Succumbing To Desires

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Tom Marvolo Riddle não era de guardar arrependimentos por suas ações.

Ele pode ter ficado descontente com o resultado, mas nunca se arrependeu do que fez.

Nem mesmo tirando a vida de Aryanna. Ou quase fazendo isso.

Era peculiar; agora que tudo o que ele desejava era provar os lábios dela, ele percebeu que, de certa forma, sua escolha de acabar com a vida dela em vez de simplesmente apagar sua memória estava predestinada.

Porque se não tivesse feito isso, ele nunca a teria visto naquele estado — uma deusa irada atacando-o violentamente.

Ele nunca teria sentido seu corpo preenchido com tanto desejo, nunca saberia o quão brilhante seria. Seu antigo eu teria zombado da ideia de estar tão apaixonado que mesmo quando seu passarinho esmagou seu punho em seu rosto – ele queria que ela nunca parasse. Era tão bom usar sua força total em qualquer tipo de duelo contra ela.

E por Salazar Sonserina, ela estava se segurando mais do que ele.

Ele não tinha certeza de quão profunda era a habilidade dela, mas ficou sem fôlego quando viu o poder dos feitiços dela se acumulando ao redor dela para atingi-lo com uma precisão cruel — e isso sem contar o momento em que ela o estrangulou com sua própria gravata.

Tom Riddle não se arrependeu. Mas não estava orgulhoso do que aconteceu naquela noite.

Não era sua intenção matá-la num ataque, mas Aryanna o provocou a ponto de ser quase impossível não sucumbir à raiva. A maneira como ela resistiu a ele quando tudo o que ela precisava fazer era permanecer parada por um momento - para que ele apagasse a provação de sua mente.

Mesmo assim, ela decidiu esfaqueá -lo.

Tom não tinha certeza de como as ações dela haviam despertado sua raiva, enquanto agora ele desejava que ela continuasse lutando contra ele indefinidamente, que continuasse apesar da dor que seu passarinho lhe infligia.

Acontece que naquele momento, quando ela o esfaqueou com sua varinha quebrada, algo despertou nele.

Antes, ele se sentia vazio. Sentia-se estranhamente vazio desde que criara a Horcrux com a alma da menina chorosa.

No momento em que ela descaradamente penetrou mais fundo em sua carne ferida, ele não viu uma garotinha, mas rostos diferentes que mudavam quando ele piscava.

Monstros do seu passado.

Não uma criatura horripilante que alimentava pesadelos.

Mas humanos.

O rosto cruel da diretora do orfanato, Sra. Cole, que arrastou seu corpo faminto para o sótão e o trancou lá quando ele roubou comida da cozinha.

Ele mal conseguiu sair dali quando ela voltou, parecendo desapontada por ele ainda estar vivo. Mais uma boca para alimentar.

Tom teve sorte de haver um vazamento no telhado, e de ser outono na época, o que deixou a Inglaterra em um estado constante de chuva. Mais do que o normal, de qualquer forma.

Isso o lembrou das crianças mais velhas que não gostavam da aparência afetada e bonita de Tom, apesar de estarem famintos e sem pais como elas.

Muitas vezes ele foi espancado e precisou desviar dos socos deles só para ser dominado pelos números. Toda vez que o deixavam atrás da casa no ponto mais escuro do chão, Tom pensava que ele poderia morrer ali mesmo.

Houve alguns outros encontros nos quais ele não gostava de pensar. E todas as vezes que ele esteve perto da morte, foi apenas devido ao seu desgosto e raiva por ele ainda estar vivo.

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