Capítulo: 47

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    Kornkamon POV


- Sua namorada não vai se importar de te deixar sozinha comigo? - sim, eu sou bem irônica e ciumenta. Sam deixou sua mochila no chão e fechou a porta do carro.

- Eu não entendo por que você sempre se refere à Yuki com ironia. Essa minha namorada que você fala com tanto desdém, é a sua melhor amiga, esqueceu? - ela também consegue ser irônica.

- Não, eu não esqueci. Eu só acho que vocês deveriam ter me contando antes. Eu não queria ter descobrido daquela forma. - falo sentindo um misto de raiva e mágoa, porque sim, elas me magoaram. Eu não esperava isso delas, principalmente da Yuki que se diz minha melhor amiga de anos. Custava ter pegado outra pessoa? Tinha que ser logo a Samanun?

Ela sabia o quanto eu me sentia atraída por ela.

Samanun suspirou e deu a volta no carro. Ela ia me ignorar?

- Vai fugir? Por que você não consegue conversar comigo sobre esse assunto? Você me convidou para esse fim de mundo Samanun, eu não vim aqui à toa, eu quero ter você só pra mim de novo. Você prometeu não soltar a minha mão. Duas vezes Samanun, duas promessas quebradas.

- Duas promessas quebradas? Mon, o que você acha que a gente está fazendo aqui no meio do nada? - seu habitual tom suave e ao mesmo tempo repreensivo, me fez soltar um longo suspiro. - Eu não soltei e nem vou soltar a sua mão, nunca. E sabe por quê? - neguei me sentindo uma completa idiota. - Mon...- suas mãos delicadas tocaram meu rosto fazendo-me encará-la. Sam tinha aquele mesmo brilho no olhar, ela nunca mudou comigo, sempre correu até mim sempre que eu a chamava, eu só realmente não aceito o fato dela não ter me contando da sua aproximação com a Yuki. Foi tipo, eu pisquei e lá estava as duas cheias de chamengos.

- Sam...- mordi meu lábio inferior à fim de reprimir a vontade de beijar aqueles lábios tão convidativos, Sam estava a centímetros de me beijar. Será que ela me beijaria?

Essa pergunta foi respondida no segundo seguinte. Samanun encostou seus lábios na minha bochecha.

- Você é muito importante pra mim Mon, muito. Eu cheguei a pensar que você era a mulher da minha vida. Mas....eu vi que você nunca seria minha. Então....eu tive que seguir em frente. E você também tem o Nop. - fez uma careta. - Você se tornou uma irmã pra mim, e eu nunca vou soltar a sua mão.

Irmã?

-Irmã? - droga! Era pra ficar só na porra da minha cabeça.

- É, você é hétero, minha irmã hétero. - sorriu tirando as mãos do meu rosto e foi buscar a minha mala no porta-malas. Fiquei observando-a indignada.

- Eu não sou hétero Samanun!

- Não? - ela riu passando por mim.

- Eu sou....e-eu sou bi. - falo incerta e ela ri ainda mais. - E eu não estou com o Nop se você quer saber. - digo e ela para em frente a porta de madeira. Sam tinha uma casa de campo. Ela falou que gostava de vir aqui sempre que estava pra baixo, e eu tinha que concordar, era um belo lugar para relaxar. Era um lugar bem rústico, no meio de uma floresta e bem afastado da cidade. Eu não acreditei quando eu aceitei o convite sem pensar duas vezes, eu estava super mal, minha cabeça e principalmente o meu coração pesava umas mil toneladas, eu não sabia explicar o medo que eu sentia, ou melhor, eu não sei explicar o que me impede de entender o porquê eu sentir medo. Tudo me leva a uma única questão: minha família.

Mas eu não consigo. Será que eu fiz algo de errado? Eu era só uma criança, eu não consigo lembrar exatamente, e esse é o problema. Eu não quero lembrar, dói. Machuca. São apenas fragmentos. Prefiro pensar dessa forma.

Ela é o Cara -- ( MonSam )  G'pOnde histórias criam vida. Descubra agora