A Chegada no Galpão

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Depois de uma jornada cheia de contratempos e frustrações, finalmente tínhamos a estrada livre à nossa frente, e o galpão apareceu ao longe, envolto pela escuridão da noite. As luzes piscando do lado de fora eram o único sinal de que a festa de Halloween estava, de fato, acontecendo ali. Diogo manobrou a caminhonete com cuidado até o estacionamento improvisado, onde vários outros carros estavam alinhados, suas sombras projetadas pelas luzes do galpão.

— Chegamos. — Diogo anunciou com alívio.

O som da comemoração foi instantâneo. Todos no carro gritaram, como se tivessem finalmente encontrado um oásis no meio do deserto. A jornada até aqui havia sido uma prova de paciência, cheia de imprevistos, e agora estávamos prontos para aproveitar a noite.

Saímos do carro um por um, ajeitando nossas roupas e nos preparando para a festa. Meu vestido preto, com um decote generoso, balançava levemente ao vento, trazendo uma sensação de liberdade. Maressa, sempre impecável, usava um vestido vermelho longo que contrastava perfeitamente com sua pele clara. Nataly, por sua vez, estava com uma minissaia de couro que parecia brilhar sob as luzes, combinada com um cropped branco. E Nina, bem... Nina ainda estava no uniforme de garçonete, sem ter se trocado, o que já era de se esperar.

— Vem, Nina. Vamos ao banheiro pra você trocar essa roupa. — Nataly puxou o braço dela com decisão, segurando um vestido rosa curto, claramente a escolha perfeita para transformar a Nina.

As duas foram as primeiras a entrar no galpão, sumindo na escuridão do lugar. Restou a nós, o restante do grupo, seguir logo atrás. O galpão era grande, cercado por árvores e mato. Sua aparência envelhecida, quase abandonada, combinava estranhamente bem com a atmosfera misteriosa da festa de Halloween. No estacionamento, carros de diversos modelos estavam dispostos de maneira caótica, dando um toque de clandestinidade à cena.

Não havia qualquer tipo de segurança controlando a entrada. A porta, velha e enferrujada, rangeu quando a empurramos, revelando um ambiente totalmente transformado por dentro. O que parecia um lugar em ruínas por fora, era, por dentro, um cenário digno de filme: luzes coloridas iluminavam cada canto, e as decorações temáticas de Halloween se espalhavam por todo o galpão. Abóboras sorridentes, teias de aranha falsas, esqueletos pendurados no teto e doces assustadoramente criativos estavam dispostos em mesas decoradas.

A música alta reverberava nas paredes, e as pessoas dançavam sem preocupações. Fantasias de todos os tipos dominavam a multidão. Havia fadas, bruxas, coelhos, vampiros, e uma infinidade de outros personagens. Cada um parecia competir com o outro pelo traje mais criativo e chamativo.

Thomas, sempre um amante de guloseimas, foi o primeiro a se aproximar da mesa de doces. Ele pegou um doce em forma de esqueleto, balançando-o na mão enquanto ria, claramente empolgado com a temática.

— Cara, olha só esse esqueleto! — ele disse, com o brilho de uma criança nos olhos.

Luca, que não perdeu tempo, se aproximou e mordeu a cabeça do esqueleto de chocolate, gemendo de satisfação ao provar o doce.

— Mano, você acabou de comer a decoração? — Thomas perguntou, incrédulo, mas logo riu junto com Luca.

— Não, é chocolate, cara! — Luca respondeu, mastigando com um sorriso. — Prova.

Thomas, ainda hesitante, deu uma mordida no bracinho do esqueleto e, assim que o sabor do chocolate tomou conta, um sorriso surgiu em seu rosto.

— Caramba, é bom mesmo!

Os dois começaram a atacar a mesa de doces com uma energia quase desesperada, como se não tivessem comido nada o dia inteiro. A cena era tão ridícula e infantil que não consegui segurar a risada. Eles sempre conseguiam deixar tudo mais leve, não importava a situação.

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