A consciência lentamente começou a retornar, e com ela, a dor pulsante na parte de trás da minha cabeça. Mas a memória de meu pai ainda estava lá.
Quando acordei, a primeira coisa que senti foi uma dor aguda na cabeça. Mexi-me devagar, sentando-me com cautela no que quer que estivesse deitada. Pisquei lentamente, tentando focar minha visão em volta, até que a figura de Newt se tornou clara à minha frente. Ele se sentou perto de mim, enquanto o som de socos sendo desferidos ecoava ao fundo.
Newt tocou meu rosto com cuidado, a preocupação evidente em seus olhos. —Como você está se sentindo? -perguntou ele, sua voz suave.
—Parece que tou bebada... e com muita dor de cabeça - respondi, levando a mão até a parte de trás da cabeça e sentindo um curativo ali.
—Você acabou desmaiando -explicou Newt.
Assenti lentamente, tentando absorver as informações. —Entendi -murmurei, ainda sentindo a dor latejante.
Olhei lentamente para frente, e vi os garotos, Teresa, Brenda e... o garoto da festa?
Franzi as sobrancelhas no mesmo instante ao ver o garoto da festa, o que ele tava fazendo ali?
—Newt. -chamei. —O que aquele garoto tá fazendo aqui?
—Ah, o Noah. Ele disse que era conhecido seu. -explicou newt.
—Conhecido? Eu conheci ele hoje.
—Mais ele deve te conhecer. Relaxa, antes de irmos a gente fala com ele. -afirmo newt. Apenas balancei a cabeça em concordância.
Olhei para frente ao ouvir a voz de Jorge. - —Eu sugiro que fale, seu desgraçado -xingou Jorge, acertando mais um soco.
Observei a cena que se desenrolava diante de mim. Jorge havia amarrado aquele homem maldito que nos deu a bebida estranha. O rosto do homem estava todo machucado devido aos socos que Jorge continuava a desferir.
—Droga! - gritou o homem. —Desculpa, mas você vai ter que se retirar da minha casa -completou com sarcasmo.
Revirei os olhos ao perceber que era Marcus. Claro que era ele. Sempre foi ele.
— Escuta, eu não gosto de machucar você — disse Jorge, com um tom gélido, as palavras pesadas como chumbo. — Cadê o Braço-direito, Marcus?
— Espera aí, ele é o Marcus? — perguntou Thomas, rompendo o silêncio com uma voz cheia de incredulidade.
A risada sarcástica de Marcus cortou o ar, ecoando como um trovão. — Olha só, o garoto aprende rápido. Você é o cérebro da operação? — disse, com um olhar malicioso dirigido a Thomas, o único olho bom cintilando de desdém, enquanto o outro mal conseguia se abrir, inchado e deformado.
Jorge, impassível, puxou o cabelo de Marcus com força, forçando-o a encarar seu destino. — Eu sei que vocês sabem onde estão se escondendo.
Cruzei os braços, o desconforto me envolvendo como um véu sufocante. A sensação de impotência me consumia. Eu estava longe da organização há tempo demais, e agora, depender de um homem como Jorge para obter qualquer informação útil me corroía por dentro. Odiava essa dependência, esse jogo sujo que ele jogava com tanta facilidade.