MEMORIES

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Música de Acompanhamento: "Memories" - Maroon 5

"There's a time that I remember, when I did not know no pain
When I believed in forever, and everything would stay the same
Now my heart feel like December when somebody say your name
'Cause I can't reach out to call you, but I know I will one day."

Era um dia comum na vida de Rosamaria, uma atleta dedicada que se preparava para mais um treino de vôlei. Sua concentração era total, pois ela se preparava para um campeonato importante, e seu objetivo era claro: destacar-se e levar seu time à final, resultando em uma vitória.

Enquanto se dirigia para a quadra, uma notificação em seu celular a interrompeu. Era uma mensagem de um grupo de amigos da faculdade, que, embora pouco movimentado e quase inativo, representava um vínculo forte entre eles. Sabiam que podiam contar uns com os outros em momentos delicados, difíceis ou de felicidade, mesmo que as interações fossem raras.

Intrigada, Rosamaria abriu o aplicativo e se deparou com um convite para um reencontro. Um sorriso involuntário brotou em seu rosto ao imaginar a possibilidade de rever os amigos. Contudo, sua expressão se transformou quando notou que Sophia Albuquerque havia confirmado presença. Até então, Rosa havia achado a ideia do reencontro incrível, mas a presença de Sophia a deixou apreensiva.

A expectativa e a insegurança começaram a se entrelaçar em sua mente, trazendo à tona sentimentos que ela preferia deixar enterrados. O que era para ser um momento de alegria agora se tornava um dilema.

Rosamaria travou o olhar na tela do celular, como se assim pudesse encontrar respostas para as perguntas que começavam a fervilhar em sua mente. O nome de Sophia destacava-se em meio aos outros, quase como se estivesse brilhando. Era absurdo como, mesmo depois de tantos anos, apenas a menção à presença dela podia desestabilizar Rosamaria dessa maneira.

Ela sentiu o estômago revirar. Lembranças de um tempo distante passaram pela sua mente como um filme em câmera lenta: os risos compartilhados em madrugadas em claro, os passeios pelo campus, a cumplicidade e, claro, a última conversa que tivera com Sophia, tão cheia de acusações e palavras não ditas. Foi uma despedida amarga, sem sentido, sem resolução. E agora, ali estava ela, prestes a encarar de frente a pessoa que tanto evitou.

FLASHBACK

O sol da tarde pintava o campus com tons dourados enquanto Sophia e Rosamaria se esparramavam na grama do parque, cercadas por livros e cadernos esquecidos. Era ali que passavam boa parte dos dias, estudando ou apenas rindo de qualquer besteira. E, ultimamente, esses momentos eram o que Sophia mais aguardava.

— Eu não acredito que você conseguiu convencer o professor de que a tese dele estava errada — Sophia riu, balançando a cabeça enquanto olhava para Rosamaria. — Só você mesmo, Rosa.

Rosamaria deu de ombros, um sorriso travesso nos lábios. — Que culpa tenho se sou convincente? — brincou, esticando-se como um gato preguiçoso. — Mas, falando sério, você devia parar de subestimar o quanto é boa. Eu só me saí bem porque tive você pra me ajudar.

Sophia desviou o olhar, sentindo as bochechas esquentarem. Rosamaria sempre soubera como fazer com que ela se sentisse especial, mas, ultimamente, a sensação era diferente. Cada elogio, cada sorriso parecia significar mais. Sentia seu coração bater mais forte e um misto de excitação e confusão tomava conta dela toda vez que estavam juntas.

— Você acha? — perguntou, hesitante. — Às vezes eu sinto que não sei o que estou fazendo... não só na faculdade, mas, sabe, na vida.

Rosamaria se sentou, encarando-a com uma seriedade que contrastava com o habitual tom descontraído. — Todos nós sentimos isso de vez em quando, Sophia. Mas você é incrível. Não precisa saber todas as respostas agora.

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