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Os corredores da mansão de Glenda são tão imensos que Jessie não acredita ser possível andar por toda a casa. Ela só consegue rir com a mania da CEO chamar seus funcionários com nomes de deuses gregos. Fernando e Jessie continuam vagando cada vez mais pelos corredores. Ela está impressionada, porém, para o CEO parece indiferente aos luxos que o rodeiam. Glenda é podre de rica e não possui herdeiros. Entretanto, se tivesse, eles seriam sortudos por poder herdar a imensidão de luxo que ali encontram.

Glenda Prado tem muitos troféus e é a prova de uma vida de sucesso e avanço. O avô de Fernando, que subestimara a inteligência da dona de imensos domínios, provavelmente deve se arrepender por duvidar da poderosa.

— Ela é fenomenal, não é? — Fernando surge do nada, assustando-a.

— Vou sair daqui hoje em uma ambulância. — Jessie pressiona a mão contra o coração, com as sobrancelhas arqueadas. Já não consegue mais suportar ser pega de surpresa.

— Vou ter que usar um sininho agora pra chegar perto da senhorita assustada.

— Que engraçado! — Jessie responde, com uma dose de sarcasmo.

— Você é mal-humorada, não há nada de diferente fora do trabalho, nariz em pé — Fernando tenta provocá-la ainda mais. Ela respira fundo e morde a língua antes de responder no mesmo nível.

— Sabia que o senhor esnobe também não é nada diferente? Consegue ser ainda pior do que é — Jessie diz, com sorriso que não chega aos olhos. 

— Você precisa de uma bebida pra espairecer essa tensão, vem. — Ele avança com confiança, enquanto ela permanece congelada no mesmo lugar, observando-o caminhar. — Vem!

— Tá! — Jessie dá os primeiros passos atrás do chefe, deixando o corredor extenso com quadros de artistas desconhecidos por ela. 

O caminho é iluminado pela reluzente parede de ouro e perfume cítrico. Jessie entra em um bar envidraçado até o teto. A paisagem foi transformada em uma adega de bebidas. Um silêncio cirúrgico abate o bar, apenas o som do barman movendo garrafas de bebida no balcão de madeira. As banquetas vermelhas do bar dominam a sala, ela sente a energia do lugar e observa, admirando as estantes com várias garrafas de bebidas importadas. Jessie se aproxima, enquanto observa o homem cuidando do espaço como um único mandante, movendo-se com graciosidade.

— Vou adivinhar qual o seu nome de deus — Jessie se inclina um pouco para frente, debruçando no balcão, o barman lhe olha com sorriso branco. — Senhor D?

— Ao seu dispor, senhorita! — O barman faz uma reverência exagerada.

— Pode ficar à vontade pra pedir uma bebida — Fernando leva a sua mão gentilmente na mão dela.

— São tantas que nem sei por onde começar — Jessie retira a mão da posição dele.

— Vamos começar com uma bebida leve, então pode ser chopp de vinho gelado. — Fernando oferece a sugestão.

— Você pode colocar uma música? — Jessie desliza os dedos sobre o balcão com a cabeça erguida, perguntando ao barman. Tentando desapegar da tensão que a prende no olhar iluminado do CEO, ela desce da banqueta.

— Posso sim. Qual a senhorita quer?

— Girls Need Love da Summer Walker. Obrigada, senhor D. — Jessie volta a observar em torno, deslizando seus olhos sobre as composições de discos por toda estante do canto. 

Sua atenção acaba parando nos discos de ouro e platina de Bob Marley, cantor favorito de seu pai. Um sorriso triste se forma em seu rosto. Em instantes, o barman toca o som e o ambiente ressoa como uma recompensa para ela. Jessie respira fundo e a tensão que sufoca seu coração se desmancha como manteiga em frigideira quente. 

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