Era uma quarta-feira de sol, com aquela brisa suave que anuncia que o calor do verão está dando uma pausa no final da tarde. Resolvi que era o dia perfeito para dar uma folga aos funcionários da sorveteria e, por que não, tirar uma folga também. Eu precisava de um tempo com meu filhote, Igor. Ele estava crescendo tão rápido, e a vida de empresária e mãe solteira às vezes me consumia de tal forma que eu mal percebia o tempo passar.
Queria aproveitar o dia com ele, só nós dois. Meu plano era simples: sair para uma caminhada pela cidade. Apesar de Igor já estar andando por aí com uma energia invejável, eu sabia que, como toda criança, ele se cansava fácil. Então, levei o carrinho para facilitar, caso ele precisasse de um descanso no meio do caminho. Mas, como de costume, nada que eu planejasse sairia exatamente como o esperado. Mary, Jack, Priscila decidiram me acompanhar.
Não que eu me importasse. Na verdade, foi um alívio saber que não estaria sozinha, eles se tornaram, além de meus funcionários, meus amigos também. A companhia deles sempre trazia leveza, e juntos, formávamos uma espécie de mini-comunidade que se apoiava em todos os momentos, bons ou ruins. Então, ali estávamos, todos nós, prontos para uma caminhada descontraída pela cidade. Decidimos ir a pé até uma churrascaria famosa que ficava do outro lado da vila. O sol brilhava no céu, mas a caminhada prometia ser agradável, e eu estava animada por ter um tempo longe dos compromissos da sorveteria.
À medida que caminhávamos pelas ruas da vila, observei mais uma vez como aquele lugar tinha se tornado especial para mim. Não era uma cidade grande, longe disso, mas era exatamente o que eu precisava no momento. A pequena comunidade tinha me abraçado de uma forma que eu não esperava. Havia sorrisos amigáveis em cada esquina, e eu começava a me sentir em casa ali.
Durante o caminho, algo chamou minha atenção. Passávamos por uma rua tranquila, ladeada por casas simples, mas bem cuidadas, quando uma construção à nossa esquerda me fez parar. Era uma casa nova, linda, quase terminada, com um jardim que parecia ter saído de um catálogo.
Rosas e girassóis adornavam o espaço em frente à casa, suas cores vibrantes contrastando com o design da construção, que tinha uma mistura de sofisticação e rusticidade. Havia algo no estilo americano da casa que a tornava imponente, mas ao mesmo tempo acolhedora. O telhado de duas águas, as grandes janelas envidraçadas, e o alpendre frontal me lembravam aquelas casas de filmes, onde as famílias se reuniam para um churrasco no fim da tarde.
"Como eu nunca notei isso antes?", pensei comigo mesma, enquanto ficava parada admirando a casa. Talvez fosse a correria do meu dia a dia, dividida entre a sorveteria e a maternidade, que me fez não perceber a construção até agora. Mas era impossível ignorar agora. Parecia ter surgido do nada.
Jack, que caminhava ao meu lado, percebeu minha surpresa e comentou: "Gente, vocês não sabem da maior!"
Eu sorri, sabendo que Jack estava prestes a soltar alguma fofoca quente. Ele adorava saber de tudo que acontecia pela vila, e sempre tinha algo novo para contar. Ele era nosso "radar social".
"Do nada, começaram a surgir pedreiros, arquitetos, caminhões de materiais de construção. A casa começou há pouco mais de uma semana e olha só como já está quase pronta!", ele disse, gesticulando animadamente. "Sério, isso é trabalho de gente rica! Aqui na vila, são pouquíssimos os que têm dinheiro para uma construção dessas."
Priscila, que vinha logo atrás empurrando Igor no carrinho, se juntou à conversa, curiosa como sempre. "E quem é o dono? Alguém sabe?"
VOCÊ ESTÁ LENDO
REFÚGIO PROIBIDO
Romans🚫MAIORES DE 18 ANOS Refúgio Proibido mergulha na tumultuada vida de Sofia, uma jovem mãe determinada a escapar de um relacionamento abusivo, levando seu pequeno filho, Arthur, em uma fuga desesperada. O destino a leva a uma mansão misteriosa, habi...