Capítulo: 40

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   Samanun POV


- Daqui a pouco você abre um buraco no chão se continuar andando assim. - Jimm riu cinicamente. Bufei.

- Sério? Você ainda fica se divertindo do meu desespero, você sabe que também foi idéia sua me meter nessa né? - dá de ombros devorando o doritos. - Cadê a Aly que não chega?

- Acabei de chegar. - ouço a porta bater e respiro aliviada.

Alycia não falou mais nada, ela apenas passou direto por mim e foi até o....altar, não....é.....púlpito, eu acho. Ela parecia bastante concentrada no que fazia. Parei de andar e fitei atentamente o que ela fazia, Jimm parou de se entupir de comer e seguiu o meu olhar.

- O que ela tá fazendo? - sussurrou com um sorriso debochado no rosto. Apenas balancei os ombros e continuei observando minha amiga. Alycia tinha alguns papéis em mãos, ela parecia organizá-los em cima do púlpito de madeira. Sua testa franzida mostrava o quão concentrada ela estava.

- Pode vir aqui, Sam? - perguntou sem tirar os olhos dos papéis. Jimm piscou pra mim sorrindo e eu rolei os olhos.

- Sim? - me aproximei dela subindo nos pequenos degraus, era uma espécie de mini palco.

- Vem aqui. - pegou minha mão me posicionando em frente ao púlpito. - Meu pai permitiu que você palestrasse no lugar dele hoje.

- O QUÊ?! - praticamente gritei fazendo minha voz ecoar pela igreja, por sorte ninguém ainda havia chegado. - Você só pode tá brincando né Aly?

- Samuel é o pastor, e a Jimm gostosa aqui ficará. - Jimm riu mastigando irritantemente o doritos.

- Respeito Jimm! - Alycia a repreendeu e ela rolou os olhos. Alycia suspirou e me encarou séria. - Vocês duas inventaram essa história de pastor Samanun, agora você tem que aguentar as consequências. Você vai ter que suprir com o seu papel de " pastor " pelo menos hoje, Samanun. Os pais da Armstrong virão aqui pra ver você aqui em cima dizendo palavras bonitas, e não o meu pai.

Alycia estava falando sério. Respiro fundo e passo minhas mãos pelos meu cabelos, ou melhor, peruca. Isso é bem estranho pra mim. Alycia e eu ficamos em uma batalha de olhares por um bom tempo. Quando eu resolvi fazer isso, eu não me imaginava em cima de um palco, eu não me imaginava em frente a um microfone falando, mentindo para um monte de gente. Mas aqui estava eu, " Samuel ".

Suspiro derrotada e vejo um deslumbre de satisfação no rosto da minha baixinha mais incrível e atenciosa do mundo.

- Ótimo. - ela sorriu. - Esses papéis aqui irão te ajudar, tem alguns temas, meu pai já preparou o discurso dele pra hoje. Você pode lê-los.

- Hum...eu não acredito que eu vou fazer isso. - Alycia ri me abraçando de lado.

- Eu te amo. - beijou minha bochecha.

- Vocês são tão melosas, eca. - Jimm riu. - Que horas os nossos irmãos chegam para orarmos. - disse debochada.

- Você não vai para o céu Jimm. - Alycia falou brava.

Jimm deu de ombros e cruzou as pernas sobre a cadeira a sua frente. Alycia ficou me explicando como eu teria que falar, o que eu teria que fazer, como eu deveria agir diante os fiéis, o que me deixou mais alarmada, foi o fato dela ter me dito que eles são bem desconfiados quando não é o senhor Hernández que está à frente deles, abrindo suas mentes.

Obrigada Alycia!


    Kornkamon POV


Minha mente vagava em um lugar bem distante enquanto minha mãe e minha irmã discutiam dentro do carro, dona Kátia fez questão de arrastar toda a família para a igreja do pastor " Samuel " nem o meu irmão escapou, assim que ele chegou de viagem, foi a primeira coisa que a minha mãe falou.

" Samuel é um rapaz encantador Joe, você tem que conhecê-lo, talvez você se aproxime ainda mais de Deus".

Resultado.

Estamos relembrando os velhos tempos, só que em outra situação.

- Eu não sou mais criança mãe! - minha irmã esbravejou sem paciência.

- Chegamos! - praticamente gritei aliviada.

- Misericordioso coração divino? - minha irmã soltou uma gargalhada alta abrindo a porta. - Ótimo, vamos ver um gordo de óculos de fundo de garrafa falando sobre Deus, novidade.

 Debochou, digamos que ela não seja tão fã de Deus como o resto da família, ela é bem diferente de mim e do Joe, dona Kátia está certa quando fala que faltou pulso firme com a Jennie.

- Viu como sua irmã é? - bufou tirando a chave da ignição.

- Relaxa mãe, é normal. - tiro o cinto de segurança e saio seguida da minha mãe. Meu pai e meu irmão já estavam em frente a igreja.

- Velhos tempos? - meu irmão sorriu. - Vamos nos converter ao evangelho agora?

- Não brinca com isso, Joe. - meu pai o repreendeu. - Jennie passou quase derrubando todo mundo, o que deu nela?

- Rebeldia. Vamos entrar? - minha mãe tomou a frente.

Agora eu estava nervosa, a igreja não era tão grande, nem tão pequena, era aconchegante. Uma bela arquitetura, paredes brancas, piso de madeira. Era muito bonita. Minha mãe andava um pouco mais à frente de braços dados com o meu pai, Joe e eu íamos atrás. Já tinha muita gente no local, mas os meus olhos estavam à procura da minha latina louquinha, eu ainda não acredito que ela fez tudo isso por mim. Será que eu a mereço?

- Aquela ali é a Jen toda sorridente?

Meus olhos seguiram a voz de Joe.

- O que deu nela? - meu pai falou surpreso.

- Obrigado Deus, acho que deu certo! - minha mãe falou sorridente.

Senti meu coração errar uma batida, meu sangue já estava quase fervendo. Ver minha irmã cheias de sorrisinhos para o meu Samuel, acompanhada da....Ariana, o que ela faz aqui?

Mas foda-se, o meu problema ali era a minha irmãzinha, praticamente se jogando em cima da Samanun.

Ela é o Cara -- ( MonSam )  G'pOnde histórias criam vida. Descubra agora