FOREVER WINTER

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Música de Acompanhamento: "Forever Winter" - Taylor Swift

"If I was standin' there in your apartment
I'd take that bomb in your head and disarm it
I'd say I love you even at your darkest
And please don't go
I didn't know
You were breakin' down..."

Sophia olhou para a tela, e a expressão de alegria desapareceu tão rápido quanto havia surgido. O nome "Júlia" piscava na tela, trazendo de volta todas as preocupações e sentimentos dolorosos que ela havia tentado esquecer naquela noite.

O clima pesou quase que instantaneamente. Gigi e Mariana trocaram um olhar preocupado, e Rosamaria sentiu um misto de raiva e ciúme crescer em seu peito. A tensão na sala tornou-se palpável, e o silêncio que se seguiu foi opressor.

— Você... vai atender? — perguntou Gigi, com cautela.

Sophia hesitou, olhando para o telefone por um longo momento antes de balançar a cabeça. — Não. — disse, a voz firme, mas com um tremor subjacente. — Não quero falar com ela agora.

O silêncio continuou a pairar, e Rosamaria sentiu o peito apertar. Queria dizer algo, mas as palavras pareciam presas. Era doloroso ver Sophia assim, tão machucada, e ainda mais difícil lidar com o fato de que havia outra pessoa envolvida. Uma pessoa que parecia não tratar Sophia como ela merecia ser tratada.

Finalmente, Mariana tentou quebrar a tensão. — Tudo bem, amiga. Estamos aqui com você. — disse, segurando a mão de Sophia e dando-lhe um sorriso de apoio.

Gigi assentiu. — Sim, vamos voltar para o vinho e esquecer disso por um tempo, tá bom?

Sophia forçou um sorriso, ainda visivelmente abalada, mas agradecida pelo apoio. — Obrigada, meninas. Eu... realmente precisava disso.

Elas se esforçaram para retomar a conversa, para trazer de volta o clima leve de antes. Mas Rosamaria sabia que, para ela, o estrago já estava feito. Ver Sophia sofrendo daquele jeito mexia com ela de um jeito que não conseguia controlar.

Enquanto as amigas tentavam distraí-la, Rosamaria tomou um longo gole de vinho, tentando acalmar os próprios sentimentos. Naquele momento, soube que precisava fazer alguma coisa. Não sabia exatamente o quê, mas não podia simplesmente ficar parada, assistindo de longe enquanto Sophia sofria.

O jantar havia sido maravilhoso. Todas as meninas elogiaram Gigi pelo menu delicioso e diversificado. O clima, antes tenso, agora era leve e descontraído. Sophia, mesmo com a tristeza inicial, desligou o celular e se permitiu rir de assuntos aleatórios, mergulhando nas lembranças e piadas internas que as uniam.

Depois do jantar, enquanto todas ajudavam a arrumar a cozinha, rindo e conversando sobre qualquer coisa que surgisse, Rosamaria sentiu um impulso que vinha crescendo desde o início da noite. Precisava falar com Sophia, e não podia adiar mais.

Ela se aproximou de Sophia, que estava guardando os pratos no armário, e respirou fundo antes de falar.

— Sophia, você pode conversar comigo um pouquinho? Na varanda?

Sophia parou o que estava fazendo e a olhou com surpresa e, talvez, um pouco de medo. Havia algo nos olhos de Rosamaria que a deixava nervosa, mas ela assentiu, tentando não demonstrar a confusão que sentia.

— Claro, Rosa. Vamos lá.

Gigi e Mariana, que observavam a cena, trocaram um olhar cúmplice. Mariana, porém, parecia preocupada. Antes que Rosamaria pudesse sair da cozinha, ela a puxou pelo braço, olhando profundamente nos olhos da amiga.

— Rosa, por favor, seja cuidadosa com suas palavras. — disse Mariana em um sussurro, tentando transmitir toda a preocupação e carinho que sentia. — Sem raiva, sem mágoas. Vocês já se machucaram demais. Essa conversa precisa ser sobre sinceridade e empatia. Só isso, ok?

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