Capitulo 21 - E sem querer, eu também.

75 6 9
                                    

Pov. Rudolph

"Em volta de mim, um grande campo de girassoís me fazem sorrir, o amarelo que ilumina meu corpo me anima, como se fosse necessário para minha sobrevivência. As flores cobriam o verde da grama junto de meus pés que se encontravam abaixo da cor predominante, o céu azul claro me deixa sem ar, limpo, as nuvens sumiram tão rapidamente que eu nem as vi.

Ou talvez as tivesse visto, mas não lembrava.

Andei pelo amarelo que me engolia enquanto observava o local, sei que estou sonhando, mas não há nada como um sonho lúcido e calmo.

Não era a primeira vez que eu o tinha, era Incomum vampiros sequer sonharem, mas por algum motivo não conseguia deixar de tê-lo.

Há alguns anos, nossa espécie começou a procurar formas de sonhar, entretanto, todas são resultados de esforços e anos de prática. Por causa disso, me atentei ao que estou passando, já que não passei por nenhum tipo de esforço para isso ou coisa do tipo.

Sinto uma mão no meu ombro, uma mão quente que me causa calafrios que exploram por completo meu corpo, já sei o que vem depois.

Ouço uma voz aveludada chamar meu nome, uma voz necessitada, cansada e chorosa, como se me chamasse em meio ao caos de sua mente, a voz de um homem ecoa por todo o canteiro. Coloco a mão em sua pele que está repousada em meu ombro, acariciando a pele quente como fogo.

- Rudolph. - Ela diz mais uma vez.

- Sim.

- Se lembre. - A mão vai até minha bochecha, me fazendo virar meu corpo para ela, e como se fossem polos opostos de um imã, sinto-me atraído pelo lado onde o dono dela se encontra.

Uma silhueta que se mistura com o cenário me encara com lágrimas, a única coisa nítida são seus olhos, azuis e claros como o céu a nossa volta.

- Do que? - Já estava acostumado com o diálogo.

- Você sabe."

Acordo com um sorriso no rosto, lágrimas se encontram nos cantos de meus olhos.

Apoio a mão em minha testa esperando que minha mente se esqueça dos olhos azuis como acônito, que assim como a flor me deixa intoxicado com a falta de informação sobre seu dono.

***

Vago pela minha casa, escolhi o imóvel pelo que tinha ao redor, minha irmã não gostou da ideia de eu morar sozinho, ainda mais com a quantidade em massa de assassinatos com vampiros que se iniciaram pouco tempo depois de eu me mudar.

Sento no sofá utilizando minha roupa de trabalho, por mais que eu dissesse ao meu pai que estava bem no emprego que tinha encontrado, ele insistiu que eu começasse a trabalhar para ele. O salário era maior, por que eu o recusaria?

Minha roupa se baseia em um terno azul escuro com detalhes em prata, além é claro da minha capa da mesma cor. Meu pai não gosta da ideia de seu filho não andar "de acordo" com as cores habituais dos vampiros, mas cá entre nós, nunca fui muito chegado em preto e vermelho. Não há o que fazer com minha genética, mas posso alterar meu estilo.

Coloco as luvas de couro preto, que meu pai insistiu que eu usasse hoje, e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo desajeitado. Coloco o que é básico na bolsa e saio de casa, verifico se estou com a chave e se a porta está bem fechada antes de sair do prédio.

A capa chama atenção, mas não tanta quanto os detalhes em prata na minha roupa. As pessoas encaram, julgam, e algumas até pedem foto. As tiro de bom grado e sigo meu caminho. Olho meu relógio, a reunião começa em uma hora, da tempo de comprar um pastel da feira e ir voando, literalmente.

Um amor impossível (Rudony) (reescrita com melhorias)Onde histórias criam vida. Descubra agora