6 - nós duas.

1K 82 7
                                    

03 de outubro; 2024
AMÉLIA MARTINEZ

Hoje, o treino foi intenso, e ao mesmo tempo, algo dentro de mim ainda se aquecia toda vez que pisava na quadra. Sentir o suor escorrendo, a adrenalina correndo nas veias enquanto a bola passava de uma jogadora para outra... Era ali que eu me sentia viva, mesmo quando tudo fora do ginásio parecia pesado ou confuso. Naquele ambiente, havia uma clareza que eu só encontrava no meio do jogo.

Ainda assim, a cada treino, eu percebia que meu corpo estava mais cansado do que o normal. A tensão acumulada e as noites mal dormidas não ajudavam, mas eu me forçava a continuar, como se o esporte fosse meu último refúgio, o único lugar onde eu podia fugir dos meus pensamentos.

Hoje, no entanto, eu sabia que tinha um compromisso. Depois do encontro de ontem, as meninas decidiram que iríamos à Galeria da Academia de Belas Artes, e eu tinha concordado — ou pelo menos fingido entusiasmo quando sugeriram. Agora que o momento tinha chegado, eu me sentia um pouco dividida. Parte de mim queria voltar para casa, descansar, a outra parte... a outra parte não queria decepcionar as garotas.

Enquanto caminhávamos do ginásio para a galeria, a conversa entre nós fluía facilmente. Isabelle, sempre animada e cheia de vida, estava à frente, contando sobre alguma exposição que ela tinha ouvido falar, e Anna, com seu sarcasmo habitual, a interrompia com piadas que arrancavam risadas do grupo. Eu estava um pouco mais silenciosa, observando-os com uma certa distância emocional, mas tentando me forçar a estar presente.

— Ei, Amélia! — Anna me chamou, com um sorriso travesso. — Não vai ficar com essa cara de "estou derrotada". Você vai adorar a exposição, prometo!

— Tô bem — respondi, oferecendo um sorriso fraco. — Só um pouco cansada.

Isabelle se virou para mim, seus olhos brilhando de empolgação.

— Ah, não adianta tentar fugir agora! Eu já estou com tudo planejado. Vamos ver umas obras incríveis, quem sabe até tirar umas fotos legais pra postar. A arte sempre ajuda a recarregar as energias!

Eu não conseguia dizer "não" para ela. Sua energia era contagiante, e de certa forma, eu sabia que sair um pouco da rotina talvez fosse bom para mim. Talvez, longe das quadras e do caos mental que vinha me acompanhando diariamente agora, eu conseguisse encontrar um pouco de paz.

 Talvez, longe das quadras e do caos mental que vinha me acompanhando diariamente agora, eu conseguisse encontrar um pouco de paz

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Chegamos à galeria, e logo na entrada fui tomada por uma sensação de tranquilidade. As paredes brancas, as obras de arte penduradas cuidadosamente, e o ambiente silencioso, tudo parecia convidar à reflexão. Isabelle , sempre à frente, começou a puxar todos para uma obra de arte que ela parecia fascinada.

— Olha isso! — ela exclamou, apontando para uma pintura abstrata cheia de cores vibrantes. — O que vocês veem aqui?

Sarah inclinou a cabeça para o lado, fingindo pensar profundamente.

Missão impossível Onde histórias criam vida. Descubra agora