Capítulo 6

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Gosto de jogos, em qualquer partida de qualquer jogo eu tenho a certeza de que vou ganhar, e quando deixei aquela X marcado no rosto de Maura queria que Alice o encontrasse, só acreditei demais nas suas capacidades, pensei que ela o veria assim que entrasse no apartamento, mas a subestimei.

Fico pensando: será que ela percebeu o recado?

Queria que sim, queria que a fotografia não ficasse marcada apenas como mais uma evidencia a ser catalogada, mas como disse eu a subestimei.

- Ele queria estar um passo à frente – Alice entrou no seu escritório, ela estava cheia de raiva, não tinha conseguido nada com as perguntas que fez a Ana.

Já tinha passado dois dias desde que encontrou o corpo de Maura, tão sem vida quando a um copo de whisky vazio.

- Precisamos alinhas coisas, ele precisa de motivações, como ele escolhe essas vítimas?

Carlos entrou atrás dela, questionando meus comportamentos.

- Elas não estão ligadas, a não ser por sua aparecia. Não consigo acreditar que ele as vê na rua e diz é essa!

É isso?

Alice parou do outro lado da mesa, ela olhou para Carlos, ela quase esquecia que ele era seu pai, que eles tinham vida por trás da investigação.

Ela o encarou e por um minuto ficou em silencio se perguntando o que havia acontecido com ele. Carlos sempre foi um homem cheio de vida, corria pela manhã na orla, gostava de ir ao stand de tiro, mas olhando para ele ali naquela sala com a iluminação genérica e hospitalar Alice pode notar o qual pálido ele estava.

Seus olhos estavam fundos e com olheiras, o cabelo que antes tinha um brilho estava opaco e com fios brancos aparente, a pele dele estava ressecada.

- Você está bem? – Ela perguntou ainda encarando-o.

Carlos foi pego de surpresa, ele poderia ter feito a mesma pergunta, também se preocupava com a filha, era o que ele tinha feito desde que ela voltou. Como pai ele se perguntava por que ela não usava a aliança de noivado, mas nunca falava sobre o noivo.

Ele tentou se convencer que eles ainda estavam sem se falar por causa do retorno a cidade, mas parou de se culpar quando nem Alice tocou no assunto, é coisa dela, ele dizia a si mesmo.

- Sim, que pergunta – ele se sentou no sofá ao lado da porta – sim estou bem – talvez se ele confirmasse parecesse que era verdade.

- Acho que nem conversamos sobre – ela se interrompeu olhando para ele – você não está bem.

No fundo ela sabia, ele estava cansado, toda a correria sendo chefe daquele departamento, as cobranças, não era apenas aquele caso que ele estava acompanhando de perto, ainda tinha pelo menos mais uns quatro casos acontecendo simultaneamente.

- Vou me aposentar – ele disse fazendo Alice se sentar à mesa, ele nunca imaginou essas palavras saindo da boca de Carlos, ele continuou – sabíamos que isso aqui não seria para sempre.

- Você está cansado, isso não é motivo de aposentadoria – ela olhou para os papeis e arquivos em cima da mesa a fim de escapar dos olhos de Carlos – tirar umas férias, tenho certeza de que você deve ter umas duas vencidas.

- Já entreguei o pedido – ele respirou fundo – e o Guilherme?

Ela voltar a encará-lo, tinha que contar para ele, era o seu pai e desde que ela se entende por gente sempre foi apenas eles dois.

Alice não deixou escapar nenhum detalhe, em certo ponto enquanto contava como tinha sido difícil sair da cidade ela sentou-se ao seu lado, deitou-se no seu colo e chorou como uma menininha faz no colo de seu pai.

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⏰ Última atualização: Sep 28 ⏰

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