⩇ ʿ 𓄹 𖠗 🪻 ۫ 𔓘 Fiz uma reserva no mesmo restaurante onde eu e Julia viemos pela primeira vez quando visitamos a Macau. Uma mesa mais distante das pessoas possível, algo totalmente reservado. Encima da mesa eu tinha um buquê de girassois, girassois sempre me remetiam a Júlia. Eu sentia o nervosismo me percorrer, eu queria resolver toda a situação e dizer toda verdade que eu guardava em mim diretamente pra ela. Sabia o quanto eu tinha errado, sabia que eu estava muito presa ao passado e o medo que me consumia. Mas, tudo valia a pena quando se tratava dela.
O tempo, parecia não passar em momento algum, ela já estava atrasada. E eu tinha medo, medo de que ela tivesse desistido por eu ter sido tão idiota, medo de que talvez ela não quisesse me escutar e que depois que a VNL acabasse, acabasse tudo isso junto. Meus dedos batiam na mesa, tocando um ritmo de qualquer música que vinha a minha cabeça. Não sei quantas vezes eu virei minha cabeça pra porta esperando que ela passasse por ela.
Eu já estava desistindo, aceitando a derrota e aceitando a verdade. Mas, minhas esperanças voltaram quando Júlia ultrapassou a porta, sua expressão não era das melhores, claramente ainda estava nervosa comigo. E ela tinha toda razão, ela caminhou até a minha direção, chegou próximo, não disse nada.
— Oi, que bom que você veio. Precisamos conversar — Eu disse, cortando o silêncio, peguei o buquê e estendi na direção de Júlia — Isso é pra você.
— Obrigada, bom vamos conversar então.
Júlia respondeu simples, apesar de agora depois do meu gesto um sorriso pequeno ter aparecido em seus lábios. Primeiro pedimos o que queríamos comer.
Logo depois, decidi que começaria a falar.
— Olha, eu tenho que te pedir desculpas, tenho que reconhecer meu erro. Eu sei o qual importante era pra você falar sobre futuro. Eu errei em não querer falar sobre isso com você, eu só tenho medo, tudo que aconteceu me deixou assim. Mas, eu deveria saber que você não é como as pessoas do meu passado, você é diferente, você se preocupa, se importa — Respirei fundo, mantinha meus olhos no rosto de Júlia. Ela era tão linda — Júlia, onde quer que eu tenha que ir pra ficar com você, eu vou. Mesmo sem uma proposta de um clube. Se eu tiver que ir até a Turquia, se eu tiver que ir pra um lugar desconhecido pra ficar com você, eu vou. Eu só quero você Júlia Bergmann, independente do lugar.
— Por isso, se eu tiver que ir pra Turquia. Ou se eu tiver que ir pra um país, um lugar perto, pra ficar o mais próximo possível de você, eu vou. Sem pensar duas vezes. Porque eu quero estar perto de você, eu quero fazer tudo o que for preciso por você. Tudo bem você ter ficado com raiva, querer me xingar agora, eu aceito isso. Eu aceito que eu amo você Júlia e que agora você é meu presente e meu futuro.
As palavras pareciam emboladas, mas saiam naturalmente de mim, enquanto Júlia escutava atentamente, eu podia notar seus olhos encherem de lágrimas. Eu não estava diferente, eu nunca tinha me sentido assim com alguém.
— Eu entendo que te presisonei demais, que talvez eu não deveria cobrar isso de você agora, você tem o seus problemas e eu não quero ser a namorada maluca que te obriga a fazer as coisas — Júlia finalmente falou mais de uma palavra comigo.
Estendi a minha mão, colocando-a por cima da dela que estava sobre a mesa, deixei um sorriso escapar.
— Você não está me obrigando a nada, você só quer que estejamos perto uma da outra, e você está certa. Relacionamentos a distância são difíceis, e eu não quero estar distante de você, eu quero você por perto Júlia.
— Se eu tiver que ir pra Itália, eu vou.
— Independente de onde formos, eu só quero estar com você.
— Onde as duas receberem uma proposta, não quero que você vá para a Turquia sem nada só por minha causa.
— Eu dou o meu jeito, não é possível que um levantadora bonita não consiga uma vaga num clube — Eu disse em tom de brincadeira.
— Eu estou falando sério, Beatriz.
— Não se preocupe com isso, nos vamos dar um jeito. Ficaremos juntas.
— Promete?
— Eu prometo. Eu nunca quebro uma promessa.
Ambas sorrimos, eu estava feliz por ter resolvido, finalmente poderíamos estar bem.
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Decidimos voltar para o Hotel andando, não era tão longe. A luz noturna de Macau iluminava as ruas, onde as pessoas passavam. Casais andando de mãos dadas, amigos conversando. Diferentes pessoas passavam por nós. Mas, não importava. Segurando minha mão ao meu lado eu tinha o que mais importava e talvez a coisa mais bonita ali em Macau. Os cabelos ruivos e os olhos claros, eu não conseguia não admirar Júlia.
— Porque está me olhando assim?
Júlia perguntou.
— Você é muito bonita, impossível não olhar.
— Para...
As bochechas dela ficaram vermelhas.
— Não, eu tenho que dizer, eu tenho uma namorada maravilhosa.
— Você acha?
— Eu tenho certeza.
— Sua namorada maravilhosa, ganha um beijo?
— Até dois se você quiser.
Puxei Júlia para mais perto de mim, não me importava com as pessoas que passavam ou se estavam olhando para nós. Minhas mãos foram para o seu rosto, onde passei meu dedos sobre ele sentido a sua pele macia, senti os detalhes de Júlia que tinha um sorriso em seu rosto, senti suas mãos sobre a minha cintura, um leve aperto que me fez suspirar. Afastei a mecha de cabelo que caia sobre seu rosto, coloquei atrás da sua orelha. Minhas mãos partiram para a nuca da ruiva, assim como os meus lábios logo em seguida que se juntaram aos dela, senti o gosto do gloss se misturar no beijo, que era calmo, era amoroso, tinha os sentimos que se sentíamos uma pela a outra.
O mundo ao redor não importava, eu tinha Júlia Bergmann comigo, perto de mim. Nós separamos com um sorriso, continuamos caminhamos enquanto conversamos.
Com tudo resolvido, bastava focar em ganhar a semifinal do Japão e então partir para final, meu coração queria muito que levassemos o prêmio para casa. Mais ou maior prêmio eu já estava levando: Júlia Bergmann.
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Os vivos sempre aparecem mesmo. Nossa gente perdão a demora o CLT tá consumindo tudo de mim 😭 Espero que você gostem, comentem e curtam.
