· Fuck

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Satoru Gojo

Eu tive uma professora quando era mais jovem que jurou que nossas mentalidades tinham poder infinito sobre nossas vidas. Ela acreditava na noção de que o tempo era pouco mais do que uma construção social, e que as pessoas têm a capacidade de criar suas próprias realidades.

Ela diria que os humanos são feitos de energia, e que a energia tem um certo magnetismo que atrai tanto o que tememos quanto o que desejamos, cabendo a nós refletir sobre o tipo de vida que queríamos e lançar o pensamento para o universo, para que ele fosse capaz de entregá-la.

Não era uma boa visão para uma professora católica, diga-se de passagem.

Ainda assim, de pé no limiar do para sempre, olhando para os olhos sem alma do homem que tem assombrado meus sonhos nas últimas oito semanas, não posso deixar de me perguntar se o que a Irmã Margaret disse era verdade.

Nas semanas depois que Suguru me deixou sozinho no meu quarto, devo ter sonhado uma dúzia de vezes que ele voltaria para me roubar de Iori, embora nunca tivesse continuado além disso.

É possível que meus pesadelos se transformaram em vida real?

Observo para Papà, que parece olhar para todos os lugares, menos para mim, enquanto o padre fala sobre o amor, citando Coríntios como se não fosse óbvio que essa união é uma farsa. Pelo amor de Deus, Suguru ainda está com um braço enrolado na minha cintura, a mão na minha garganta, e ainda assim, estamos todos agindo como se isso fosse normal.

Como se ele não tivesse ameaçado minha família se eu não ficasse quieto.

A traição queima a parte de trás da minha garganta, fogo líquido escaldando seu caminho pelo meu esterno, e tento me soltar mais uma vez.

Ignorando o comprimento duro pressionando minha bunda e a maneira
como faz minhas coxas se apertarem, tento soltar uma das mãos.

Ele me segura com mais força, esmagando o osso do meu quadril, e eu estremeço. Movendo minha mão para trás, aperto o meu polegar em sua perna, cavando minhas unhas em sua coxa até as pontas dos meus dedos ficarem dormentes.

A única evidência de que registra meu ataque é o fato de ele me força a curvar um pouco, empurrando mais a pélvis no meu traseiro. Ele está tão duro que consigo distinguir a totalidade de sua ereção, quente e inebriante quando se move para a divisão da minha bunda, as camadas de roupa entre nós não é páreo para isso.

Por um segundo, sua mão deixa minha garganta, provocando uma estranha sensação vazia em seu rastro. Ele arranca meus dedos da perna, e empurra minha mão para o lado, antes de agarrar logo abaixo da minha mandíbula, levantando um pouco minha cabeça.

— Faça isso de novo — sussurra ele em meu ouvido, uma leve tensão envolvendo sua voz. — E vou te foder na frente de todo mundo.

Desdenho, minha voz tanto suave quanto estrangulada.

— Não faria isso.

Tem que haver um limite, em algum lugar. Um que nem mesmo Suguru Geto cruzaria, e algo me diz que foder o filho do seu chefe – um don da máfia, nada menos – enquanto ele assiste, pode ser a forma final de
desrespeito.

Faria, e você adoraria cada segundo indecente.

Tudo bem.

Ele levanta mais meu queixo, capturando-me com os olhos; eles são tão sombrios e roxos, infinitamente iluminados de cor, é como olhar para um predador.

-» Devotion / SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora