Erin Anderson é vista como a personificação do Sol, sempre alegre ela ilumina as pessoas ao seu redor. Mas, quando ela se envolve em um mal entendido no colégio um buraco negro ameaça sugar todo o brilho que ela tem.
Mike Cobbard é o extremo opost...
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Estou encarando a folha de inscrição para a peça da escola há um tempo. As palavras de Mike se mesclam com as de Vovó Liz, quase apagando o meu medo por completo.
No entanto, ainda há uma parte de mim com medo do que isso pode significar. E se eu não passar? E se todo mundo rir de mim? Como subdiretora do clube de teatro, isso seria no mínimo humilhante.
Meus olhos são guiados para o exemplar de Hamlet na cômoda ao lado da minha cama. "Ser ou não ser?', a frase invade minha mente, alimentando esperanças que eu pensei ter sufocado.
Há várias interpretações para esse trecho tão conhecido, mas a que me conquistou foi: há uma escolha. Podemos ser tanto quanto podemos não ser. Existimos sim, mas ainda podemos não ser.
Porque ser e existir não são a mesma coisa.
A complexidade de meus pensamentos me faz suspirar, e estico meu corpo na cama, encarando o teto.
De repente, me vem à memória aquele sonho esquisito que se repete de novo e de novo. "Por que estou aqui?", me pergunto.
Vou mais fundo, e pergunto: "Por que existo?". Mas, paro por aqui. Seria tolice ir adiante e perguntar: "Por que eu sou?", já que isso é por escolha minha. Sou por escolhi, não porque quis, nem mesmo porque sonhei, mas porque escolhi.
Meu celular vibra. Clico na tela, e ela se acende com uma mensagem de Emily.
"Me desculpe", ela diz. "Posso te ligar?"
Meus lábios se estendem em um sorriso pequeno. Claro que ela pode me ligar, nem sei o motivo para ter pedido desculpas. Envio essa resposta para ela, e logo em seguida, meu celular vibra com sua ligação.
— Erin — ela diz no outro lado da linha. — Me perdoa?
— Não tem que pedir desculpas. Eu devia ter te contado, mas... Ela me pediu pra não fazer isso.
Eu suspiro, deitando as costas na cama e encarando o teto.
— Eu sei. Mas, sou sua irmã mais velha. Não pode carregar todo o peso sozinha, estou aqui para isso.
Não respondo nada por alguns segundos.
É engraçado ela falar isso, e mais engraçado ainda ela ter percebido. Estou fazendo o possível para que ela aproveite a faculdade, mas... às vezes sinto que estou desmoronando. As coisas seriam bem mais fáceis com a mamãe aqui.
Suspiro, outra vez.
— Tudo bem. Como você está?
— Nada disso. Como você está?
Me proibo de suspirar, outra vez.
— Estou ótima — A mentira desliza naturalmente. — Conheci uma pessoa...
