A Genuine Claim

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Hermione não dormia bem nas últimas noites. Na verdade, ela mal dormia.

Toda vez que ela fechava os olhos, sua mente voltava para o evento iminente que estava prestes a acontecer: a audiência de Hagrid.

Outra nota de rodapé apareceu na última edição do Profeta Diário — mais um lembrete de que o julgamento contaria com a presença apenas de funcionários do Ministério.

Foi injusto, desleal.

Hermione sabia que Hagrid não merecia as acusações lançadas contra ele, nem o possível destino que o aguardava.

Azkaban.

Ela não conseguia se livrar da sensação de que Hagrid estava sendo empurrado para o mesmo papel que ela havia testemunhado em seu futuro: um peão leal a Dumbledore.

E isso embora ela tivesse tentado o máximo para ajudá-lo em seu último julgamento.

Mas como ela poderia ajudá-lo dessa vez? Ela não tinha como entrar na audiência — nenhuma que não levantasse suspeitas, pelo menos. A Poção Polissuco tinha passado pela sua cabeça mais de uma vez, mas seria óbvio demais. Os oficiais do Ministério já estavam tensos, nervosos e ansiosos para varrer tudo para debaixo do tapete, não havia como alguém falar em nome da Grifinória.

O tapete é Azkaban.

E então, quando ela estava quase considerando montar em um dragão e entrar naquele tribunal sangrento, ela encontrou outra solução.

Em uma manhã nublada e cinzenta, quando o céu de Hogwarts parecia mais opressivo, foi quando Hermione encontrou Tom.

Ela literalmente caminhou até ele, puxou seu braço até que ambos estavam em um canto escuro de um dos muitos corredores mal iluminados do castelo.

Lá, longe de olhares curiosos, ela fez seu movimento. O jornal em suas mãos estava amassado além do reconhecimento, sua frustração mais do que evidente.

"Estou usando o favor que ganhei," ela disse sem rodeios, sua voz como ferro. "Preciso estar lá." Ela levantou o papel amassado para cutucar seu peito.

A testa de Tom franziu em confusão. "Onde?"

"Na audiência", ela esclareceu, dando um passo à frente.

A expressão de Tom escureceu, suas feições endureceram naquela máscara familiar e calculista. "Você não pode estar aí, passarinho," ele respondeu, o tom de voz ficando mais agudo. "É fechado ao público, e—"

"Então abra," Hermione interrompeu, seu queixo se inclinando para cima desafiadoramente. "Torne-o acessível ao público."

Ele piscou para ela. "Você quer que eu abra a audiência para o público? Simples assim?"

"Sim," ela disse sem hesitação, seu olhar fixo no dele. "Se houver multidão suficiente, barulho suficiente, isso forçará a mão do Ministério. Até mesmo os mais teimosos deles serão forçados a reconsiderar. A pressão pública faz maravilhas."

"E por que, diga-me, eu deveria fazer isso? O que eu ganho, exceto a suspeita do Ministério?"

"Nada," Hermione respondeu. "Nada além de me fazer te odiar um pouco menos."

Um sorriso lento e perigoso se curvou nos lábios de Tom. "Você não me odeia. Esse não é um argumento muito bom."

"Você tem certeza disso?" Hermione imitou sua expressão ironicamente.

Por um momento, Tom não disse nada. Seu olhar nunca deixou o dela, examinando cada centímetro dela. Então, depois do que pareceu uma eternidade, ele deu um aceno lento e infeliz .

A Soul's EpilogueOnde histórias criam vida. Descubra agora