Capítulo XIII

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Na quietude da noite, quando a luz da lua mal iluminava os contornos do castelo, Violet se encontrava imersa em seus pensamentos e sem conseguir dormir. O som suave da chuva do lado de fora parecia um lamento distante, refletindo seu estado interior. Ela ainda não havia encontrado paz desde sua chegada.

De repente, um estalo da porta a fez saltar. A figura sombria de Eduard MacQueen apareceu, seu olhar intenso cortando a escuridão. Ele fechou a porta com cuidado, sua presença imponente preenchendo o pequeno quarto.

Senhorita Struthers – sua voz baixa e grave, carregando uma urgência palpável. – Eu precisava falar com você.

Violet sentiu um misto de alívio e indignação ao vê-lo ali. A lembrança de sua traição ainda queimava em sua mente.

O que você está fazendo aqui, Capitão? – Ela exigiu, tentando esconder a tremedeira em sua voz.

Eduard deu um passo à frente, a intensidade de seu olhar fixo nela.

Eu sei que estou em falta – a sinceridade em seu tom quase fazendo com que ela recuasse. – Mas precisa entender que fui forçado a agir como fiz. A duquesa... ela...

Não, não quero ouvir – Violet o interrompeu, sentindo a raiva e a dor ressurgirem. – O senhor fez sua escolha, e agora deve arcar com as consequências.

Ele suspirou, frustrado.

Eu não estou aqui para discutir o passado. Estou aqui para pedir desculpas. Para explicar... e para pedir que não conte sobre mim.

O coração de Violet disparou.

Está me pedindo para manter silêncio sobre sua traição? – Ela não conseguia acreditar no que estava ouvindo.

Não é apenas isso – Eduard insistiu, aproximando-se mais, seu olhar implorando. – Há muito em jogo. Não posso deixar que você se torne mais uma vítima dos jogos da duquesa.

A tensão no ar era palpável, e Violet se viu presa entre a raiva e a necessidade de entender suas intenções.

E o que você ganha com isso, capitão? – ela desafiou, seus olhos penetrando nos dele.

Ele hesitou, a vulnerabilidade surgindo em seu semblante.

Por Deus, senhorita Struthers. Juro que nunca lhe faria mal. Mas é crucial que me ouça. — Ele fez uma pausa. — Dê-me a oportunidade de corrigir esse erro.

Violet sentiu o coração vacilar, como se por um instante ele tivesse esquecido como bater. O terror da floresta ainda pairava sobre ela, frio e sufocante, e a memória do medo a apertou, lembrando-a de quão perto estivera de perder tudo. A ideia de que sua vida poderia ter acabado ali, sem aviso, a fez estremecer, uma sensação tão real quanto a presença do homem à sua frente.

– O senhor não faz ideia do que isso significa para mim. Não posso simplesmente ignorar o que aconteceu. Neste momento, eu poderia estar morta!

— Mas não está! — insistiu ele, a urgência em sua voz. — Precisa entender que fui ameaçado por Elizabeth. Você não tem ideia do que essa mulher é capaz.

Era impossível ignorar a sinceridade que, ainda que discreta, parecia brilhar nos olhos do capitão.

— Não nego minha culpa em tudo isso. Mas, por favor, entenda que não cumpri as ordens dela. O que eu realmente queria era que fugisse... Eu não teria coragem... — murmurou, a voz baixa e quase imperceptível, como se falasse mais consigo mesmo do que com ela.

A Escolhida - Duque de RossOnde histórias criam vida. Descubra agora