16 - ENTRE DRINKS E CONVERSAS

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Os dois foram no carro de Nathan para o bar pois Annie estava sem o seu, sua picape não pegou depois que ela tentou por 6x e acabou indo de táxi para a festa.

- Vem sempre aqui? - Ela perguntou quando sentaram em uma das mesas de madeira do bar.

O ambiente tinha uma estética de bares antigas do Texas, havia uma dupla tocando em um pequeno palco e vários tipos de bebidas e quadros decorando o ambiente.

- Só de vez em quando. Nunca veio no bar do Joe?

- Não, não gosto muito de sair para beber, faço isso em casa. Então não frequento esses lugares com frequência.

- Quer ir para outro lugar? - Ele perguntou sentindo que tinha errado completamente o ambiente.

- Ah não! Não se preocupe, posso abrir uma exceção para um bom drink hoje, vamos comemorar o sucesso do lançamento!

- Tem certeza?

- Absoluta!

O barman preparou os dois drinks e Nathan foi buscar.

- Seu jantar aquele dia deu certo? Correu tudo bem? - Annie perguntou assim que ele sentou e lhe entregou a bebida.

- Ah, sim! Foi para rever uma velha amiga que há muito tempo eu não via. Só que nos colocaram em uma mesa bem na saída da cozinha, acredita? Mas acredito que era porque estava cheio.

- Sério? Que pena! E ela gostou do buquê que recebeu no dia seguinte? - Ela perguntou dando um segundo gole na bebida que ele lhe deu, passou a semana inteira pensando naquilo e bastou uma gota de álcool para ter coragem de perguntar.

- As flores não foram pra ela.

- Duas mulheres ao mesmo tempo? Sua fama então é verdadeira, chefe.

Ele deu um sorriso sem graça e ficou girando seu copo com a ponta dos dedos.

- As flores foram para a minha mãe. Para o túmulo dela, na verdade.

- Ah meu Deus, desculpa!

- Todos os meses no aniversário da morte dela eu encomendo flores. Só não fazia ideia de que flores mandar, agora eu sei!

- Sinto muito. Me senti péssima agora por ter insinuado outra coisa.

- Tudo bem! Mas porque tem esse pensamento sobre mim, Annie? Aquele dia na sua casa você falou algumas coisas sobre não ser mais uma na minha lista, as vezes fala coisas assim, porque acha que eu sou mulherengo?

- Existem muitas histórias rolando nos corredores daquela editora, Nathan.

- Você já presenciou algo assim? Nesse tempo que trabalhamos juntos, você já me viu fazer algo dessas histórias que te contam?

- Não, ainda.

- E acha mesmo que eu sou assim porque ouviu de alguém? - Ela deu um sorriso sem graça- Eu não sou assim.

- Você não ficou com a Maddie do marketing? - Ele fez uma cara de confuso levantando a sobrancelha. - A loira que faz fotos e vídeos para as redes sociais, aquela que te acompanhou no dia da festa da revista Violet.

- Nem lembrava da existência dessa moça, mas não tive nada com ela. Só lhe dei uma carona até a boate que teria o happy hour, mas nos separamos assim que chegamos. Quem te contou isso mentiu.

- Uau, ela sabe como inventar uma boa história!

- Escuta. - Ele pegou as mãos dela que estavam sobre a mesa. - A única mulher daquela empresa que eu já beijei foi você.

Annie sentiu um frio na barriga ao ouvir aquilo.

- É melhor bebermos nosso drink ou vai ficar quente. - Ela falou soltando as mãos dele tentando mudar o assunto.

- Claro, minha amiga.- Ele respondeu dando ênfase a palavra "amiga". - Gosta de balanço?

- Gostava quando tinha 10 anos. - Annie falou abrindo um sorriso entrando na mudança tão radical de assunto.

- Estou pensando em construir um para os meus sobrinhos na casa que vou alugar.

- Já encontrou uma?

- Quase, vou visitar duas essa semana para definir. Inclusive, adoraria uma opinião feminina.

- É só dizer o dia e a hora, chefe. 24 horas ao seu dispor! - ela levantou o copo de bebida e tomou o último gole. - Um balanço é legal, mas já pensou em um escorregador?

- Isso já está acima da minha capacidade de arquiteto e engenheiro de YouTube.

- Eu posso te ajudar, fiz um para a minha afilhada há alguns anos.

- Ela mora no Brasil?

- Sim. Mas não nos vemos e nem nos falamos já faz bastante tempo, ela nem deve mais saber quem eu sou.

- E quem é você? - Ele perguntou olhando nos olhos dela.

- Na maior parte do tempo nem eu sei. - Annie respondeu séria e pensou o quanto precisava mudar de assunto. - Vou buscar outra bebida, quer?

- Sim, por favor!

Ela foi ao balcão e pediu outra rodada, depois desse bebeu mais 2 drinks e percebeu que era hora de parar, pediu que Nathan a levasse para casa e assim ele fez.
Quando chegaram na entrada do condomínio dela o álcool no sangue de Annie já estava fazendo seu efeito, era a única coisa que explicava tê-lo convidado para subir.

- Você quer subir? Abasteci a geladeira com vinho, além do leite e de suco de caixinha.

- Vai ser um prazer.

Ele não sabia porque ela o tinha convidado para entrar, mas aceitaria qualquer coisa pra ter mais um pouco da companhia dela.

SECRETÁRIA DO ANOOnde histórias criam vida. Descubra agora