Pelo resto da noite, Jessie e o CEO se empenharam em planejar as últimas etapas da decoração da festa, tudo sob a supervisão de Heloísa Cavalcante, mãe dele. A secretaria ficou responsável por parte das ligações e contratações de funcionários que irão servir os convidados no bufê. Fernando se dedicou à contratação dos decoradores para o salão e do DJ, que tratará da playlist adequada à festa. Quando o trabalho se conclui, Jessie sente uma exaustão extenuante, o sono chega e os cochilos são intermitentes. Fernando guarda os documentos com toda formalidade e os coloca na gaveta da mesa. Jessie se levanta, passando os dedos no vestido para tirar os amassados causados por horas de trabalho e encaixando a bolsa no ombro.

— Vou precisar da sua opinião também na prova dos pratos amanhã. Disponível? — Fernando levanta-se.

— Vou ter que quebrar a dieta, mas sem problemas — Jessie replica com firmeza.
 
— Você já é linda, não precisa de dietas. Quanto ao trajeto, vou te dar uma carona até em casa — Fernando pega a parte de cima do terno do braço da cadeira.

— Obrigada, senhor Cavalcante. Mas não precisa da carona, posso pegar um táxi — Jessie recusa gentilmente.

— É tarde demais pra ficar esperando táxi sozinha e tá chovendo muito — Fernando recolhe as suas chaves. 

Em silêncio, eles caminham para o elevador. Fernando pressiona o botão que conduz ao estacionamento, o local ainda ocupa as vagas e o vigia da noite faz as rondas. O CEO abre a porta do carona da BMW preta e Jessie entra, depois ele dá volta e se instala no banco do motorista. Ela se ajusta, colocando o cinto e busca seu telefone, notificações surgem com mensagens da mãe e mais quatro de sua irmã mais nova.

Cassandra
A irresponsável da sua irmã engravidou. Nos encontramos amanhã.

Juju
Tô grávida, não me mata! :(
Cassandra tá surtando comigo…
Ela disse que vai me expulsar.
Tô desesperada, desculpa. :'(

— Que merda! — Jessie resmunga e atrai a curiosidade do CEO.

— Aconteceu alguma coisa? — Fernando abaixa o volume do rádio da BMW, seguindo pela rua solitária.

— Só uns problemas de família — Jessie reativa seu smartphone para o modo silencioso e joga de volta na bolsa.

— Família grande sempre traz bastantes problemas, é bem difícil acompanhar todos — Fernando comenta.

— Tem só minha irmã e minha mãe. Ficou desse jeito desde que meu pai morreu, pois a família dele se afastou — Jessie olha pela janela, imersa no paisagismo chuvoso.

— Sinto muito, senhorita Lopes. Não posso nem imaginar essa situação, nem como você lida com tudo. — Fernando mantém o olhar no trânsito quase vazio.

— Estamos superando — Jessie engole em seco, recuperando a compostura. — O senhor disse que tem uma família grande?

— Três irmãos e uma irmã mais nova. — Fernando para no sinal vermelho.

— Isso sim é uma família grande! Aposto que a irmã mais nova é tratada como uma princesa.

— Realmente ficamos atentos em qualquer coisa que ela queira fazer. Eu não gosto muito dessa invasão, mas é pelo bem daquela desmiolada.

— Acho que ela não deve se incomodar em ser protegida, é ótimo ter a sensação de ter alguém segurando a barra do mundo por você — Jessie pensa no pai, que também era o porto seguro da família. Como ela se sentia protegida naquela época quando ele ainda estava com elas. Antônio era um homem simples, mas sua iluminação presenteava a vida de Jessie. 

Ele era o pai mais incrível do mundo, que fazia tudo pelos gostos das filhas, sem qualquer esperança de recompensa. O amor paterno de Antônio era tão imenso, que até mesmo abafava as implicâncias de sua mãe narcisista e controladora.

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