03. 𝐀 𝐫𝐢𝐝𝐞

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ESTOU FICANDO DOIDA COM TANTAS tantas crianças gritando e pulando pela casa

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ESTOU FICANDO DOIDA COM TANTAS tantas crianças gritando e pulando pela casa. Eu amo meus sobrinhos, de verdade, mas eles simplesmente não param! É como se tivessem um estoque infinito de energia que nunca acaba. Meus irmãos estão ocupados jogando pôquer, e eu, como a solteira mais nova da família, sou a escolhida para cuidar desses pequenos furacões.

- Olha eu! - o filho mais novo de Kelly apareceu correndo com o morcego de pelúcia do meu pai e, sem aviso, começou a morder a cabeça do bichinho, com uma cara de quem estava se divertindo mais do que deveria.

Eu não consegui evitar uma risada, mesmo que a pelúcia estivesse completamente babada. Tirei gentilmente o morcego de sua boca e balancei a cabeça, ainda rindo.

- Até que não é tão chato cuidar deles... - murmurei para mim mesma. Eles só não podem se bater, falar palavrão e muito menos pular no sofá. Com essas regras, acho que dou conta.

Enquanto eu tentava manter a ordem, meu pai se aproximou silenciosamente por trás de mim e me deu um beijo carinhoso no topo da cabeça.

- Como está aí, filha? - Ele perguntou, a voz suave, mas claramente se divertindo com a cena caótica à nossa frente.

Suspirei dramaticamente, mas com um sorriso no rosto.

- Estou quase pedindo as contas, pai. - Respondi, me jogando para trás no sofá, exausta.

Ele deu uma boa gargalhada e se sentou ao meu lado, ainda sorrindo.

- Ah, você está indo bem. Eles não te derrubaram ainda, então acho que isso conta como vitória.

Olhei para ele com uma sobrancelha arqueada.

- Ainda. - Respondi, enfatizando a palavra com uma piscadela.

- Você vai sobreviver. - Ele disse, dando um tapinha de leve no meu ombro. - Quem sabe até pega umas dicas para quando for sua vez. - Ele brincou, lançando um olhar sugestivo.

Eu revirei os olhos, mas não pude deixar de rir.

- Um passo de cada vez, pai... Um passo de cada vez.

Enquanto as crianças corriam e gritavam pela casa, e meu pai fazia carinho no meu cabelo, meu celular vibrou. Instintivamente, o desbloqueei sem pensar, mas quando vi o nome na notificação, meu coração deu um salto.

Era uma solicitação de mensagem do Slash.

Três dias se passaram desde o jantar e eu não esperava que ele fosse me mandar uma mensagem tão cedo. Olhei para o meu pai, que estava distraído com a cena caótica à nossa volta, e rapidamente me levantei do sofá, caminhando até a porta da sala. Apoiando-me no batente, abri a mensagem com o coração batendo mais rápido.

Slash: "Ei, tô pensando aqui... que tal a gente sair um dia desses? Só nós dois, sem plateia, sem pressa."

Meu estômago revirou um pouco, e eu tive que reler a mensagem para garantir que não estava imaginando coisas. Era casual, mas o flerte estava claro. Ele nunca tinha sido tão direto assim. Um sorriso começou a surgir no meu rosto, e antes que eu pudesse responder, outra mensagem apareceu.

Slash: "E prometo que te devolvo pra casa inteira. Seu pai nem vai notar que a princesinha dele está fora."

Eu tive que morder o lábio para não rir alto. Olhei de volta para o meu pai, que ainda estava sentado no sofá, completamente alheio à minha troca de mensagens. Dei alguns passos para fora, me afastando um pouco mais, agora definitivamente longe de qualquer chance dele ver o que estava acontecendo.

Olhei de relance para dentro da casa, vendo meu pai ainda distraído no sofá, e voltei a focar na tela.

Eu: "Você tem certeza que consegue me devolver inteira? Acho que tá subestimando o impacto que pode ter uma volta com você."

Eu mordi o lábio, sorrindo, e esperei alguns segundos antes de continuar, deixando o tom de flerte mais evidente.

Eu: "Mas, quem sou eu pra negar, né? Me avisa quando e onde, e prometo que ninguém vai notar a minha 'fuga'."

Enviei a mensagem e fiquei olhando para o celular, sentindo a adrenalina correr pelo meu corpo. O ar estava leve, mas o clima era de expectativa.

Estou me sentindo uma adolescente idiota.

𝐎𝐋𝐃𝐄𝐑, 𝗦𝗹𝗮𝘀𝗵. Onde histórias criam vida. Descubra agora