Capítulo 24 - A declaração

5 1 0
                                    

Todas as noites, era a mesma coisa. Fechava os olhos e lá estava ele. Gabriel. As imagens eram intensas, vívidas. Eu sentia cada parte do seu corpo contra o meu, sua pele quente, seus lábios pressionando os meus. Acordava ofegante, com a respiração acelerada e o corpo formigando de desejo. Meu corpo clamava por ele, mesmo que a minha mente tentasse ignorar o que isso significava. De um lado, o desejo de ser livre; do outro, esse sentimento me corroendo por dentro. Depois de ouvir a conversa dele com aquele homem e de confrontá-lo, fiquei presa nesse paradoxo: viver longe daqui ou tentar algo com Gabriel.

Meu Deus, eu o queria. E não apenas de maneira inocente. As noites eram preenchidas por sonhos que deixavam minha calcinha molhada, minhas mãos tremendo, incapaz de negar o desejo que queimava dentro de mim.

Isso precisava parar. Ou eu enlouqueceria.

Naquela manhã, ao acordar de mais um desses sonhos molhados, decidi que não podia mais esperar. Gabriel estava se afastando de mim desde a nossa última noite juntos, e aquilo estava me consumindo por dentro. Eu precisava de respostas, mesmo que isso significasse me humilhar um pouco mais. Precisava ser honesta comigo mesma e falar com ele sobre como me sentia. O que deveria ser meu refúgio se transformou em um sentimento difícil de decifrar.

Levantei da cama, o coração batendo forte e os pensamentos embaralhados, e fui até o escritório dele. As portas estavam entreabertas. Ele estava lá dentro, concentrado em algo no computador, alheio ao turbilhão que eu sentia. Entrei sem hesitar, a raiva e o desejo se misturando de uma forma que fazia meu sangue ferver.

— Gabriel — falei, minha voz baixa, mas firme.

Ele levantou os olhos, surpreso, e ficou em silêncio por um segundo, avaliando minha presença, talvez sentindo o que estava por vir. Eu não estava disposta a recuar.

— A gente precisa conversar — disse, cruzando a sala com passos decididos até ficar em frente à mesa dele.

— Sofia, não é o melhor momento — ele tentou desviar, mas eu não estava disposta a ser ignorada. Não mais.

— Não, Gabriel. A gente vai falar sobre isso agora — interrompi, sentindo meu corpo vibrar de nervosismo e desejo. — Eu não aguento mais esse silêncio, essa distância. Não depois de tudo o que aconteceu entre nós.

Ele fechou os olhos por um instante, como se estivesse lutando contra algo dentro de si, e eu continuei, sem dar espaço para sua hesitação.

— Eu sonho com você. Toda noite. E esses sonhos... — hesitei, a respiração acelerada, mas continuei, o desejo queimando cada palavra que saía da minha boca. — Eu acordo molhada por sua causa, Gabriel. E não posso mais fingir que nada disso está acontecendo. Eu quero você. Preciso saber se sou só eu que sinto isso ou se você está tentando fugir de algo que também te consome.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Ele me olhou, seus olhos carregados de algo que eu não conseguia decifrar, mas não disse uma palavra. Eu me aproximei, o coração batendo tão rápido que parecia que ia explodir no peito.

— Fala comigo, Gabriel — sussurrei, a voz tremendo de frustração. — Diz que não sou só eu. Diz que você também me quer.

Ele se levantou da cadeira de repente, me pegando de surpresa, e antes que eu pudesse reagir, suas mãos estavam em meu rosto, puxando-me para um beijo que tirou o ar dos meus pulmões. Foi como se toda a tensão, todo o desejo reprimido finalmente explodisse entre nós. Sua boca devorava a minha com uma intensidade que me deixava tonta, sua língua invadindo meus lábios com urgência.

Suas mãos desceram para o meu corpo, agarrando minha cintura, me puxando para mais perto. Eu senti o calor dele contra mim, cada músculo tenso de desejo. Minhas mãos percorriam seu peito, sentindo cada centímetro de sua pele sob a camisa fina que ele vestia.

— Você me deixa louco — ele murmurou contra meus lábios, a voz rouca, carregada de desejo. — Tentei, Sofia. Tentei me afastar, mas você está em todos os meus pensamentos. Eu te quero tanto que isso está me destruindo.

— Então para de resistir — respondi, a voz saindo como um gemido entrecortado enquanto ele me pressionava contra a mesa, seu corpo quente e rígido contra o meu.

Ele não hesitou mais. Em um movimento rápido, arrancou minha blusa, suas mãos ágeis desfazendo o fecho do meu sutiã, enquanto seus lábios desciam pelo meu pescoço, sugando minha pele com uma mistura de paixão e desespero. Eu gemi alto, incapaz de conter o prazer que seus toques me causavam.

Quando suas mãos encontraram o cós da minha calça, puxando-a para baixo com uma rapidez que me deixou tonta, eu estava completamente entregue a ele. Minha calcinha já estava encharcada de desejo, e ele sorriu contra minha pele ao perceber isso.

— Você me quer tanto assim? — ele provocou, a voz baixa e sedutora.

— Você não faz ideia — consegui responder, minha voz entrecortada pelos gemidos que eu não conseguia mais controlar.

Gabriel me pegou nos braços, me levantando e colocando sobre a mesa, afastando minhas pernas com uma urgência palpável. Seus dedos deslizaram suavemente entre minhas pernas, arrancando de mim um gemido alto.

— Tão molhada — ele sussurrou, os olhos brilhando de desejo. — Só para mim.

Arqueei as costas, mordendo o lábio para conter os sons que escapavam dos meus lábios. O prazer que ele me dava era avassalador, cada toque levando meu corpo a um limite que eu nunca tinha sentido antes. E então, sem aviso, ele se inclinou para frente, seus lábios me invadindo de novo, enquanto ele finalmente me preenchia por completo.

O choque de prazer foi imediato. Fechei os olhos, e tudo o que eu conseguia sentir era ele. O ritmo dele era intenso, cada movimento levando meu corpo mais perto do êxtase, e logo eu estava tremendo em seus braços, perdida no prazer avassalador que ele me proporcionava.

Quando finalmente atingi o ápice, gritei seu nome, meu corpo se contorcendo de prazer enquanto ele me segurava firme, seus próprios gemidos ecoando na sala enquanto também se entregava ao prazer.

Por um momento, ficamos ali, nossos corpos entrelaçados, nossas respirações entrecortadas. Mas a realidade veio rápida demais.

Gabriel se afastou de repente, como se o momento que acabáramos de compartilhar fosse um erro imperdoável. Ele vestiu as roupas rapidamente, evitando olhar para mim, o rosto sombrio, os olhos cheios de algo que eu não conseguia compreender.

— Isso... isso não deveria ter acontecido — ele disse, a voz tensa, quase fria.

— Gabriel, o que está acontecendo? — perguntei, confusa e machucada.

Ele balançou a cabeça, incapaz de me olhar nos olhos.

— Eu... não posso ficar com você, Sofia. Não assim. Não depois de tudo o que aconteceu no meu passado.

— O que você quer dizer com isso? — minha voz saiu baixa, quase implorando por respostas, mas ele apenas pegou suas coisas e saiu, me deixando ali, nua e confusa, meu coração partido em mil pedaços.

Antes de sair, ele me lançou um último olhar, os olhos cheios de tristeza e arrependimento.

— Você precisa ir embora, Sofia. Por favor... esqueça o que aconteceu aqui. Eu não sou o homem que você pensa que sou.

E com essas palavras, ele me deixou, sozinha, perdida e sem entender como algo que parecia tão certo poderia ter acabado tão errado.

REFÚGIO PROIBIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora