Capítulo: 14

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      Kornkamon POV


Um sorriso se alastrou por todo o meu rosto, era como se eu esquecesse a dor de cabeça que eu estava sentindo, e se eu fosse falar o que significaria o meu sorriso, seria rindo de nervoso. Como assim esse é o trabalho do irmão de Samanun? Mas eu meio que não me sentia confortável no momento, nem tinha como. Nop não largava a minha mão, Samanun não sorria pra mim, ela só me olhava como se eu não estivesse ali, era apenas um olhar vazio, misturado com raiva, mas por quê raiva?

De de repente eu me vi perdida, eu não queria estar ali, eu não queria ter o Nop segurando a minha mão, eu não queria ver aqueles olhos castanhos daquela forma, eu não queria ser eu naquele momento, eu só queria.....eu só queria que ela sorrisse pra mim. O que soa tão ridículo da minha parte, eu só vi ela apenas duas três vezes, a primeira na faculdade, a segunda no jantar, e a terceira hoje mais cedo. E por quê com apenas quatro encontros eu já sentia necessidade do sorriso dela? Como a forma que ela me olha é tão importante pra mim?

Talvez ela seja o meu anjo? Sim, é claro, talvez através dela eu venha à encontrar o meu cara perfeito, que coicidententemente, é o irmão gêmeo dela.

É isso, ela é algo que eu nem procurava e encontrei.

- Bom...- Alycia, eu acho. Limpa a garganta chamando nossa atenção e só assim eu percebi que encarava Samanun, ela tinha as bochechas rosadas e brincava com algumas mechas de cabelo, da Alycia? - Meu Deus, Samanun! - ela exclamou afastando a mão de Samanun e eu me segurei pra não rir da carinha de culpada que ela fez.

- Desculpa. - falou baixinho e sorriu sem graça para a Alycia que rolou os olhos.

- Tudo bem, só para com isso. - ela parecia a mãe dela, Samanun assentiu e se afastou indo até o sofá. Será que ela não falaria comigo? Será que ela ainda estava com medo ou assustada ou talvez até com raiva pelo meu quase surto mais cedo?

- Oi Samanun. Você deve me conhecer, certo? - Nop falou rindo simpático e ela assentiu fracamente. - Então Aly, eu trouxe a Mon aqui porque eu confio muito no bom gosto dela. - ele piscou de forma cúmplice para a mulher baixinha que sorriu.

- Que bom então, eu fiz....- Nop largou a minha mão e seguiu ela até a mesa dela, não me importei muito sobre a conversa dela. Respiro fundo e com uma cautela desnecessário, eu acho, me aproximei da garota que tinha os olhos baixos. Céus, ela é a coisa mais fofa do mundo.

- Então é aqui que o seu irmão trabalha? - pergunto sentando ao lado dela. Samanun se afastou um pouco e começou a bater seus pés freneticamente no chão. - Eu te assustei mais cedo, né? Me desculpa.

- Eu....e-e-eu....- ela suspirou de forma que eu julguei ser bem dolorido e desviou os olhos para a janela que tinha uma vista de toda a cidade de Los Angeles.

- Você...? - soltou uma risada baixa tentando fazer com que ela se sentisse menos nervosa na minha presença. Samanun passou suas mãos nos seus longos cabelos castanhos e me olhou diretamente nos olhos, pela primeira vez desde que eu cheguei.

- O quão importante pra você é saber que eu tenho um irmão gêmeo?

Uou. Por essa eu não esperava. Samanun me encarava atenta e praticamente nem piscava.

Eu meio que quero você, só que não você. Confuso?

- Não é que....eu te peço desculpas, ok? Pareceu que eu estava desesperada em saber sobre o seu irmão, mas pra ser sincera? Eu estava. Só não me pergunta o porquê. - falo franca, eu não tenho porquê mentir.

- Você sabe que esse cara não existe, né? - olho para o lado e vejo a arquiteta do Nop encarar Samanun.

- Aly! - Samanun protesta nervosa, eu estou muito perdida aqui.

- Como assim? - minha garganta começa a secar.

- Bom....Sam é a pessoa mais brincalhona que eu conheço, então ela meio que tem essas manias de inventar que tem um irmão gêmeo. - Alycia fala naturalmente enquanto anota algo em uma agenda.

Estou pasma, muito surpresa. Talvez agora eu esteja com raiva. Como assim era só uma brincadeira?

- Mas esse cara existe. - Alycia falou tendo a minha total atenção para si.

- Existe ou não? - Nop pergunta rindo e cruza os braços. - Eu não sei exatamente o porquê, mas eu também estou curioso. - concluiu.

Agora todos nós olhávamos para uma única só pessoa. Samanun estava parecendo um filhotinho encolhido tentando se proteger do frio.

- Samanun....- Alycia suspira esfregando as mãos na sua têmpora, ela parecia impaciente com toda essa situação, não muito diferente de mim.

- Eu....é q-que...- Samanun começou com um tremor na voz e lançou um olhar não muito bom para a mulher loira que não moveu um músculo se quer, ela estava escorada na sua mesa mostrando talvez o desenho da casa para o Nop que também parecia mesmo curioso.

- Samanun....- Alycia suspira mais uma vez.

- Vai Samanun, existe ou não? - pergunto tentando não soar irônica e me inclino um pouco na sua direção.

Ela abri a boca um pouco e desce seu olhar para....não é isso, né?

Forço minha garganta e ela pareceu se tocar. Ela sorriu com as bochechas coradas e passou a mão por cima do seu vestido.

O quê?

É só impressão minha ou eu vi um volume diferente, ali?

- Eu...eu sou bipolar as vezes, eu tenho que ir...- ela se levanta apressada e pega a sua mochila do chão. - Eu vou procurar borboletas com o Kirk, depois a gente se fala. Tchau, Aly, Nop e...- ela apertou a alça da mochila e me olhou de forma envergonhada. - Tchau Kornkamon, talvez....talvez eu te....e-eu...s- seu vestido é bonito. - sorri bobamente pra ela.

- O seu também. - falo tentando enxergar o celular dela.

- Então....- ela rir andando de costas e eu apenas a acompanho com os meus olhos até ela abrir a porta. - Eu posso começar a trabalhar amanhã se você quiser. - aceno com um sorriso e ela fecha a porta.

Encaro a porta por alguns minutos e solto um longo suspiro.

- Então....eu posso mostrar os meus desenhos agora? - Alycia fala me olhando de forma estranha.

- Tudo bem pra você, Mon? - Nop pergunta com um sorriso.

- Tudo bem, posso ver agora? - levanto indo na direção dos dois.

- Tem essa aqui, é bem legal. - Alycia me entrega uma planta bem bonita, por sinal. - Vai por mim. - levanto meu olhar para a mulher que me analisava.

- O quê?

- Ele está escondido. - ela sussurra tomando cuidado para que o Nop não escutasse, por algum motivo.

- O quê? - sussurro de volta.

- Samanun é incrível. Ela é inconfundível e única, seja inteligente. - ela sorriu terna pra mim e eu fiquei olhando que nem uma idiota vendo ela se afastar. - Tem mais três, o que você acha de um café?

Fiquei encarando o desenho que nem uma tonta tentando entender o que ela quis dizer. Até algo bem no cantinho da folha me chamou a atenção.

" Samanun é o cara, entendeu? E a garota mais doce que eu conheço.

Pisco meus olhos várias vezes tentando entender o que ela quis dizer com isso. Como assim?

Não....não é...

Procuro o olhar da mulher que parecia estar me encarando. Ela piscou pra mim. Ok, se for isso, é a coisa mais....estranha e embaraçosa do mundo.

Eu acho que....eu quero saber tudo sobre esse cara.

Ela é o Cara -- ( MonSam )  G'pOnde histórias criam vida. Descubra agora