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◞    𓏲   :  🌻    ࣪˖    𑁍       ࣪    Depois de pousarmos em Bangkok, todos os nossos dias eram resumidos em treinos e mais treinos. Tudo isso para a semifinal que era de extrema importância para todas.

A sensação ao entrar em quadra me envolveu, mesmo tão longe, existiam diversos brasileiros trajados por sua camisa amarela para nós representar, gritando e cantando músicas.

Adversário difícil estava do outro lado, as japonesas. Apesar de ter ganhado o último jogo, sabíamos da dificuldade que enfrentariamos e sabíamos do trabalho que elas nos trariam.

Depois de se aquecer, fazer cumprimentos e fazer aquecimento de rede. O apito foi dado e o jogo começou com o saque Japonês. Elas foram as primeiras a fazer ponto, logo também revidamos.

O jogo se mantinha acirrado, quando garantiamos alguma vantagem, lá estavam elas se recuperando. Uma sequência de bolas que levantei para Júlia foram paradas pelo bloqueio da seleção Japonesa. E eu sabia que isso havia a impactado, aproveitei a pausa pedida pelo Zé Roberto e fui em direção a Júlia.

— Amor, você tá bem? — Disse me aproximando de Júlia, colocando minhas mãos nas suas costas.

— Estou, só estou nervosa.

— Tá tudo bem, eu estou aqui com você, sempre.

Júlia sorriu, e eu também focamos em escutar as instruções de Zé Roberto e apesar de termos nos esforçado, o primeiro set era do Japão.
Tudo parecia dar errado, eu já estava ficando aos nervos. Tinha errado algumas bolas e estava me culpando. O intervalo foi usado para conversar, passar melhor e mudar a estratégia.

O segundo set começa, nossa cabeça parecia estar mais ligada ao jogo, todas minhas bolas iam perfeitamente para quem melhor era a opção de ataque. Muitos estavam sendo efetivos, Júlia parecia ter se soltado mais. Não foi diferente, com um jogo muito bom, conseguimos empatar.

Mas nem tudo era perfeito, o terceiro set havia sido japonês. Eu já sentia um cansaço consumir a mim, porque o jogo estava muito competitivo, apesar de estarmos em desvantagem no atual momento, jogávamos bem e também trazíamos preocupações para a seleção Japonesa.

Fomos para intervalo, estávamos todos reunidos em uma roda, que no meio tinha Zé Roberto e Gabi.

— Temos que voltar pra esse set com a cabeça no jogo pessoal, estamos indo bem. Mas, todas aqui queremos levar esse prêmio para casa. Queremos o troféu, queremos a medalha. Não saímos de casa país, de cada clube e vimos até aqui para não levar nada — Gabriela agora era a voz, depois de termos levado um alerta de Zé Roberto ela queria nos motivar — Então, vamos fazer nosso melhor jogo, vamos ganhar esse set e vamos levar para tie break e ganhar ele. Vamos fazer melhor, dar nosso melhor.

Voltamos para dentro de quadra e garantimos o quarto set, o tie break nos separava da vitória.
Todas pareciam estar com desgaste. Mas, todas estavam motivadas a ganhar, motivadas e conquistar o jogo e irmos diretamente para final.

Já em quadra, eu estava em frente a rede. Enquanto Júlia se preparava para sacar e começar o último set. Olhei diretamente para ela, que esperava o apito. Ela me olhou e sorriu, fiz o mesmo automaticamente.
Júlia Bergmann era a mulher mais linda que eu havia visto em minha vida, mesmo com suor espalhado, cabelos meio bagunçados e o cansaço evidente ela continuava sendo a minha Júlia. A minha namorada.

Quando o apito foi escutado, balancei a cabeça, queria transmitir que confiava em Júlia. Me virei novamente para frente, sabia que Júlia podia fazer um ACE ali mesmo. Eu confiava que Júlia tinha potencial para coisas maravilhosas.

E não errei, quando a bola passou pela rede, a jogadora japonesa que se encontrava no fundo da quadra fez a manchete, parecia perfeita e por um momento todas acharam que ela faria o passe. Mas, pela força do saque de Júlia, a bola apenas bateu na jogadora e foi para fora.

Um Amor Puro - Júlia Bergmann Onde histórias criam vida. Descubra agora