Missão impossível

5 - vindo de você.

2 de outubro ; 2024
AMÉLIA MARTINEZ

Eu acordei com o cheiro de café recém-preparado, sempre odiei aquele gosto amargo daquele líquido escuro, porém, hoje, sentado no pequeno sofá do meu aconchegante apartamento, aquele aroma me confortava. hoje era o dia, o dia de começar os treinos

Depois de um longo banho tomado, com a cabeça repleta de pensamentos confusos, me troquei lentamente, escolhendo uma roupa confortável que me permitisse me movimentar sem problemas. Minutos depois, tomei meu café enquanto pensava e observava a paisagem lá fora, o sol dando as caras entre nuvens, com o céu avermelhando gradualmente. ontem a festa junto com as meninas foi intensa, ficamos até 3h da madrugada entre conversas e risadas, mas isso só foi passar nas minhas costas agora, quando mesmo acordada sentia sono.

Peguei minha mochila, que era preta e simples, colocando em seguida dentro dela somente os equipamentos essenciais para o treino, tais como uma garrafa d'água, a garrafinha do meu perfume favorito, que era leve e suave, uma fronha pequena e meu caderno de treinos. Fechei a bolsa, colocando-a nas costas e dirigindo-me até a porta. Não precisaria de chave, pois o prédio tinha porteiro 24h.

Uma vez do lado de fora, esperei o elevador chegar enquanto olhava as notificações do meu celular, tinha uma mensagem da Paola dizendo novamente para tomar cuidado, e como sempre, dizendo também para não forçar demais, apesar de tudo, ela sempre se mostrava preocupada. O elevador chegou logo depois de uns minutos, e entrei nele em seguida. Enquanto as portas automáticas se fechavam, pude ouvir o porteiro dando um bom dia, vou sentir saudades quando eu me mudar para o Conegliano

A viagem de carro até o clube demorou, como sempre, uma eternidade, porém, nesse tempo, pude organizar as ideias e tentar afastar a sensação de cansaço na mente. Assim que eu parei o carro no estacionamento, desci depressa e caminhei em direção ao ginásio, o coração acelerado de expectativa e nervosismo.

Hoje seria o meu primeiro dia de treino com o Imoco Conegliano, e não conseguia evitar que minha mente estivesse uma mistura de ansiedade e excitação.

Ao entrar no ginásio, fui recebida por um ambiente vibrante. O som da bola quicando no chão, risadas e vozes animadas preenchiam o ar. As jogadoras se aqueciam ou se preparavam para o treino, e eu pude ver Gabi no centro do grupo, sua presença sempre marcante. Ela estava concentrada, conversando com algumas colegas, e um pequeno sorriso se formou em meus lábios ao reconhecê-la.

Respirei fundo para me acalmar e me dirigi ao vestiário, onde algumas meninas ainda estavam se trocando. O clima era amigável e acolhedor, o que me ajudou a aliviar um pouco da tensão. Logo, algumas jogadoras começaram a se aproximar de mim, fazendo perguntas sobre minha experiência nas Olimpíadas e como eu me sentia em estar no time.

— É incrível ter você aqui, Amélie! — comentou uma das jogadoras, chamada katja. — Você vai trazer uma nova energia para o nosso time!

— Obrigada! Estou animada para começar — respondi, tentando transmitir confiança, embora a verdade fosse que eu ainda me sentia um pouco insegura.

Depois de me trocar e me preparar, fui para a quadra, onde o treinador, Daniele, já estava aguardando todos os jogadores. Ele era um homem de estatura média, com uma presença forte e uma voz autoritária, e logo começou a falar sobre o que esperava de nós no treino.

— Hoje vamos trabalhar em alguns fundamentos básicos e na nossa comunicação em quadra. É essencial que todos estejam em sintonia e saibam onde os outros estão a todo momento — explicou Daniele, olhando para todos nós com seriedade.

Assim que ele terminou, as meninas se dispersaram para começar o aquecimento. Eu me juntei a elas, tentando me integrar ao grupo e, ao mesmo tempo, observando cada movimento. Era fascinante ver como cada jogadora tinha seu próprio estilo, mas todas se moviam com uma graça e habilidade que me deixava animada.