Casa na Colina

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Ando outra vez pela estrada que serpenteia até a velha casa na colina. As cadeiras, antes palco de risadas, agora se afogam em poeira. A lareira, que já aqueceu tantos corações, está fria e vazia. Para onde foram os nossos convidados? A história que estávamos escrevendo, por que se interrompeu?

Um frio gélido se instalou nesse lugar, e eu já não o reconheço mais. Em mim, a mesma sensação: um desconhecido em minha casa. O que antes era refúgio, agora é ruína. E essa ruína espelha o meu estado. Por que se foi?

Ainda espero, contra a razão, que volte. Mas sei, no fundo, que seu silêncio é eterno. Não me iluda com falsas esperanças. Deixe que as lágrimas lavem a minha alma cansada.

A casa segue vazia, ecoando o vazio que habita meu peito. Aonde foram os nossos sonhos? A história ainda não encontrou seu final, e o frio me consome.

Todos os dias, a esperança renasce, frágil como uma flor no inverno. Não me diga que não vai voltar. Não tire de mim esse último fio de esperança, por mais tênue que seja.

Não quero seguir em frente, não quero esquecer. Mas a força me falta. Você é a minha sina, um labirinto sem saída. Corro, mas permaneço no mesmo lugar. A exaustão me domina.

Reflexos da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora