"Silêncio Mortal"

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Capítulo 9: Silêncio Mortal

A noite havia caído sobre Los Angeles, trazendo com ela um silêncio quase palpável. Hadassa, sozinha em seu pequeno escritório no departamento de polícia, estudava novamente os arquivos do Fantasma. As pistas que reunira até então pintavam um quadro sombrio, mas ainda incompleto. Ela sabia que o assassino estava jogando com ela, mas também sabia que, quanto mais fundo entrava nesse labirinto, mais mortal o jogo se tornava.

Subitamente, o telefone sobre a mesa vibrou. Uma mensagem sem remetente. "Está muito quieto esta noite, não acha?" A simples leitura da frase fez o estômago de Hadassa se apertar. O Fantasma, novamente, deixava claro que estava próximo. Ele observava, aguardando o momento exato para fazer sua próxima jogada.

Poucos minutos depois, o alarme de um assassinato ecoou pelo rádio. Outro corpo, mas desta vez, o local era diferente. Um prédio de escritórios vazio, isolado do centro movimentado da cidade. Hadassa sentiu que o silêncio daquela noite era o prelúdio para algo sombrio. Pegou seu casaco e foi imediatamente para a cena.

Chegando ao local, a atmosfera estava densa, e uma sensação de desconforto a envolvia. O prédio estava deserto, exceto pela equipe forense já no local. No interior, a escuridão tomava conta, e o eco de seus passos era a única coisa que se ouvia. A vítima, um jovem homem, estava sentada à mesa de um dos escritórios, imóvel. A morte parecia ser repentina e limpa, sem sinais de luta ou dor.

Hadassa se aproximou, analisando cada detalhe da cena. Não havia sangue, nem marcas de violência. Era como se o Fantasma tivesse feito seu trabalho no mais absoluto silêncio, apagando qualquer vestígio de vida em segundos. No entanto, em cima da mesa, algo perturbador chamava a atenção: uma fita de áudio antiga, acompanhada de um gravador portátil.

Ela olhou para os técnicos forenses, que também estavam intrigados. Colocando os fones no ouvido, Hadassa apertou o play. O som que saiu da gravação era desconcertante — nada além de um zumbido baixo e constante. No entanto, alguns segundos depois, uma voz sussurrada se fez ouvir:

"Você sente o silêncio, Hadassa? Ele é mortal."

O arrepio percorreu sua espinha. O Fantasma não estava apenas matando; ele estava brincando com os sentidos dela, controlando o ambiente e moldando a própria realidade à sua volta. Ele não deixava nada ao acaso, e o silêncio era sua arma.

Hadassa sabia que estava lidando com alguém que dominava a arte da manipulação. O silêncio mortal daquela noite era mais do que uma ausência de som; era a assinatura do Fantasma, sua maneira de mostrar que ele poderia estar em qualquer lugar, movendo-se sem ser percebido, como uma sombra invisível.

Ao se retirar da cena, Hadassa olhou para a cidade adormecida, as luzes piscando à distância. Cada movimento dela estava sendo vigiado, e cada passo poderia ser sua última chance de capturá-lo. A caça estava ficando mais perigosa, e o silêncio que a cercava só aumentava sua sensação de vulnerabilidade.

Agora, mais do que nunca, Hadassa entendia que o Fantasma estava perto. O próximo movimento seria crucial, e o silêncio mortal poderia se tornar ensurdecedor a qualquer momento.

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