Suguru Geto
Não sou um homem que perde a calma muitas vezes.
Quando se trata de ambas as minhas linhas de trabalho, ansiedade é um luxo que nunca fui capaz de arcar.
Mas quando a linha que me liga a Satoru estala e fica em silêncio, a preocupação afunda no núcleo do meu ser, cavando e plantando raízes.
Pisco para a parede do escritório de Nanami, esperando mais do que o
necessário para ver se a chamada volta, antes de ser recebido com a violência de um tom de discagem no meu ouvido.Toca por um minuto, causando um espasmo capaz de rasgar o músculo sob meu olho, escurecendo minha visão por um instante. Uma coceira se acende sob minha pele, o som ecoando muito tempo depois que o celular fica em silêncio, e aos poucos ajusto o telefone na mesa de metal de Nanami e me viro.
Haibara está amarrado a uma cadeira de plástico, uma das meias sujas de Nanami enfiada em sua boca para bloquear seus lamentos patéticos. Eu mal toquei nele, e o filho da puta já se mijou duas vezes.
Ficando na borda da mesa, junto meus dedos, vendo-o lutar contra as amarras. Seu medo seria um cheiro muito doce, se não fosse pela violência não dita iluminando seu olhar, dizendo que ele não está nem um pouco arrependido.
O que torna minha decisão muito mais fácil.
Meu celular vibra um momento depois, uma mensagem de Nanami piscando na tela.
“- Estação Treze, na esquina da Quinta com a Poplar. A caminho.”
Embora ele não esteve no bar nesta semana, Nanami ainda estava por perto, supervisionando uma exportação de cerveja artesanal na qual estava trabalhando em seu tempo livre. Eu o conectei na ligação com Satoru, caso
ele estivesse mais perto e pudesse chegar mais rápido ao meu Anjo.Abotoando as pontas das mangas, faço meu melhor para cobrir o sangue nelas, admirando a adição ao trabalho de Satoru em Haibara. Quando entrei no bar, ele estava enrolado em uma bola no piso e Gwen tentava embrulhar sua mão, comentando que pensava estar quebrada depois de me dar o resumo do que aconteceu.
Sem dúvida, os dedos dele não estavam no lugar certo, e ele não conseguiu movê-los quando solicitado, mas quando notei a seringa descartada do outro lado do cômodo, um detalhe que Gwen deixou de fora, sorri para Haibara e pisei em cima de sua mão já mutilada, apreciando o grito distorcido que rasgou de seu peito.
Se não estava quebrada antes, está agora.
Arrastando-o para o escritório de Nanami com a ajuda de Blue, que enfim voltou de um almoço prolongado, atinjo os nós dos dedos bem abertos em seu nariz inchado, usando a palma para ter certeza de que a cartilagem quebrou também. Ao me limpar e ligar para Satoru, mandei Blue prender
Haibara na cadeira e amordaçá-lo, esperando notícias de meu marido antes
de proceder.Para a infelicidade dele, o fim da ligação não devia ser o que Haibara esperava.
Blue observa do canto do escritório, sentado em um velho sofá de couro, mão enrolada no pescoço de uma garrafa de cerveja. Seu apelido se deve à cor de seus olhos oceânicos, os mesmos que agora mantém em mim, em silêncio e esperando por mais ordens.
Tirando o paletó do cabide perto da porta, sacudo para tirar os detritos, deslizando-os nos ombros ao observar o comportamento calmo de Blue. Ele tinha voltado do intervalo e entrou em ação, sem perguntas.
É o tipo de qualidade que você procura em um empregado. Em um soldado.
Sem saber muito sobre seu passado, o corte quadrado e rente de seu cabelo escuro e a tatuagem de âncora debaixo da manga da camisa, diz que ele talvez tenha alguma experiência militar, então entende de lealdade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
-» Devotion / Satosugu
Storie d'amoreSatoru: Para a maioria, Suguru Geto é um vilão. Prenúncio da morte, guardião das almas, frequentador de pesadelos. Doutor Morte. Hades encarnado. Dizem que ele me roubou. Usurpou minha noiva e encheu as rachaduras no meu coração com promessas vazias...