Capítulo: 55

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    Samanun POV


Segurança. Não sei o que significa. De repente eu não sei mais se eu devo falar ou não para a Mon sobre a Carlie, eu não sei como ela agiria caso eu contasse que eu fui até Atlanta com a Ari justamente para procurar a pessoa que faz ela se sentir culpada pelo o que aconteceu. Não é como se fosse fácil chegar nela e soltar tudo de uma vez. E se ela surtar? Se ela ficar brava comigo por eu me meter em algo que eu não deveria?

Soltei um suspiro frustrado e fitei a porta da sala dela. Mon estava na empresa, eu liguei avisando pra ela que eu estava à caminho, então não tem como eu fugir agora.

Respira Samanun.

Dei duas batidinhas na porta e logo pude escutar a voz rouca que eu tanto amava.

- Entra! - respirei fundo uma última vez antes de abrir a porta. Mon sorriu lindamente assim que eu passei pela porta.

- Oi - foi a única coisa que eu consegui falar antes de ser interrompida pelos lábios da minha namorada. Meus amigos costumam dizer que eu sou muito transparente, segundo eles, eu não consigo fingir muito bem. Acho que eles estão certos, eu nem sequer conseguir retribuir o beijo à altura, Mon percebeu e se afastou o suficiente para me olhar nos olhos.

- Aconteceu alguma coisa? - seu semblante saiu de sorridente para preocupado. Suspirei selando nossos lábios em um rápido selinho.

- Eu preciso te contar uma coisa, Mon. - me afasto dela indo até a enorme janela de vidro da sua sala. Não era uma paisagem linda como era na faculdade, a vista daqui dava para os enormes prédios, em baixo havia uma grande movimentação de carros, cidade.

- Não gostei do seu tom, tem haver com nós duas? Você não vai me deixar, né? - perguntou aflita e eu neguei me virando pra ela. - Então....fala logo Sam, você está me assustando. - fui até o sofá que tinha na sua sala e joguei minha mochila de qualquer jeito no chão.

- Vem aqui, Mon. - a chamei batendo no espaço ao meu lado e ela assentiu fazendo o que eu pedi.

- Sam....

- Eu não sei como te dizer isso, Mon. Então....- olhei pra ela e busquei sua mão trêmula. - Calma amor. Não tem nada haver com a gente, tem haver único e exclusivamente com você. - ela franziu o cenho e suspirou em alívio e ao mesmo tempo confusa.

- Ainda estou preocupada. É tipo, o problema sou eu?

- Não. Como assim?

- Você vai terminar? - de onde ela tirou isso?

- Nunca! Amor, eu fui muito insistente pra ter você pra mim, e não seria nem louca de terminar com você. - ela limpou uma lágrima que escorria pela sua bochecha e eu à puxei para um abraço desajeitado.

- Você me assustou, Sam. Eu preciso de você, sempre.

- Eu também preciso de você Mon, sempre. Mas eu preciso de você bem, entende? Eu não quero ver você pela metade. Eu quero te ver sorrir sem marcas, sem culpa, sem achar que não merece ser feliz. Porque você merece.

- Será? Eu só preciso de você, pronto. - respiro fundo. Isso vai ser mais difícil do que eu pensava. Me afastei dela e toquei seu rosto fazendo-a me olhar com os olhos marejados.

- Achei que você estivesse evoluindo, Mon.

- Eu estou, Sam. - protestou firme. - Mas não dá pra mim melhorar de um dia para o outro. Achei que você me entendia.

- E eu te entendo, vida. Mas você já pensou em procurar um especialista?

- Já. - arquiei uma sobrancelha e ela suspirou derrotada.

- Você está evitando procurar um psicólogo, Mon. Como você quer seguir em frente?

- Com você, amor. Você prometeu ficar comigo. - sentou no meu colo e me beijou exasperada. - Eu te amo, Sam. Basta isso pra gente. - acabei cedendo e nos virei no sofá. Fiquei por cima dela e me encaxei entre suas pernas. Mon não protestou no começo, mas foi só eu descer os beijos até o seu pescoço que ela travou me empurrando. - Eu....e-eu não consigo, Sam.

Assenti sentando ao seu lado e puxei para os meus braços. Mon me abraçou apertado, parecia um criança assustada.

- Sexo não é o que mais importa pra mim, Mon. Eu poderia viver sem ele, mas não conseguiria viver sem você. Mas do que adianta? Você tem que fazer isso Mon. Nada pra mim importa mais do que te ver bem. - acaricio seus cabelos percebendo que ela estava mais calma. - Confia em mim, vids. Eu só quero te ver bem. Eu te amo muito pra te ter só pela metade.

- Tudo bem, eu vou procurar um....

- Na verdade...- a corto vendo seus lindos olhos verdes me fitarem em curiosidade. Será que eu conto?

- Sam?

- Você topa ir para Atlanta comigo? - ela franzi o cenho. - Amanhã eu não tenho nenhuma aula importante. Eu conheci uma pessoa que vai te ajudar muito. - mordo o lábio inferior apreensiva. Mon parecia ponderar sobre minha proposta. Depois de um minuto que pararam horas....

- Vou pedir para a Vic agendar um vôo pra gente. - sorrio aliviada e ela volta a atacar meus lábios, sem pressa dessa vez. Me sentia aliviada, mas não menos apreensiva com a reação dela ao se deparar com uma pessoa que marcou o seu passado.

Ela é o Cara -- ( MonSam )  G'pOnde histórias criam vida. Descubra agora