Capitulo 23 - E Eu Cometi Um Erro

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Pov. Tony

Dois dias antes do Capítulo 22

Acordo esperando não acordar, de novo.

Ele me odeia, antes ele não se lembrava de mim, mas agora ele me odeia, provavelmente já odiava.

Não há o que fazer agora, não quero mais saber de nada, chega dessa vida, chega de vampiros, chega de caçadores.

Levanto da cama e rapidamente me troco, estou determinado, vou acabar com tudo isso. O lençol acinzentado voa para o colchão enquanto escolho a roupa do dia, no fim pego a primeira do guarda roupa, que, como sempre, é igual as outras.

Escovo os dentes e penteio o cabelo, não preciso tomar banho para o que pretendo fazer.

Ajusto o broche normalmente e saio do meu quarto. Já sei o caminho, já sei o que vou fazer agora.

Meu andar é calmo e casual, por mais que minhas olheiras não mostrem tranquilidade. Ouço comentários das pessoas nos corredores sobre minha aparência, percebo que a história de que não arrumei a cama já foi lançada para todos pelo sistema da empresa, algo desnecessário, mas que sempre é enviado quando alguém comete alguma infração, relatando seu erro e seu nome.

As risadas ecoam na minha mente, a forma que elas assumem em minha cabeça as torna cada vez mais patéticas. Sorrio debochado, cada um aqui sabe que posso matá-los com um só tiro, só preciso de uma arma.

A forma como se mostram mesquinhos me enoja, mas vê-los tentando me rebaixar desde que eu cheguei não deixa de ser engraçado, ainda mais considerando que sou melhor que todos eles na unica coisa em que, a maioria, treinou a vida inteira.

Finalmente chego a cozinha, que nesse horário deve estar vazia. Olho ambos os lados do corredor, vendo somente as câmeras de segurança, que não focam em mim por algum motivo.

Abro a porta observando o cômodo com apenas uma fresta de luz causada pelo corredor, entro e acendo o interruptor, fechando a porta calmamente. Noto uma caixa de fósforos em cima da bancada.

Vou até os três fogões de seis bocas, abrindo a saída de gás em cada um, satisfeito com o cheiro, vou até as janelas e as fecho, em seguida, na despensa eu pego dois óleos e derrubo o líquido pelo cômodo. Apago as luzes enquanto danço pelo local.

- "Desculpa, meu bem" - Cantarolei enquanto rodopiava, uma risada entristecida saiu de meus lábios. - "Por trazer a tempestade, o frio e o inverno para o nosso aconchegante lar."

Lágrimas caem em meu rosto, salgadas como todas as que passaram pelas minhas bochechas ao longo desses anos.

- "Prometo, vou mudar"- Soluço, evitando deixar de cantar. - "E não deixar esses raios, do passado, afetarem a sua vida."

Uma embalagem esvaziou, o ar na sala está acabando, já não fico em pé com precisão.

- "E a de todos nós..." - Minha voz falhava, mas continuo a falar, lembro de Ana e de seus pais, sentindo as lágrimas continuarem a escorrer. - "E... A de todos... nós...

Sorrio derramando o restante do óleo sobre meu corpo o frio e gorduroso junta com o quente e salgado, me deixando feliz por ver que está tudo acabando.

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⏰ Última atualização: Oct 18 ⏰

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Um amor impossível (Rudony) (reescrita com melhorias)Onde histórias criam vida. Descubra agora