O sol escaldante queimava minha mente, quase me levando ao delírio. O vento arrastava os grãos de areia, que batiam com força em meu rosto, como uma série de pequenos punhais. O Mar de Areia parecia interminável, um vasto oceano de desolação que se estendia até onde a vista alcançava. Nossos corpos estavam exaustos, carregando o peso do cansaço e da opressão.
Olhei para o lado e vi Minho, desesperado, tentando beber água de uma garrafa vazia. Ele a jogou com frustração, o som do impacto se perdendo no silêncio árido. O caminho à nossa frente parecia interminável, com o sol implacável nos observando a cada passo, como uma entidade cruel que se recusava a nos dar alívio.
— Merda! Por que eu fui me meter nisso? Era pra eu ter ido na direção oposta — resmungo, minha voz carregada de frustração e cansaço enquanto me afundo ainda mais naquele mar interminável de areia.
O calor escaldante do deserto se agarra à minha pele, e a areia fina invadia meus sapatos, tornando cada passo uma tortura. Olho ao redor, o horizonte parece se estender infinitamente, uma vastidão implacável que reflete o estado de desespero que sinto.
— Não podemos desistir agora. Se a gente parar, acabamos aqui — diz Newt, sua voz firme e cheia de determinação. A força em suas palavras é como um bálsamo para a frustração que sinto.
— É isso aí. Estamos mais perto do que imaginamos — acrescenta Thomas, com um tom encorajador. A confiança dele me atinge como um soco no estômago, tirando-me do meu torpor.
Olho para eles, sentindo uma onda de renovada esperança. As palavras deles ecoam em minha mente, e, apesar da imensidão do deserto, algo em mim se recusa a ceder. Meus passos se tornam mais firmes, e uma nova determinação me impulsiona a seguir em frente.
Cada passo é uma batalha, mas a certeza de que não estamos sozinhos, de que há uma saída, me dá a força necessária para continuar. Com um último olhar para o horizonte, sigo os garotos, a sensação de esperança se tornando um guia em meio à desolação.
À medida que o tempo passava, o sol ia se pondo, dizendo adeus, e avisando que amanhã estaria novamente ao nosso lado. Minho e eu observavamos o horizonte se tingindo de vermelho e laranja, enquanto a escuridão lentamente começava a engolir o dia.
Minho quebrou o silêncio com uma voz baixa, quase um sussurro. —Você acha que o amanhã vai ser melhor, Maddy?
Eu não olhei para ele. Mais seus olhos permaneciam fixos no crepúsculo, como se esperasse que a luz se apagara de vez e a noite trouxesse algum tipo de resposta.
—Não sei -respondi, minha voz carregada de uma tristeza profunda. —Às vezes, sinto que a única coisa que o amanhã traz é mais exaustão, mais é mais. — uma repetição interminável da dor e da perda.
Minho suspirou, um som pesado que parecia carregar o peso de seus próprios tormentos. —Eu costumava acreditar que o sol nascer de novo significava uma nova chance, uma oportunidade para começar de novo. Mas agora... agora sinto como se cada amanhecer apenas nos lembrasse do quanto estamos presos a essa rotina sem fim. -explicou ele.