O sol se levanta para aquela cidadezinha, mas as nuvens de chuva assumem todo o céu. Começa uma tempestade logo cedo. Bruno se levanta para ir à escola, é o retorno às aulas. Se prepara, toma café da manhã e entra no carro com seu pai, sem manter seus sapatos limpos da lama de uma terra molhada. A chuva só se intensifica.
Girassol Educação, é o nome da única e grande escola da cidade. Aquela entrada com um grande pátio vazio, em cores de amarelo e branco, logo se enche de jovens. Os corredores cheios de armários, logo estão engarrafados. É onde todas as crianças e adolescentes da cidade se encontram.
Chegando empolgado, Bruno reencontra seus amigos, Pol e Jonathan, ambos costumavam se reunir com ele e Lucas em suas aventuras na infância. Apesar de não ter ficado uma semana sequer sem ver seus amigos nas férias, sente como se fosse a primeira vez em um longo tempo. Bruno avista Jéssica, uma antiga namorada, eles ainda são bons amigos, se cumprimentam sempre que se encontram pelos corredores. Adentrando os corredores de Girassol, se esbarra em Sofia, mãe de Lucas, ela logo o reconhece.
– Bruno! Não acredito, como você tá grande. – Diz ela, dando um abraço apertado nele, e pondo a mão sobre sua cabeça, se referindo a altura.
– Dona Sofia, quanto tempo! A senhora está ótima!
– Ah, obrigada, gentileza sua, mas dona não, só Sofia, por favor. Soube que estamos de volta na cidade? O Lucas já, já aparece por aqui pra ver a escola.
– Eu soube, eu vi ele ontem, mas que legal que ele vai estudar com a gente, finalmente! Vou mostrar o lugar pra ele depois.
– Você é um doce. Obrigada, ele vai amar! Tenho que ir falar com a diretora agora, mas avisa sua mãe que depois eu passo lá, tá?
– Claro, aviso. Até depois. – Eles se despedem com mais um abraço e um beijo na bochecha, o que faz Bruno ficar todo corado – E bem vinda de volta.
– Obrigada. Você cresceu bastante! – Diz ela, sorrindo e seguindo caminho.
Pol e Jonathan se aproximam de Bruno, perguntam quem era aquela linda moça, então ele explica, e apesar de brincarem com Lucas quando menores, ambos não possuem tantas memórias dos momentos, pois não se encontraram tantas vezes assim, não como Bruno.
Sofia é uma mulher doce e determinada, sensível e forte. A mudança de cidade, para ela, não podia vir em melhor hora. Há alguns meses, ela havia sofrido um assalto a mão armada, os bandidos levaram tudo que tinha na bolsa, e logo depois balearam sua amiga de trabalho, que estava ao seu lado, não tinha muito na bolsa, e por isso os bandidos, assassinos, fizeram o que fizeram. Essa foi uma das experiências mais traumáticas para ela, além de todas as notícias horríveis que sempre saiam no jornal da cidade, viver uma delas foi algo que lhe marcou, e todo aquele movimento nos corredores, lhe faz lembrar da movimentada cidade.
Quando entra na sala da diretora, Sofia logo sente o cheiro de móveis velhos, mas finge não sentir. Além disso, há um gato na sala, o gato da diretora, uma mulher idosa, que um dia já foi professora ali, então é respeitada por todos e sabe administrar aquele lugar como ninguém. O encontro é para acertar os últimos detalhes na contratação, já iniciada, de Sofia como professora, e também para acertar a matrícula de Lucas. A diretora, Josefina, ou "Fina" como os alunos a chamavam, por ser um alguém "gente fina", era grande amiga da mãe de Sofia, então elas também conversam um pouco sobre isso. Em um momento, a Josefina pergunta por Lucas.
– Faz muito tempo que não vejo ele. Sempre foi um garoto muito sensível e educado!
– Sim! E ele segue assim. Já, já deve aparecer por aqui.
– Que bom... – A diretora faz uma pausa pensativa, e continua com receio das suas palavras. – Imagino que para ele, para vocês, na verdade, foo uma perda profunda... meus pêsames, aliás, o que aconteceu foi uma tragédia.
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A Natureza do Mal
Fiksi PenggemarCidade no interior. Garoto assombrado. Misterios na floresta sombria. Amor adolescente. Fantasmas presentes. Traumas de familia. Acompanhe Lucas e sua aventura além dos seus traumas e de mundos desconhecidos, descobrindo a natureza do mal.