𝙋𝙡𝙚𝙖𝙨𝙪𝙧𝙚

Genro?

Olha eu aqui de novo!

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-Pleasure-

Izuku

Meus dias estavam uma bagunça e eu simplesmente não conseguia distinguir se eu estava vivendo meu trabalho ou minha vida pessoal.
Nos últimos dias a maioria dos clientes chegavam cedo e saiam quando estava quase amanhecendo e pra minha surpresa tive que cobrir dois turnos... Ochaco eu juro que te mato.

Fiquei a maior parte do tempo sozinho e correndo para os lados até todos irem embora e eu pudesse fechar aquela budega dos infernos.
Assim que a última pessoa passou pela porta literalmente pulei por cima do balcão e corri para fechar a porta. Me joguei ao chão sentindo minhas forças indo embora, eu preciso dormir!

Quase chorei quando ouvi duas batidas no vidro, olhei para cima e era o loiro o responsável pelo meu mini surto. Levantei com um pouco de pressa e abri novamente a porta de vidro.
Me abraçou e beijou o topo da minha cabeça, não precisava falar muito sobre o que estava acontecendo, ele sabia me ler como ninguém.

Katsuki ─ Dia cheio? ─ Concordei em silêncio ainda em seu abraço e ele olhou em volta. ─ Alguém se divertiu aqui..

Izuku ─ Bem, esse alguém não fui eu. ─ Me afastei começando a tirar os corpos das mesas.

Katsuki ─ Posso ajudar com a louça já que eu não sei onde tudo fica.

Izuku ─ Não precisa, eu acabo rápido. ─ Sorri.

•••

Ele me ouviu? Não. Mas acabamos mais rápido do que eu sozinho, troquei de roupa no vestiário e fomos embora assim que eu tranquei aquela jossa pela segunda vez.
O caminho não foi longo até minha casa ou talvez fosse apenas a rotina e o costume, ouvi alguns murmúrios dentro da casa e me apressei ao abrir a porta.

Uma mulher loira de cabelos curtos e espetados conversava em um tom sério com minha mãe que parecia agoniada com o assunto. Não parecia ser uma conversa muito agradável e eu não sabia se deveria interromper.
Nossa presença foi notada pelas duas quando o loiro atrás de mim teve a iniciativa de falar.

Katsuki ─ Mãe? ─ Ela virou para o loiro. ─ O que tá fazendo aqui?

─ Só passei pra ver a Inko. ─ Ela me analisou dos pés à cabeça. ─ Ah! Então esse é o meu genro?

Ela sorriu vindo em minha direção e eu com certeza quase surtei com o abraço repentino.

Inko ─ Genro? ─ A Midoriya questionou, nem eu havia entendido. ─ Pensei que ao menos me contaria quando acontecesse, Izuku

─ Ora não seja tão dramática, Inko. Você surtaria de qualquer jeito... ─ Ela me olhou mais uma vez. ─ Que bom que ele puxou à você, me chamo Mitsuki. É ótimo te conhecer, Izu.

Izuku ─ D-Desculpe mas... Eu te conheço? ─ Questionei e me policiei por não ser mais educado, ela parecia ser simpática e fácil de conversar.

Mitsuki ─ Você era pequeno, não seria normal se lembrasse de mim, certo? ─ Ela pôs as mãos em meus ombros, aproximou o rosto e sussurrou contra minha orelha. ─ Não dê ouvidos as paranóias da sua mãe... Ela nunca superou nossa história.

Izuku ─ E-Espera quê?! ─ Praticamente gritei quando ela se afastou em alguns passos rindo baixo.

Mitsuki ─ Bem eu tenho que ir, te vejo depois Inko e isso também vale pra você Zuzu.. ─ Ela sorriu e caminhou até a saída fechando a porta em seguida. "Zuzu"?

Inko ─ Então você estão... ─ Ela parecia ter dificuldade em falar, até parecia algum pecado.

Katsuki ─ Sim Inko, estamos. ─ Tecnicamente você não pediu, Bakugo, mas dessa vez passa. ─ Você sabia que ia acontecer, por que a surpresa?

Ela soltou todo o ar de seus pulmões em um suspiro pesado e ondulou os dedos nas têmporas. Respirou fundo mais uma vez e levantou o olhar até mim.

Inko ─ Você me lembra seu pai... ─ Meu estômago embrulhou como um nó.

Izuku ─ Não me compare àquele lixo. ─ Eu realmente havia me irritado com aquela frase. ─ Não sou como o Shigaraki.

Inko ─ Tomura não era seu pai... Sim, era pai da Eri mas não seu. ─ Meu coração errou uma batida e eu esqueci de como respirar por um momento.

Izuku ─ O quanto você mentiu pra mim? ─ Meu estômago estava revirando ao poucos. ─ Quanto tem mentido pra mim todo esse tempo?

Inko ─ Izuku, eu tive meus motivos e, querendo ou não, você não precisava saber.

Izuku ─ Então o que eu devia saber era que aquele merda que te batia era meu pai, certo? ─ Eu queria gritar, minha garganta queimava por isso. ─ Que eu ouvia cada insulto por eu ser um ômega irritante? Por ser inútil, é isso?!

Katsuki ─ Izuku.. ─ Rodeou sua mão em minha cintura. ─ Já chega, vem.

Izuku ─ Não diga que toda vez que me abraçava chorando dizendo que me amava também era mais uma de suas mentiras...

Inko ─ Não! Isso não... ─ Ela baixou a cabeça, sua voz era quase um sussurro choroso. ─ Você é meu filho, só não queria te deixar triste ou se sentir mal.

Izuku ─ E VOCÊ ACHA QUE EU ERA FELIZ?! ─ O loiro me segurou com mais força enquanto eu me debatia e lutava para não chorar. ─ ELE ME TRATAVA COMO UM VERME! Eu parecia feliz pra você, mãe?

Katsuki ─ Vamo embora... ─ Não contive as lágrimas que fugiam dos meus olhos, meu peito ardia à cada batida. ─ Pode resolver isso quando se acalmar.

Corrigi minha postura e enxuguei meu rosto ainda olhando para a esverdeada à alguns passos de distância, continuou com a cabeça baixada mas eu sabia que estava chorando, os punhos fechados com força tentando se segurar ao máximo...
Me virei e fui embora daquela casa, que já não parecia mais ser minha, junto com o loiro. Eu estava me sentindo quebrado e iria demorar para juntar todos os cacos novamente.

•••

De volta à casa do loiro, meu corpo pesava assim como meus olhos. Eu precisava chorar e chorei, desabei em prantos quando lembrei que minha vida era uma completa mentira, talvez até eu fosse uma farsa e não sabia.
Meus joelhos cederam e eu teria caído se não fosse pelos braços do alfa me segurando... Me permiti chorar até que não houvesse mais nada em meus olhos, até soluçar no colo do loiro, até meus olhos doerem e incharem... Até eu cair no sono com o cafuné do loiro em meus cabelos...

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Que confusão hein..

Capítulo curto mais uma vez, peço perdão. Mas é melhor do que nada. Né?