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NENHUMA PIADA, BEBIDA OU RISADA ao meu redor conseguia afastar da minha mente a imagem das mãos grandes e veias salientes de Slash. Mesmo entre a agitação da festa, sua presença pairava sobre mim de um jeito perturbador.
Pela primeira vez em toda a minha vida, ele me olhou de uma forma diferente, algo mais profundo, e isso me deixava dividida entre a excitação e o medo do que eu poderia fazer com esses sentimentos. Era como se algo tivesse mudado irreversivelmente entre nós, e eu não sabia se estava pronta para lidar com isso.
Sentei-me no grande sofá de couro na sala de estar, observando distraidamente as pessoas rindo, conversando e dançando, mas me sentia distante, como se estivesse em outra realidade. Meu corpo estava ali, mas minha mente continuava presa naquele abraço de mais cedo, no toque firme de suas mãos na minha cintura e nas palavras que ele havia sussurrado.
Sempre tive um tipo específico de homem, e Slash, com seu jeito descontraído, aparência rebelde e aquele ar misterioso, se encaixava perfeitamente nele. Era como se ele tivesse sido feito sob medida para me intrigar, mas nunca pensei que ele enxergaria algo em mim além da garota que conhecia desde sempre. Agora, ele não só me notou, mas flertou descaradamente.
Sem perceber, cruzei as pernas, ajustando o vestido, e tomei um grande gole do meu champanhe, tentando afogar a agitação dentro de mim. Eu precisava colocar tudo isso de lado, era o que eu dizia a mim mesma. Não passava de um abraço inocente e um flerte casual, nada além disso.
- Filha, aí está você! - ouvi a voz familiar da minha mãe chamando e virei a cabeça, sorrindo largamente.
- Oi, mãe. - Levantei-me rapidamente e a abracei com carinho.
Ela me envolveu com aquele abraço aconchegante que só mães sabem dar e, afastando-se um pouco para me olhar, soltou sua típica brincadeira:
- Minha filha, você está cada dia mais linda. Acho que caprichei na criação, hein?
Soltei uma risada, revirando os olhos de leve.
- Que nada, mãe... - respondi, ainda rindo.
Minha mãe sempre foi um porto seguro para mim. Com seu cabelo vermelho vibrante e seu humor ácido, ela sabia como iluminar qualquer ambiente e, ao mesmo tempo, deixar claro que não leva desaforo para casa. Eu a amava profundamente por isso, pela maneira como ela equilibrava sua doçura com uma personalidade forte.
- Vamos jantar, já está tudo na mesa - ela disse, segurando minha mão com firmeza e me guiando em direção à sala de jantar.
Ao entrarmos, a mesa já estava cheia de rostos familiares, todos em conversas animadas. Me sentei ao lado de Nikki Sixx, que me cumprimentou com um grande sorriso e um aceno de cabeça, sempre carismático. A atmosfera estava calorosa, as luzes suaves refletindo nos copos de cristal e nos pratos finamente postos. Me servi de mais um pouco de champanhe quando uma voz grave e baixa chamou minha atenção.
