When Fury Meets Desire

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Ele estava pronto para degolar Cassin, acabar com aquele rostinho bonito com socos até sua mão sangrar, ele estrangularia o irmão com seus dedos. Uma raiva que nunca sentiu antes o dominava. Cassian sabia disso, porque o sorriso em seu rosto aumentava ainda mais conforme ele percebia a raiva crescente em Azriel.

Ele se preparou para atacar o irmão, plantando os pés firmemente no chão e segurando a espada com tanta força que os nós dos dedos doíam. Mas então ele sentiu - o cheiro inconfundível de Gwyn. Seu coração disparou, como se cada batida fosse em resposta à presença dela.

Todos os seus instintos gritaram por ela, o laço da parceria pulsando em seu sangue, reivindicando o que era dele.

Parceira.

Suas sombras sussurraram.

Azriel assistiu, perplexo, enquanto Gwyn fugia da zona de treinamento.

O cheiro dela, a visão de sua figura desaparecendo pelo corredor, tudo alimentava algo feroz dentro dele. O laço se apertou, puxando-o na direção dela, uma urgência quase incontrolável para ir atrás dela, para confortá-la, reivindicá-la. Mas ele ficou parado, imóvel, a espada ainda presa em sua mão, enquanto a raiva inicial por Cassian se dissipava e dava lugar a outra emoção — uma que era tão perigosa quanto.

- Az... - Cassian começou, mas o Encantador de Sombras o interrompeu, a mandíbula trincada, os olhos fixos no caminho que Gwyn tomou.

- Não agora. - A voz de Azriel saiu mais rouca do que o habitual.

Cassian hesitou por um momento, mas então assentiu, abaixou a espada e deu alguns passos para trás. Azriel soltou a espada, deixando-a cair no chão com um baque surdo. Suas asas se esticaram ligeiramente, como se respondessem à tensão no ar. Cada fibra de seu ser gritava para ir atrás dela, mas ele sabia que não podia.

Azriel respirou fundo, tentando recuperar o controle que há muito tempo se orgulhava de ter. Mas o cheiro de Gwyn ainda pairava no ar, e o laço, apertava ao redor de seu coração, implorando para que ele a seguisse.

Com um movimento rápido e decidido, suas asas se abriram, cortando o ar ao redor. O som das grandes membranas batendo foi como um trovão abafado, e sem hesitar, ele lançou-se no céu, suas asas impulsionando-o para longe do campo de treinamento.

Tudo que estava presente em sua mente era o cheiro dela — o perfume de Gwyn ainda impregnado em seus sentidos, o laço da parceria ardendo em suas veias como fogo. Mas ele precisava se afastar. Precisava retomar o controle.

Já fazia alguns longos minutos que a água da banheira estava gelada. Gwyn não sabia quanto tempo havia se passado, só sabia que sentia como se sua pele pegasse fogo. Será que estava doente?

O silêncio do seu quarto a envolvia, mas dentro dela, tudo estava em caos. Finalmente, seus músculos começaram a protestar contra o frio intenso, e ela se arrastou para fora da banheira, com os dentes batendo, sentindo a exaustão afundar em seus ossos.

Ela se vestiu sem pensar muito, as mãos trabalhando em piloto automático. A túnica de sacerdotisa deslizava suavemente sobre sua pele, o tecido leve e familiar, mas de alguma forma, ela se sentia diferente dentro dele. Como se não fosse a mesma Gwyn que entrou naquele quarto mais cedo.

Com a túnica devidamente ajustada e a pedra posicionada, Gwyn prendeu o cabelo de forma simples e saiu de seu quarto, o som suave de seus passos ecoando pelos corredores silenciosos.

Ela caminhou lentamente até uma das salas de oração, onde as sacerdotisas cantavam e rezavam, em busca de paz, de foco. Gwyn acreditava que, se conseguisse se concentrar o suficiente, talvez pudesse acalmar a tempestade dentro de si. Talvez as melodias sagradas, sempre tão reconfortantes, pudessem silenciar a confusão dentro dela.

Canção das Sombras | GWYNRIELOnde histórias criam vida. Descubra agora