THE PROPHECY

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Música de Acompanhamento: "The Prophecy" - Taylor Swift

"Please, I've been on my knees, change the prophecy
Don't want money, just someone who wants my company
Let it once be me, who do I have to speak to
About if they can redo the prophecy?"

A única parte boa dessa segunda-feira, quando Sophia abriu os olhos, foi lembrar que era feriado. Ela ainda se sentia exausta, mas mentalmente. A noite anterior tinha sido um turbilhão de emoções, e a mente dela simplesmente não desligava. Entre pensamentos confusos, a hora foi avançando até que ela finalmente adormeceu, por volta das quatro da manhã. Agora, eram 11:45.

Com esforço, levantou-se e foi direto para a cozinha preparar um café. Enquanto a cafeteira trabalhava, ela ficou ali, parada, absorta em seus pensamentos. A xícara logo se encheu e, com o café fumegante em mãos, Sophia caminhou até o sofá. O primeiro gole trouxe uma sensação de conforto inesperada, o calor descendo suavemente pela garganta, quase como um abraço. Sentia-se mais presente, mais conectada consigo mesma.

No entanto, as preocupações continuavam a rondar sua mente. A cena com Júlia no dia anterior a perturbava. O ciúme que Júlia demonstrou em relação a Rosamaria beirava o irracional. Ela havia se tornado possessiva e manipuladora, e Sophia sabia que precisaria lidar com isso. Mas o que a assustava mais era a própria confusão que sentia.

Rosamaria... A simples menção do nome fazia o coração de Sophia bater mais rápido. Não era fácil, depois de tanto tempo e tantos mal-entendidos, imaginar uma reaproximação. Será que isso era o que ela realmente queria? Será que estava preparada para enfrentar os fantasmas do passado?

Ela não sabia responder a essas perguntas, mas sentia que não podia mais fugir. Rosamaria representava tanto – dor, saudade, lembranças boas e ruins – e, acima de tudo, esperança. Talvez fosse isso que a assustava. Ainda assim, não queria desperdiçar a chance, por mais incerta que fosse.

Num impulso, Sophia se levantou e pegou o violão que estava encostado na parede. Compor sempre foi seu refúgio, a maneira mais natural de lidar com suas emoções. Quando as palavras não saíam, a música se encarregava de dizer tudo. Sentou-se no sofá, ajustou as cordas e começou a dedilhar uma melodia suave, sem compromisso, apenas deixando os dedos guiarem suas emoções.

À medida que tocava, as notas foram se encaixando e, pouco a pouco, a melodia se transformou em algo mais sólido, mais definido. As palavras começaram a surgir em sua mente, como se estivessem esperando esse momento para se revelarem. Cantarolando, ela começou a transformar suas confusões em versos.

"Please, I've been on my knees, change the prophecy
Don't want money, just someone who wants my company
Let it once be me, who do I have to speak to
About if they can redo the prophecy?
Who do I have to speak to to change the prophecy?"

A canção, ainda inacabada, parecia ser a tradução perfeita do que ela estava vivendo. Sophia sabia que teria muito o que pensar e decidir nos próximos dias, mas, por enquanto, apenas deixou que a música a levasse. Era seu modo de fazer as pazes com as próprias emoções, de acalmar o turbilhão dentro dela.

Quando terminou de tocar, uma sensação de alívio tomou conta. Talvez nada estivesse resolvido, mas, naquele momento, tudo parecia um pouco mais fácil de suportar. Com um último gole de café, Sophia fechou os olhos e respirou fundo, como se, pela primeira vez em muito tempo, pudesse realmente se permitir descansar.

O dia estava apenas começando para ela.

Já Rosamaria acordou cedo, mesmo sendo um feriado. O sol mal havia aparecido no horizonte quando ela desceu para a academia do prédio, ainda envolta no ar frio da manhã. O silêncio do lugar parecia ecoar sua tranquilidade interna, algo que ela não sentia há muito tempo. Pegou o celular e mandou uma mensagem para o grupo com Mariana, Roberta e Carol. Em poucos minutos, todas estavam lá, formando o quarteto inseparável que sempre foi.

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