Uma noite de Trégua

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Após a tensão de que a Marinha poderia estar na ilha. Eles tinham certeza que estavam seguros- ao menos por enquanto - e agora podiam baixar a guarda. As luzes do porto de Esperança os chamavam, uma promessa de descanso, bebida e diversão. A noite seria deles.

Daniel e Lindsay, depois de um rápido planejamento sobre os próximos passos, deram a ordem para que suas tripulações desembarcassem. O céu estava limpo, as estrelas brilhavam, e a cidade portuária fervilhava de vida. Era o lugar ideal para uma pausa, e os homens e mulheres, que enfrentavam o mar com bravura, estavam prontos para algumas horas de folga.

- Não temos pressa para partir - disse Lindsay a Raul, enquanto desembarcava do Tempestade Negra. - Que eles aproveitem a noite.

- Se alguém vai se meter em problemas, será Ely e Pedro - comentou Raul com um sorriso discreto. - Mas vou manter um olho neles, só por precaução.

Enquanto isso, a tripulação de Daniel estava ansiosa para sentir o chão firme sob os pés e saborear o primeiro gole de rum em semanas. Ely, sempre o mais agitado, já estava à frente, arrastando Pedro com ele até a taverna mais próxima, O Barril de Ouro.

- Hoje, ninguém me segura! - gritou Ely, com um brilho nos olhos, enquanto Pedro o seguia, rindo.

A cidade era uma mistura vibrante de piratas, comerciantes e habitantes locais, com tavernas em cada esquina. As luzes amareladas dos estabelecimentos contrastavam com a escuridão do mar que cercava a ilha. Era um lugar onde as vozes altas e as risadas dominavam, onde as canções de piratas enchiam o ar.

Na taverna O Sirene Encantada, Lindsay e Daniel, um pouco mais reservados, escolheram um lugar mais tranquilo. Ali, a música era suave, e as conversas mais baixas, longe do tumulto das tavernas mais populares.

- Uma noite tranquila, finalmente - disse Daniel, bebendo de sua caneca.

Lindsay assentiu, mas seus olhos ainda refletiam o pensamento nos perigos que haviam enfrentado, e nos que ainda estavam por vir.

- Por enquanto, pelo menos - respondeu ela, olhando pela janela. - Mas deixemos o futuro para amanhã.

Enquanto os dois relaxavam e bebiam, a tripulação se espalhava pelas tavernas da cidade. Leoni, Ely e Pedro se reuniram com outros membros do Fúria dos Ventos e se jogaram nas rodas de apostas, onde Ely já estava ganhando a atenção ao contar histórias exageradas sobre suas aventuras no mar.

Bia e Raul, por outro lado, preferiram uma taverna mais tranquila, O Cais da Lua, um pouco mais afastada, onde podiam observar a movimentação dos outros piratas sem se envolver diretamente.

- Não consigo entender como Ely tem tanta energia depois de tudo o que passamos - comentou Bia, enquanto observava o grupo distante.

- Ele vive para esses momentos - respondeu Raul, rindo. - E, de certa forma, acho que isso mantém o ânimo da tripulação.

Enquanto o rum fluía e a noite avançava, as conversas entre os membros das tripulações variavam entre lembranças de batalhas no mar e esperanças para o futuro. No entanto, o clima era leve. Muitos estavam mais interessados em paquerar as pessoas locais ou se perder nos braços de um flerte de uma noite.

Luis, o navegante do Tempestade Negra, encontrou-se cercado por outros piratas e marinheiros em uma mesa de jogos, enquanto uma mulher atraente ria de suas piadas. Já Miguel, sempre o observador, vagava entre as diferentes tavernas, garantindo que ninguém se metesse em confusão - ou ao menos, que não causassem um problema grande demais.

Entre risos, apostas e canções, a noite em Esperança era uma pausa merecida. Por algumas horas, todos puderam esquecer dos perigos constantes que enfrentavam e simplesmente desfrutar dos prazeres da vida em terra.

Amor e Sangue no MarOnde histórias criam vida. Descubra agora