「 Concluída 」De um lado, Park Jimin, 21 anos, estudante de artes cênicas e dança, que trabalha como barman em uma boate à noite para pagar suas crescentes dívidas universitárias e o aluguel do apartamento que divide com sua namorada (ou ex).
Do outr...
Quatro dias se passaram desde aquele dia terrível, e era como se eu ainda pudesse ouvir o barulho seco dos disparos ecoando na minha cabeça.
Acordei suando frio e com as costas doloridas, depois de mais uma noite dormindo na poltrona ao lado da cama do Jungkook, no hospital. O silêncio da sala só era interrompido pelo som rítmico dos aparelhos monitorando os sinais vitais dele, e agora, pela minha respiração pesada.
Ontem, ele finalmente passou pela cirurgia para retirar a bala que o atingiu, e, embora os médicos tenham dito que a operação foi um sucesso, a sensação de alívio ainda não tinha chegado pra mim. Eu não conseguia relaxar.
Me levantei devagar, sentindo cada músculo doer, e olhei para ele. Jungkook estava pálido, ainda sedado, com bandagens enroladas ao redor da barriga e costela. Mesmo ali, vulnerável, ele parecia tão forte, como se em qualquer momento fosse abrir os olhos e me dizer que tudo isso foi só um pesadelo. Mas não era, infelizmente foi real.
Passei a mão pelo meu rosto, tentando afastar o cansaço. Queria poder voltar no tempo, estar no lugar dele, impedir o que aconteceu. Ele sempre foi tão cuidadoso, sempre me protegendo, e agora... está aqui por minha culpa.
Ela não faria nada contra ele se eu não existisse nisso.
Me aproximei da cama, peguei a mão dele com delicadeza e segurei firme. O calor da sua pele, mesmo que fraco, ainda estava lá, o que me trazia esperança.
— Você tem que acordar logo, Kookie... — sussurrei, tentando controlar a emoção que queria transbordar. — Eu preciso de você aqui.
Fiquei ali por mais um tempo, observando o peito dele subir e descer devagar, num ritmo constante. Lembrei de todos os momentos que passamos juntos, das risadas, das brigas e das vezes que ele, sem dizer nada, me puxava para perto, como se soubesse que eu precisava disso mais do que qualquer palavra.
O som da porta se abrindo me tirou dos meus pensamentos. A enfermeira entrou com um sorriso gentil, trazendo a bandeja com os medicamentos e verificando os sinais vitais dele. Eu me afastei um pouco, dando espaço, mas sem soltar a mão dele.
— Ele está reagindo bem — disse a enfermeira, tentando me tranquilizar. — Mas a recuperação ainda vai ser lenta. Ele precisa de descanso, e você também.