7 - sant by me

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03 de outubro; 2024
Mais tarde naquele dia
AMÉLIA MARTINEZ

Quando o relógio marcou seis horas, eu estava no meu quarto, nervosa e animada ao mesmo tempo. A perspectiva de encontrar Gabi sozinha me deixava inquieta. Era apenas um encontro entre amigas, mas havia algo de diferente que eu não conseguia ignorar. O fato de que nós duas sentíamos uma conexão intensa tornava tudo mais significativo. Enquanto olhei para o espelho, peguei um vestido preto que estava guardado para uma ocasião especial. Ele era justo e acentuava minhas curvas, um detalhe que eu sempre amei em mim.

Após me vestir, tomei um momento para me olhar. O cabelo solto, a maquiagem leve e um toque de batom vermelho. Queria estar bonita, mas ao mesmo tempo, não queria forçar nada. Era apenas um encontro entre amigas, certo? Mesmo assim, a ideia de estar ao lado de Gabi, que sempre me fazia sentir especial, me deixava um pouco mais nervosa do que o habitual.

Quando cheguei ao restaurante, um pequeno local afastado do burburinho da cidade, procurei por Gabi. A atmosfera era aconchegante, com luzes baixas e mesas discretas, criando um clima perfeito para um momento mais íntimo. Finalmente a vi, encostada na parede, com seu visual total de preto — uma camiseta básica e calças justas, seus cabelos levemente bagunçados, como se ela tivesse corrido para cá.

— Oi! Pensei que você não viria. — ela sorriu, seus olhos brilhando. Havia algo de familiar e acolhedor naquele sorriso, e me senti instantaneamente mais relaxada.

— Oi, você está linda! E eu dispensar comida? NUNCA — eu disse, sentindo uma onda de calor subir pelo meu rosto.

Ela soltou uma risada leve — Você também está linda. Esse vestido... caralho, Amelia... — ela murmurou, com um tom de apreciação em sua voz.

Troquei olhares com ela, um momento que parecia durar uma eternidade. Eu adorava essa sensação. Havia uma liberdade no ar, uma leveza que tornava tudo mais divertido.

Sentamos em uma mesa na parte de trás, longe de olhares curiosos, e começamos a conversar sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Rimos das lembranças das nossas sessões de treino e das loucuras que já fizemos juntas. A conversa fluiu naturalmente, como se já tivéssemos feito isso muitas vezes. Gabi tinha esse jeito de me fazer sentir à vontade, como se fôssemos as únicas duas pessoas no mundo naquele momento

Enquanto nos acomodávamos na mesa, pedi uma taça de vinho e Gabi optou por uma cerveja. Havia algo confortável e ao mesmo tempo emocionante em estar ali, longe dos olhares curiosos e da constante pressão que costumava nos cercar. O restaurante, pequeno e acolhedor, era iluminado por luzes baixas e quentes, criando um clima tranquilo, quase íntimo. Era como se o mundo lá fora tivesse sido colocado em pausa.

— Você lembra daquela vez em que a gente tentou fugir do treino fingindo que estávamos doentes? — Gabi perguntou, um sorriso malicioso dançando em seus lábios.

— Lembro. E a gente foi pega em menos de cinco minutos porque você não conseguia parar de rir! — Respondi, rindo junto com ela, lembrando de como nossa tentativa havia sido um desastre completo.

As gargalhadas ecoaram pelo pequeno restaurante enquanto eu me lembrava da nossa tentativa de fuga. Era típico da Gabriela, sempre pronta para uma aventura, sem pensar nas possíveis consequências.

— Você é insuportável mesmo. — brinquei, fingindo irritação enquanto colocava a mão no peito. — Por sorte, eu sou uma boa atriz. Foi a única coisa que me salvou da bronca do treinador.

Ela jogou a cabeça para trás, rindo mais alto, e eu fiquei observando o quanto ela parecia tão leve, quase despreocupada. A risada de Gabi sempre foi algo que me contagiava. Era fácil esquecer tudo ao meu redor quando ela estava por perto. E ali, naquele pequeno restaurante, parecia que nada mais importava além de nós duas.

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