SECRETÁRIA DO ANO

39 - ATE ENCONTRAR VOCÊ

10 dias, 10 noites mal dormidas, 240 horas em agonia, 14.400 segundos em desespero. Era assim que Nathan se encontrava sem ter notícias da Annie.

- Por favor, me dê uma boa notícia! - Nathan falou quando seu pai entrou na sua sala.

- Qual era mesmo o nome do ex marido da Annie? - Michael perguntou.

- Theo Rabelo.

- Não é o Theo que está querendo comprar a editora, mas é algum parente dele. Clara Rabelo, você conhece?

- E a melhor amiga da Annie, tem certeza que é esse o nome? - Nathan perguntou se sentindo confuso, porque a melhor amiga de Annie faria isso?

- Não sei, foi esse o nome que vi no computador da Karen.

- O senhor a enfrentou?

- Não, acho que podemos arrancar mais coisas com ela debaixo do meu teto.

- Obrigado, pai.

Nathan procurou o número de Clara no celular de Annie que ele encontrou debaixo do sofá, no dia que ela desapareceu. Ligou torcendo pra ela atender e explicar o que estava acontecendo.

- Alô? Helena? - Clara atendeu com a voz preocupada. - Te liguei e você não atendeu, já estava preocupada!

- Oi, não é ela. - Nathan respondeu. - Eu sou o Nathan, namorada dela.

- Oi Nathan, o que aconteceu? Cadê a Helena?

- Seu irmão a levou.

- O Theo? Mas como? Eu falei pra ela ter cuidado. - Ela respondeu irritada. - Quando?

- Fazem 10 dias hoje. Eu preciso da sua ajuda, Clara. Eu sei que você e a Annie... a Helena, eram melhores amigas. Sua amiga precisa de você agora!

- Claro, o que eu posso fazer daqui?

- Você está no Brasil ou na Flórida?

- No Brasil, é claro!

- Você por acaso está tentando comprar a minha editora? A editora Johnson.

- Não, de onde tirou isso? Eu nem gosto de ler, ter uma editora não está nos meus planos.

- Então é ele! Só pode ser ele! Acho que o seu irmão está usando o seu nome para fazer negócio, rastreamos um e-mail vindo da Flórida. Você sabe se ele tem algum imóvel lá?

- Bom, ele mostrou ao meu marido há uns meses uma fazenda que ele queria comprar, mas ouvi por alto e não tenho certeza. Posso procurar na casa dele algo relacionado. Acha que ele levou a Helena pra lá?

- Pode ser que sim.

- Certo, eu vou agora mesmo quebrar a porta da casa dele e procurar em cada canto. Por favor, resgata ela e dá uma surra no meu irmão. Eu o amo, mas ele está fora de si.

- Pode ter certeza que eu farei isso. Obrigada pela ajuda! Assim que encontrar alguma pista do endereço me manda o mais rápido possível, tá bom?

- Tudo bem!

Pouco tempo depois de finalizar a ligação seu telefone tocou outra vez, era um número desconhecido, uma voz masculina disse que tinha atendido a Annie em sua clínica e que ela pediu ajuda. O médico passou o nome da cidade em que estavam e desligou em seguida sem dizer seu nome, estava com medo da polícia ir atrás dele.
Nathan desligou comemorando por finalmente ter algo plausível pra correr atrás. Emitiu passagens para a Flórida só pra não ficar sem fazer nada enquanto esperava, avisou Abby, seu pai e a polícia. 3 horas depois pegou o avião, alugou um carro assim que aterrizou e foi até a cidade que o médico havia lhe falado na ligação. No final da tarde do dia seguinte Clara ligou e mandou o endereço de duas fazendas, que ficavam próximas uma da outra na cidade em que Nathan já estava, uma das duas era a possível fazenda que Theo estava com a Annie. Assim que essa informação chegou ele acionou a polícia, mas foi na frente sem querer perder mais nenhum segundo.
Dirigiu seguindo o gps até uma estrada de chão, e então avistou a primeira fazenda bem no pico de uma pequena montanha. Desligou o carro e esperou a polícia por alguns minutos, mas a ansiedade de resgatar Annie estava falando mais alto e mesmo com orientação de esperar, ela não esperou. Subiu o resto do caminho a pé, apenas com uma arma na cintura, que comprou na Flórida assim que chegou. As luzes da casa estavam acessas, ele andou com muito cuidado para não ser visto por ninguém.

Ficou atrás de uma árvore esperando ver alguma coisa até que uma moça saiu com uma criancinha, logo atrás um senhor com um chapéu de palha com um brinquedo na mão. Aquilo não parecia um lugar que Annie poderia estar escondida.

- Olá, boa tarde! - Nathan os cumprimentou. - Estou procurando a casa do meu primo, ele se mudou há pouco tempo. Será se podem me ajudar?

- Oi, boa tarde. Se eu conhecer, claro. - O senhor respondeu.

- O nome dele é Theo, Theo Rabelo. - Ele foi até eles mostrando uma foto no celular. - Ele se mudou com a esposa.

- Não conheço ninguém com esse nome, sinto muito. - O homem respondeu pegando o garotinho no colo.

- A 6km a frente tem uma outra fazenda, vi uma movimentação pro rumo de lá faz uma semana mais ou menos. - A moça falou. - Talvez sejam eles.

- Posso te levar de caminhonete, se quiser. - O senhor falou de forma gentil.

- Ah, muito obrigado mas não precisa, estou de carro! É só me mostrar o caminho, estou morrendo de saudade deles e quero fazer uma surpresa!

- Você vai seguir a estrada até um pé de ipês amarelos, daí entra em um caminho de areia e já vai chegar em uns 5 minutinhos! - A moça disse.

- Perfeito! Muito obrigado. Até mais!

Nathan voltou para o carro super agitado, estava cada vez mais perto de encontrá-la. Dirigiu até o pé de ipê e quando fez a curva para entrar no caminho de areia o carro que alugou simplesmente morreu, não atendia ao comando, não ligava de jeito nenhum.
Ele ligou para o delegado da região que disse que chegaria em meia hora, mas não quis esperar. Avançou o resto do caminho a pé até avistar a casa.

Um homem armado estava na entrada do casarão e todas as janelas tinham grades, era o local perfeito para manter alguém prisioneiro. Ele deu a volta pelas árvores sem ser visto e parou nos fundos da casa, esperando um oportunidade para entrar. Conseguiu ir até uma janela e olhou para dentro da casa e bingo! Lá estava Theo, sentado em uma poltrona como se fosse o dono do mundo. Puxou a arma da cintura e quis atirar ali, mas isso atrairia os homens que protegiam a casa. Precisava ser silencioso e tirar a Annie dali sem que percebessem.

Quando uma moça saiu pelas portas dos fundos com um saco de lixo para jogar fora, Nathan aproveitou para entrar na casa. Foi na ponta dos pés de forma rápida para não fazer barulho, se esquivando de cômodo em cômodo. Seu coração estava acelerado, cheio de adrenalina correndo pelo corpo, mas ele estava decidido a sair dali somente com sua mulher ao seu lado.