Afterglow - Rafe Cameron.

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(5 meses atrás...)

Eu abri meus olhos com um pouco de dificuldade, deixando escapar um sorriso dos meus lábios quando lembrei da noite passada.

Mas meu sorriso logo sumiu.

Passei a mão pelo lado oposto da minha cama, vazio.

Eu olhei pelo quarto inteiro antes de sair de lá.

- Rafe? - chamei, procurando-o pela casa.

Procurei no banheiro, na sala, cozinha e, até mesmo, no maldito jardim.

Nada.

E então, aquele sentimento me consumiu.

Como eu pude ser tão burra?

Como eu pude ser tão inocente?

Como eu pude ser tão ingênua?

Como eu pude acreditar nele?

Rafe realmente havia feito o que eu temia desde o início daquilo tudo: havia brincado comigo e me abandonado.

Eu me sentei no sofá e abracei uma almofada, sentindo as lágrimas saírem dos meus olhos involuntariamente.

Eu me sentia usada.

Me sentia uma idiota por ter acreditado que Rafe realmente gostava de mim.

- é verdade o que estão falando pela ilha? - JJ perguntou, entrando na nossa casa.
- você transou com Rafe Cameron?

Eu o olhei. Meus olhos encharcados de lágrimas me denunciaram.

Meu gêmeo não precisou perguntar mais nada; apenas me abraçou com força e me consolou.

(Nos dias atuais...)

O juiz precisou se enfiar entre nossos corpos para me tirar de cima da riquinha de merda.

A garota de cabelos loiros estava acabada.

E eu me sentia inabalável.

Ergui os braços no ar, saboreando o gostinho da vitória, e sorri ao ouvir os aplausos e gritos ao meu favor.

Boxe era, sem sombra de dúvidas, o meu maior talento.

Eu só precisei de uma desilusão amorosa para descobrir isso.

Na verdade, eu tinha um segredo:

Sempre que eu lutava, imaginava que meu adversário fosse Rafe Cameron e aquilo facilitava muito meu trabalho.

Já era a minha quinta vitória consecutiva, considerando que eu lutava todos os meses desde que fui cruelmente enganada por Rafe Cameron.

Quando cheguei perto dos meus amigos, JJ tinha um sorriso enorme em seus lábios.

- Caralho! Você é foda, porra! - meu gêmeo-não-idêntico declarou, empolgado.

O loiro me abraçou de lado e me entregou o conjunto de notas de dinheiro.

- acho que essa belezinha consegue nos manter durante o resto do mês. - comentei, satisfeita.

JJ beijou minha têmpora.

- quando eu crescer, quero ser igual a você!

Eu dei risada e me afastei do loiro, indo para os fundos do galpão.

As lutas clandestinas (que eu participava) aconteciam uma vez por mês, num dos milhares de galpões abandonados de Outer Banks.

E, bom, não é querendo me gabar... Mas eu ganhei todas as minhas lutas.