" O Jogo Mudou "

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Capítulo 17: O Jogo Mudou

Hadassa se afastou rapidamente, o coração batendo descompassado. O Fantasma havia sido mais astuto do que eles jamais imaginaram. Cada passo, cada pista que acreditavam estar desvendando, havia sido meticulosamente planejada por ele. A sensação de estarem no controle evaporou, e o peso da vulnerabilidade caiu sobre ela como uma tempestade.

— Quillan, ele sabia de tudo desde o início. Nos guiou até aqui, como se fôssemos marionetes — disse Hadassa ao telefone, a voz tensa.

Quillan, do outro lado da linha, sentiu o mesmo calafrio. Sabia que ela estava certa. O Fantasma não era apenas um predador qualquer, ele era um mestre em manipulação, alguém que se deleitava não apenas com a morte de suas vítimas, mas com o controle absoluto de cada detalhe do jogo. E agora, Hadassa e Quillan estavam no centro disso.

— Precisamos reavaliar tudo. Ele jogou conosco o tempo inteiro — disse Quillan, frustrado. — Está nos usando como parte de sua própria caçada.

Hadassa sabia que Quillan estava certo. O jogo havia mudado, e eles precisavam agir rapidamente. Enquanto caminhava pelas ruas escuras de Los Angeles, sentiu-se exposta, como se o Fantasma estivesse em cada esquina, assistindo, esperando o momento certo para atacar novamente. Sua mente corria a mil, tentando juntar as peças de um quebra-cabeça que se revelava mais sombrio a cada segundo.

Ao chegar ao carro, Hadassa trancou as portas e ficou alguns momentos em silêncio, tentando recuperar o fôlego. Era claro que o Fantasma estava jogando com eles, mas o que ele queria? Por que deixara Hadassa vê-lo? Isso fazia parte de um plano maior?

Enquanto isso, Quillan, no centro de investigações, começava a revisar as informações que tinham com uma nova perspectiva. Ele sabia que o Fantasma estava antecipando todos os seus movimentos, então a única forma de pegá-lo seria pensar como ele. Eles precisavam inverter o jogo.

— Hadassa, e se… e se ele quiser que pensemos que estamos perdendo? — Quillan disse, uma ideia surgindo em sua mente. — E se ele não estiver apenas nos caçando, mas nos testando, nos preparando para algo maior?

— O que você está dizendo? — Hadassa respondeu, ainda processando o que acabara de acontecer.

— Estou dizendo que ele nos mostrou sua presença de propósito. Isso não foi um erro. Ele quer que você saiba que ele está perto. Mas talvez, em vez de esperar por ele, devêssemos atraí-lo. Se ele gosta de estar no controle, então vamos tirá-lo disso.

Hadassa compreendeu o que Quillan estava sugerindo. Era arriscado, mas poderia funcionar. Eles precisariam virar o jogo, fazer o Fantasma acreditar que ainda estavam sob seu controle, enquanto armavam uma armadilha para ele. Mas isso significava que Hadassa teria que continuar exposta, como isca.

— Se fizermos isso, preciso estar pronta para o que vier. Ele é perigoso, Quillan. Muito mais do que imaginávamos — Hadassa murmurou, sentindo o peso da decisão.

— Eu sei. Mas essa pode ser nossa única chance de pegá-lo. O jogo mudou, Hadassa. Agora, é nossa vez de ditar as regras.

Com a tensão crescendo, ambos sabiam que a verdadeira caçada estava apenas começando. Desta vez, não era mais sobre seguir pistas ou desvendar mistérios; era sobre sobreviver a um adversário que jogava com a mente e o medo. O Fantasma estava acostumado a ter o controle, mas agora, Hadassa e Quillan estavam prontos para revidar — e ele não veria isso chegando.

O tabuleiro estava montado. A armadilha começava a ser preparada. E o Fantasma não seria o único caçador naquela noite.

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