem eu quisesse.

Soltei uma risada incrédula, não conseguindo conter a ironia.

- Que piada - respondi, balançando a cabeça em descrença - Vai lá então, garanhão.

- Está sol, amor. Sabe que não posso - ele disse, fazendo um biquinho que me fez revirar os olhos.

- Então, se estivesse escuro, você iria?- perguntei, levantando-me enquanto soltava uma risada.

Em questão de segundos, Klaus se aproximou, me empurrando contra a parede com uma velocidade surpreendente, um sorriso provocador nos lábios.

- Mas eu quero você - ele sussurrou, a intensidade de suas palavras me deixando sem fôlego - Quero seu corpo, não de outra pessoa.

O calor da sua presença me envolveu, e por um momento, a realidade ao nosso redor desapareceu, restando apenas nós dois e a tensão palpável no ar.

O coração disparou em meu peito, e um turbilhão de emoções se agitou dentro de mim. A forma como Klaus se aproximou, a intensidade do seu olhar... era como se ele estivesse desafiando não apenas o sol, mas a própria lógica do que éramos.

- Klaus... - murmurei, tentando encontrar palavras que fizessem sentido.

Mas a verdade era que tudo o que eu queria era ceder àquele momento, mesmo sabendo o que isso significava.

Ele me observava, a expectativa nos olhos vermelhos brilhantes enquanto eu hesitava. A parede fria nas minhas costas contrastava com o calor que emanava dele, e por um instante, eu pensei em me entregar.

- Você sabe que isso é um erro, não sabe? - falei, tentando manter um tom firme, mas minha voz traiu minha dúvida.

- Erro? - ele repetiu, um sorriso desafiador brincando nos lábios - A única coisa errada aqui é não aproveitar o que temos.

A verdade era que ele estava certo. Desde que tudo começou, eu estava lutando contra mim mesmo, contra meus sentimentos e essa conexão que não conseguia ignorar. O que era um desejo tornou-se um anseio desesperado, e naquele momento, eu não sabia mais o que era certo ou errado.

On You - NaruSasu *ABO*Onde histórias criam vida. Descubra agora