Os dias seguintes foram tranquilos, como se o universo tivesse nos dado um pequeno presente. Eu e Olívia passávamos a maior parte do tempo juntas, tanto na escola quanto fora dela. Desde a viagem, nossa relação parecia mais sólida e, ao mesmo tempo, mais leve. Era como se estivéssemos finalmente nos permitindo viver o que sentíamos, sem medo ou culpa. Íamos juntas para a escola todos os dias, trocando risadas e confidências no caminho, como sempre fizemos, mas agora com um toque de algo mais.
Na escola, éramos discretas, ou ao menos tentávamos ser. As trocas de olhares, os toques sutis, tudo era feito com cuidado. Ainda não estávamos prontas para que o mundo inteiro soubesse, e eu entendia isso, principalmente por causa da mãe de Olívia. Ela sempre mencionava o quanto a mãe era rígida e intolerante. Uma mulher homofóbica, que pressionava Olívia a namorar garotos para “disfarçar” sua sexualidade, como se isso fosse algo que precisasse ser escondido, eu sabia disso agora, Oli havia me contado tudo que sua mãe fazia com ela, que droga, e eu achando que ela só era rígida .Olívia sempre sofria com essa pressão, mas encontrava em mim o espaço para ser quem realmente era. Eu agora eu sabia que isso a aliviava, mas também que o medo de sua mãe descobrir sobre nos era constante. Eu, por outro lado, nunca tinha precisado esconder nada da minha mãe, inclusive acho até que ela já sabia sobre eu ser bissexual primeiro que eu, mas entendia o peso do que Olívia carregava.
O dia em que Oli me defendeu do idiota do Joe, ela estava distantea alguns dias, justamentepor causa da mãe dela, mas eu já nãoaguentava aquela distância, então a arrastei ate uma sala, e disse para ela me tocar, então ela me beijou,O
e os beijos começaram tímidos, mas logo se tornaram mais intensos. O tempo pareceu parar, e nos deixamos levar pela paixão do momento. Estávamos tão imersas naquilo que esquecemos completamente do detalhe mais importante: a câmera de segurança no canto da sala.E foi aí que tudo começou a desmoronar.
Alguns dias depois, durante uma tarde preguiçosa em que estávamos trocando mensagens no celular, Olívia ficou estranhamente silenciosa. Achei que talvez estivesse ocupada com algo, mas então recebi uma mensagem dela:
"Preciso te contar uma coisa. Acho que vai dar ruim..."
Meu coração imediatamente apertou, e antes que eu pudesse responder, ela me ligou. O tom de sua voz era diferente do usual. Nervoso. Desesperado.
— O que foi, Oli? — perguntei, tentando manter a calma.
— Minha mãe... Ela... Ela recebeu um vídeo da escola. Um vídeo nosso, Lyana. — Sua voz tremia, e meu estômago revirou ao ouvir aquelas palavras.
— Que vídeo? — Mas assim que perguntei, a realidade me atingiu. O vídeo da sala de estudo. O vídeo de nós duas nos beijando.
— Daquele dia, na sala... enquanto estávamos... — Ela parou, a voz quase sumindo do outro lado da linha. — A escola enviou as imagens para ela. Eles fazem isso de vez em quando, para "monitorar o comportamento" dos alunos. E agora ela viu tudo, Lya. Tudo.
Eu fiquei em silêncio por alguns segundos, o choque me atingindo em cheio. Olívia nunca tinha me falado sobre esse sistema de câmeras e a possibilidade de enviar os vídeos para os pais. E, honestamente, eu jamais imaginaria que eles fariam algo assim. Meu coração começou a bater mais rápido.
— O que ela disse? — perguntei, tentando processar o que isso significava.
— Ela está furiosa. Não parou de gritar comigo desde que viu o vídeo. Disse que eu "perdi o juízo", que isso é "coisa de doente". — A voz de Olívia ficou embargada. — Ela quer me tirar da escola. Me obrigar a sair com garotos de novo... só para "me consertar" e se eu não fizer isso ela vai me mandar pra longe de vez.
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Como Não Te Amar?
RomantikDuas amigas com gostos completamente diferentes, ou talvez não tão diferentes assim... Olívia é uma nata bad girl. Lyana é meiga e gentil com todos. Olívia é apaixonada há anos. Lyana nem sonha em saber o que Olívia sente. Até que em uma noite, tud...