YOU'RE LOSING ME

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Música de Acompanhamento: "You're Losing Me" - Taylor Swift

"Do I throw out everything we built or keep it?
I'm getting tired even for a phoenix
Always risin' from the ashes
Mendin' all her gashes
You might just have dealt the final blow..."

Depois da conversa com Sophia, Rosa sentia-se surpreendentemente mais leve. Era como se, pela primeira vez em muito tempo, ela pudesse respirar sem aquele peso constante no peito. Enquanto dirigia de volta para casa, refletia sobre tudo o que tinha acontecido. Nunca havia realmente parado para pensar no quanto Sophia tinha sofrido com a rejeição da própria família por causa de sua sexualidade. Sempre esteve tão cega de raiva que nunca quis saber nada sobre a vida dela.

Rosa suspirou, sentindo um misto de culpa e alívio. Não sabia se estava pronta para perdoar completamente, mas, pelo menos, agora conseguia enxergar Sophia sob uma nova perspectiva. Queria fazer diferente. Queria conhecê-la de verdade e construir uma amizade genuína.

Perdida em pensamentos, quase perdeu a entrada para sua rua. Desviou rapidamente e estacionou o carro em frente ao prédio. Desligou o motor e, por um momento, ficou ali, sozinha com suas próprias emoções, antes de decidir que era hora de descansar. A competição estava próximo, e ela precisava estar no seu melhor para junto de sua equipe, conquistarem a vitória.

Enquanto isso, Sophia sentou-se no carro, ainda sentindo os efeitos da conversa com Rosa. Ligou o celular e, instantaneamente, a tela foi preenchida por dezenas de notificações. Chamadas perdidas, mensagens... Todas de Júlia. O peito de Sophia apertou. Sabia que ia ter que lidar com aquilo, mas não esperava que fosse tão imediato.

Ela respirou fundo e, com uma sensação de resignação, discou o número de Júlia. Assim que a chamada conectou, a voz da namorada surgiu do outro lado, embargada e trêmula.

— Finalmente, Sophia! Onde você estava? Eu estava te ligando desesperada! — Júlia quase gritava.

— Desculpa, amor... Eu estava resolvendo umas coisas. O que aconteceu? Você está bem? — Sophia tentou manter a calma, mas já sabia que a conversa não seria fácil.

— Não, não estou bem! Eu me queimei fazendo o jantar, Sophia! A dor é horrível... E você simplesmente desapareceu! — Júlia começou a chorar de verdade, e Sophia sentiu o coração se apertar.

— Meu Deus, Júlia, eu sinto muito! Eu já estou indo para aí, tá? Vou pegar o carro agora.

Sophia desligou sem esperar resposta e ligou o motor. O som do choro da namorada ecoava em sua mente enquanto dirigia rapidamente pelas ruas escuras.

Quando chegou à casa de Júlia, encontrou-a no sofá, com uma expressão de dor no rosto, mas, curiosamente, com um curativo bem-feito no braço.

— Júlia, meu amor... Como você está? Mostra pra mim. — Sophia se ajoelhou ao lado dela, observando o curativo. — Parece que você fez um bom trabalho aqui. Quer que eu te leve para o hospital?

Júlia balançou a cabeça, fungando.

— Não, não precisa... Eu já passei uma pomada. Mas... onde você estava, Sophia? Por que não atendeu minhas ligações?

— Eu estava resolvendo umas coisas... — começou Sophia, hesitante.

— Que coisas? Com quem você estava? — Júlia a encarou com os olhos vermelhos, mas havia algo mais ali – um brilho perigoso.

— Eu estava com as meninas, nada demais... — Sophia disse sem olhar nos olhos da namorada.

— A Rosamaria estava lá também, não estava? — A voz de Júlia subiu de tom. Sophia engoliu seco e assentiu.

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