Capítulo XVI

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Sob a sombra refrescante da imponente árvore, Violet deitou-se no solo macio, permitindo que a tranquilidade do momento a envolvesse por completo. Seu olhar se perdia nas nuvens, que assumiam formas encantadoras à medida que deslizavam pelo céu azul. Entre elas, via figuras intrigantes: um rosto misterioso, uma silhueta que parecia dançar e até mesmo um par de asas abertas, evocando a sensação de liberdade absoluta.

O farfalhar das folhas ao vento era quase hipnotizante, e, por um breve instante, ela se permitiu imaginar uma vida diferente — longe de castelos, de intrigas e de olhares. Mas a realidade logo a puxava de volta. No fundo de sua mente, um pensamento persistente emergia, um pensamento que ela se esforçava para sufocar: Jeremy.

Era difícil decifrar o que sentia por ele. Às vezes, parecia desprezo, como se ele fosse apenas um símbolo de tudo o que ela rejeitava — poder, controle, privilégio. Outras vezes, porém, havia algo mais... algo mais suave, algo que a deixava inquieta. Ele a provocava de maneiras que ela não estava pronta para admitir, e, por mais que tentasse se desvencilhar, havia momentos em que se pegava ansiando por sua presença.

Mas e o futuro? Violet sabia que o duque e ela pertenciam a mundos opostos, e, mesmo que houvesse algum sentimento mútuo, não poderia haver um final feliz. Isso era apenas uma ilusão, certo?

De repente, passos apressados a tiraram de seus pensamentos. O farfalhar das saias se aproximava, e ela rapidamente se sentou, limpando a terra da saia e endireitando os ombros, como se preparasse seu coração para o que estava por vir.

A figura que apareceu diante dela era inconfundível — altiva, de porte impecável, com os olhos frios e a expressão cuidadosamente calculada.

Então, é aqui que você se esconde... — A voz da duquesa era cortante, cada palavra gotejava uma superioridade venenosa. — Estava começando a pensar que havia fugido, dessa vez com êxito.

Violet manteve-se firme. Ela sabia exatamente por que Elizabeth estava ali. O duque era o motivo.

Não costumo fugir de meus deveres — Violet respondeu calmamente, seus olhos firmes encontrando os da duquesa. — Ao contrário de alguns, eu prefiro enfrentar as consequências de minhas ações.

Elizabeth arqueou uma sobrancelha, um sorriso quase imperceptível curvando seus lábios. Ela caminhou lentamente em direção a Violet, seu vestido de seda roçando o chão com um som sibilante.

— Consequências? — A duquesa parou diante dela, inclinando-se ligeiramente, como uma predadora analisando sua presa. — Você acha que pode enfrentar as consequências? Acha que pode entrar nesse jogo sem se machucar?

Violet sentiu o peso das palavras, mas não recuou. Ela sabia que Elizabeth estava insinuando algo mais profundo, algo que envolvia o duque e o poder que ele exercia sobre ambas. O olhar frio da duquesa a sondava, buscando fraquezas, mas Violet não cederia.

Não me importo com o que pensa, duquesa. — Violet deu um passo à frente, a voz firme, o olhar destemido. — Eu só me importo com o que é justo. E ninguém... nem mesmo você, pode me dizer o que eu posso ou não enfrentar.

Elizabeth riu suavemente, o som reverberando com uma certa crueldade contida.

Ah, querida, você é mais corajosa do que eu pensava... — Seus olhos brilhavam com uma frieza que fez a espinha de Violet se enrijecer. — Mas não confunda coragem com imprudência. O duque pode ser muitas coisas para você agora... mas uma mulher como você não dura muito em um mundo como o nosso.

A Escolhida - Duque de RossOnde histórias criam vida. Descubra agora