Capítulo: 39

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   Kornkamon POV


Sabe quando você está em um transe? Você não consegue mover um músculo do seu corpo?

Era assim que eu estava nesse exato momento, em transe, paralisada. Samanun estava na minha frente, com um sorriso enorme no rosto, esbanjava simpatia, porém, eu não conseguia nem fechar a boca. Sua mão estava estendida na minha direção, meus pais me olhavam de forma repreensiva. Pisquei diversas vezes até que eu consegui focar em Samanun completamente.

Terno completamente preto e perfeitamente alinhado ao seu corpo, gravata vermelha e, sapatos tão bem engraxados que poderia muito bem cegar qualquer um que se atrevesse à encará-los por mais de dois minutos. Cabelos curtos estilo Justin Bieber no início da carreira, como eu sei que ela não cortaria o seu cabelo, percebi na hora que se tratava de uma peruca, sem barba, mas o óculos de grau dava-lhe um ar jovial de um cara de vinte poucos anos, confesso, ela estava absurdamente, linda, quer dizer, lindo.

- Filha? - balanço minha cabeça desviando minha atenção para sua mão que ainda se encontrava pacientemente estendida na minha direção.

- Oh....desculpa, eu...eu...- me enrolei ainda atônito e um risinho discreto me fez sorrir.

- Tudo....- ela tossiu quando percebeu os olhares dos meus pais e apertou minha mão com firmeza. - Prazer em revê-la senhorita Armstrong. - sua voz soou ridiculamente grossa, meus pais devem ter achado normal por nunca ter escutado a voz dela antes, mas eu estranhei, deu até vontade de rir.

- Oh, vocês já se conhecem? - engoli a seco, minha mãe me encarava desconfiada.

- Bom...a gente...eu...- comecei com um teatro mudo e Samanun sorriu colocando as mãos no bolso da sua calça social.

- Na verdade sim. -  tomou a atenção dos meus pais para si.

- É...de onde? - agora foi a vez do meu pai.

- Bom, eu como um representante divino, sempre busco novos aires, abrir ainda mais a minha mente, sabe? É como se o senhor sempre me puxasse para caminhos nos quais eu possa conhecer pessoas maravilhosas como a sua filha. - falou naturalmente me encarando intensamente.

Se eu corei? Será que os meus pais perceberam a cantada? Será que foi uma cantada?

- Kornkamon foi voluntária em um sopão comunitário que havia perto da empresa Armstrong, onde eu e meus outros irmãos da igreja distribuímos obviamente, sopa, para alguns moradores de rua. - sua voz rouca fez a sala ficar em silêncio por alguns segundos, meus pais agora me fitavam com os olhos brilhando, um sorriso de orelha a orelha não saia dos seus rostos.

- Filha....por quê não nos contou antes? - minha mãe se pronunciou, não escondendo a felicidade e o orgulho que sentia de mim naquele exato momento. - Céus, eu estou tão orgulhosa.

- Verdade filha, eu estou muito orgulhoso pela sua iniciativa.

O que eu poderia falar?

Os dois me abraçaram, Sam tinha um sorriso torto no rosto, ela abaixou sua cabeça meio sem jeito.

- Eu não fiz mais do que a minha obrigação. - falo extremamente desconcertada com toda essa situação. Quando que eu iria imaginar estar frente a frente com os meus pais, e com Samanun, ou melhor, Samuel.

(.....) 

Meus pais insistiram até que, Sam aceitou jantar conosco.

- Essa lasanha está absurdamente deliciosa, Kátia. - Samanun falou arrancando um sorriso enorme da minha mãe.

- Muito obrigada, Samuel. Você é muito gentil. - Samuel....argh!

Eu só consigo lembrar daquele babaca.

- Então.....eu estou curioso para saber o motivo da sua visita, Samuel. - Sam limpou o canto da sua boca e forçou a garganta.

- É simples Joshua. - sorrio de lado, até com a voz rouca, grossa, e arrastada, Samanun conseguia ser fofa. - Minha igreja sempre enviou irmãos dispostos à levar a palavra de Deus para várias pessoas, nossa religião acredita que quanto mais pessoas ouvirem o que Deus têm a dizer, menos pessoas ignorantes e de mentes fechadas existirão.

Uou!

Aquilo foi pra mim também, Samanun fez questão de alternar seu olhar analítico para mim e para os meus pais, esses dois ficaram meio sem jeito.

- Hum....mais suco? - minha mãe sorriu amarelo.

- Não, muito obrigada Kátia, o jantar estava uma delícia. - Sam sorriu como se nada tivesse acontecido.

- Eu é que agradeço Samuel, apesar de aparentar ser bem jovem, já carrega uma grande responsabilidade, gostei muito de você.

Me surpreendi com a naturalidade na fala da minha mãe. Ela realmente gostou do Samuel.

- Não faço mais que a minha obrigação como filho de Deus, afinal, todos somos iguais aos olhos dele, estou certa...hum...certo? - se corrigiu engrossando ainda mais a voz.

- Perfeitamente. - meu pai falou sorridente. - Me acompanha em uma taça de vinho?

Samanun me fitou como se pedisse ajuda, eu lembro que ela não curte bebidas com álcool. Estranho, nem vinho?

- É...acho que....já está tarde né? - levanto-me da mesa.

- O quê? Senta aí filha, é só uma taça de vinho.

Samanun suspirou.

- Papai, Samuel ainda tem outras visitas, ele não costuma beber.

Depois de um pouco mais de insistência da minha parte, meu pai se deu por vencido. Samanun sorriu grata, não entendo o seu pavor com bebidas alcoólicas.

- Então....o que acha de almoçar conosco no sábado? - encaro minha mãe. - O que acha filha?

- Mãe.., eu acho que...

- Será uma honra Kátia. - Sam me cortou com um sorriso galante. Minha mãe se derreteu toda.

- Perfeito, você passa o endereço pra ele filha, foi um grande prazer te conhecer Samuel.

- O prazer foi todo meu Kátia. - abrir minha boca surpresa, minha mãe envolveu a Sam em um abraço caloroso.

- Você é um rapaz encantador Samuel, de quê igreja você é?

Nessa hora, meu coração parou por alguns segundos. E agora?

- Misericordioso coração divino. - Samanun respondeu, nem pareceu se abalar.

Ela sorriu pra mim assim que minha mãe nos deixou a sós no portão.

- Você é louca? O que deu em você Samanun? - ela sorriu e acariciou meu rosto.

- Calma, eu não sei onde isso vai dar, mas eu sei onde eu quero chegar com tudo isso. - falou com sua habitual voz doce. - Eu te amo. - sorriu e aproximou seu rosto do meu. - Boa noite Mon. - beijou minha bochecha demoradamente.

- Essa igreja... existe? Minha mãe vai querer conhecer. - ela riu se afastando.

- Graças a Alycia.










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Sam é muita doida msm kkkkkkk. É isso amores, espero que gostem dos capítulos de hj, até amanhã, boa noite ❤

Ela é o Cara -- ( MonSam )  G'pOnde histórias criam vida. Descubra agora