STAY

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Música de Acompanhamento: "Stay" - Rihanna

"The reason I hold on
'Cause I need this hole gone
Well, funny you're the broken one
But I'm the only one who needed saving
'Cause when you never see the light
It's hard to know which one of us is caving..."

Sophia permanecia deitada, o celular em suas mãos, mas a mente perdida entre memórias e pensamentos conflitantes. Ela tentava focar no trabalho, abrindo alguns dos e-mails que precisava ver antes de chegar no escritório, ela decidiu tirar a parte da manhã para o bem dela, para tentar se acalmar, mas a imagem de Júlia chorando insistia em reaparecer, fazendo-a fechar os olhos com força. Não era apenas o fato de que Júlia havia a machucado, mas a culpa por não conseguir fazer o que precisava ser feito.

Ela rolou na cama, encarando o teto. Sua cabeça latejava. "Covarde", pensou, como se a palavra estivesse martelando junto com a dor. Terminar com Júlia seria o passo mais óbvio, mas algo a segurava. Talvez fosse o medo de magoá-la mais ainda, ou talvez, fosse o medo de que algo pudesse acontecer.

O toque suave do celular vibrando interrompeu seus devaneios. Era uma mensagem de Rosa: "Como você está hoje? Quer conversar?"

Sophia hesitou por um segundo, os dedos pairando sobre a tela. Ela não queria ser um fardo para ninguém, mas sabia que precisava falar com alguém ou se afundaria ainda mais na própria confusão. Finalmente, respondeu: "Não tô muito bem... Tá livre pra um café?"

Rosa respondeu quase que imediatamente: "Claro. Eu passo aí em 30 minutos."

Sophia suspirou, sentindo um alívio ao menos temporário. Talvez, com Rosa por perto, ela conseguisse entender melhor o que estava sentindo.

Quando Rosa chegou ao apartamento de Sophia, tocou a campainha e ouviu a voz abafada da amiga do outro lado da porta. — Sobe, por favor. Só preciso de mais 15 minutos e a gente pode ir. — Rosa, preocupada, subiu sem hesitar.

Ao entrar, foi recebida com um abraço apertado de Sophia. Ela parecia frágil, exausta, mas ainda assim forçou um sorriso. — Fica à vontade, já volto. — disse, apontando para o sofá.

Rosa se acomodou, seus olhos vagando pelo ambiente enquanto esperava. Hoje Rosa tinha a manhã toda livre, mas em compensação Zé marcou um treino na parte da tarde que se estenderia até a parte da noite. Tudo parecia normal, exceto pelo reflexo que ela viu ao olhar de relance para Sophia, que se arrumava apressadamente no quarto. Seu coração apertou ao perceber marcas nos braços da amiga. Marcas que só tinham uma origem.

A raiva cresceu dentro de Rosa, seus pensamentos girando em torno de Júlia. Como ela podia fazer isso com Sophia? A ideia de confrontar Júlia começou a tomar forma em sua mente. Queria fazê-la se arrepender profundamente por cada dor que havia causado.

Antes que pudesse afundar mais nesses pensamentos, Sophia interrompeu: — Podemos ir?

Rosa levantou-se rapidamente, e as duas foram em direção a porta, ao se virar, as duas se viram tão próximas que era impossível não sentir a respiração uma da outra. Um momento de silêncio pairou entre elas, carregado de tensão. As duas se olhavam sem dizer nada, até que Sophia, sem hesitar, puxou Rosa para um beijo. Um beijo que dizia mais do que palavras poderiam expressar.

Depois de alguns longos segundos, Rosa recuou, quase sem fôlego. — Sophia, isso não é uma boa ideia. Você está fragilizada, e a situação é complicada, talvez seja melhor eu ir embora...

Mas Sophia, com um olhar que misturava dor e desejo, encarou-a, implorando por algo que ia além do físico.

— Fica. — Isso foi o suficiente para Rosa esquecer tudo o que tinha acabado de dizer. Ignorando as preocupações e as consequências, ela beijou Sophia com intensidade, um beijo que fazia parecer que o tempo havia parado.

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